SL Benfica 2-0 FC Paços de Ferreira: Benfica já olha para cima, mas só se chega ao céu com vitórias

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    Em casa, o Benfica defrontou o Paços de Ferreira, em circunstâncias menos comuns, tendo em conta os tempos atuais: sem vencer há três jogos, a massa adepta benfiquista exigia nada menos do que a vitória, e ainda uma exibição rica e empolgante. O adversário era o indicado, afinal este Paços não é sólido como em temporadas bem recentes, e muito menos capaz de ir à Luz disputar pontos. Isto, claro está, em teoria.

    Então, Rui Vitória lança um 4-4-2, já com Fejsa de volta ao onze, com Zivkovic na ala direita, onde normalmente atua Salvio, e Franco Cervi regressa à extrema esquerda. Muita velocidade nas alas, e a estratégia passou por aí, o jogo interior praticamente não existiu. Bruno Varela não mereceu o benefício da dúvida, e Júlio César volta a calçar as luvas na 1ª Liga.

    O Paços, por sua vez, começou muito pressionante logo na saída de bola encarnada. Essa pressão terminou quando se lembraram que Ljubomir Fejsa não treme. Também num esquema 4-4-2, os pacenses tentavam acompanhar e controlar as insistentes ofensivas do tetracampeão. Mas os extremos encarnados andam de mota… Uma equipa muito esforçada, mas é sempre difícil fazer frente ao Benfica no seu estádio. Contudo, é notório que Vasco Seabra tem que arregaçar as mangas e trabalhar muito mais esta equipa.

    O Benfica mostrava-se, desde o apito inicial, dominador, agressivo e insistente na criação de jogadas ofensivas, o que fez com que a equipa da capital do móvel recuasse as linhas de imediato, fechando-se, como qualquer equipa de nível médio-baixo que se desloque à Luz. E foi com naturalidade que os da casa chegaram ao primeiro: após algumas situações flagrantes de golo, como o livre de Grimaldo ao poste direito (7’), e a tentativa de Jonas também a acertar no ferro dez minutos depois, Cervi finaliza à entrada da área, após assistência de Zivkovic, com uma excelente execução de primeira. Estava feito o primeiro aos 23 minutos da partida! A reação do Paços de Ferreira não aconteceu, e o Benfica revelava-se completamente avassalador. À passagem da meia hora apresentava um controlo absoluto do jogo (75% de posse), algo raro neste início de temporada. Pizzi, fica perto do segundo logo no minuto seguinte! Cervi está em grande forma, e soube deixar a bola passar até ao transmontano, que remata ligeiramente ao lado…

    Jonas voltou a marcar Fonte: SL Benfica
    Jonas voltou a marcar
    Fonte: SL Benfica

    Aos 40’, o Paços finalmente aproximou-se da área dos vermelho e brancos, explorando as costas de Grimaldo, mas em situação de fora de jogo. Não estava nada fácil para o Paços se soltar e procurar equilibrar a partida. O Benfica apresentava-se bem mais moderado na busca do golo, até ao 44º minuto, quando Pizzi poderia ter decidido melhor à boca da área, acabando por perder o esférico. O contra ataque dos castores foi interrompido por Rúben Dias, que viu o 1º amarelo do encontro.

    A 2ª parte iniciou-se logo com uma tentativa do Paços, remate que sai rente à trave da baliza de Júlio César. O Benfica, calmamente, circulava a bola, ora pela esquerda, ora pela direita. Era pelas alas que tentava penetrar a defesa adversária. Aos 54’, poderia muito bem ter surgido o golo que estabilizaria os níveis de nervosismo do público, mas Jonas, mesmo com Pizzi em excelente posição, arrisca e permite a defesa de Mário Felgueiras. Laterais encarnados muito subidos, combinavam com os avançados, mas faltava qualquer coisa ao ataque encarnado: uma melhor definição dos lances. Havia muita ansiedade no jogo do campeão nacional, os jogadores sentiam que as trocas de bola não fluíam da melhor forma.

    Esse golo que tardava em surgir, aconteceu aos 61’, num canto marcado na esquerda. Jonas, a dois tempos, trata de colocar a bola no fundo das redes. Um outro Benfica humilharia este Paços… Impotentes, os castores nem tocavam na “chicha”: após o golo, o Benfica detém de novo o esférico e continua a bombear as bolas diretamente para os extremos.

    Seferovic, muito apagado, dá a vez, aos 69’, a Raul Jimenéz. O suiço, após uma entrada relâmpago no onze tipo encarnado, vai perdendo fulgor… Nos últimos vinte minutos da partida, o Paços tentava mais do que nunca atenuar uma exibição paupérrima em termos ofensivos: corria atrás da bola (como fez durante todo o jogo), tentava circular a bola (sem sucesso), e tentava jogar no erro do Benfica (sem frutos). Algo também com explicação, visto o nível de qualidade individual dos jogadores ser incomparável. Contudo, uma equipa que visite a Luz sabe sempre o que a espera, portanto ao escassearem meios, a estratégia terá de ser muito bem montada e seguida à regra. Neste contexto, quase impossível, visto o Paços não apresentar um nível minimamente requerível para se bater contra este Benfica.

    Mabil tinha entrado para o lugar de António Xavier, à passagem dos 63 minutos, de forma a acrescentar velocidade na transição ofensiva pacense. Não surtira efeito, pois o Paços não conseguia ter bola, muito menos fazê-la chegar ao último terço do ataque… E quando chegava, rematava sem qualquer intencionalidade.

    O Benfica também sentia a falta da boa forma de Pizzi. O organizador de jogo da equipa não está ao seu nível, e talvez por isso o Benfica também não. Afinal, foi o melhor jogador da Liga na época transata, e a equipa ressente-se com a sua quebra de rendimento. Krovinovic entrou (tendo saído Jonas) com ganas de mostrar o que pode acrescentar, numa equipa em crise de médios competentes. Aos 85’ poderia ter finalizado com sucesso, mas a tentativa ficou-se por um remate fraco e sem direção… Grande jogada de insistência logo depois, com Raul, Diogo Gonçalves (que rendeu o autor do primeiro golo), e Zivkovic a virem as suas intenções serem negadas pela defensiva pacense.

    Amarelo para André Leão, já aos 91 minutos. Muita velocidade de Zivkovic para o médio português do Paços conseguir acompanhar. Encarregue da marcação do livre, Pizzi cruza, mas o esférico não encontra destino.

    O Benfica venceu facilmente um Paços muito débil, assinalou uma exibição razoável, o que bastou para amealhar 3 pontos. Uma vitória muito importante para moralizar uma equipa que está em busca do inédito penta. Mas há muito, muito por aprimorar…

    Foto de capa: SL Benfica 

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.