Tão depressa lhe deram como retiraram

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    Estenderam-lhe a passadeira vermelha para a catedral, mas a passadeira não terminava dentro das 4 linhas. Tinha, um pouco antes, um pequeno desvio à direita que o levava para um banco cujas cadeiras, diga-se, são bastante confortáveis.

    16 anos separam Rúben Dias de Luisão. Em relação a Jardel a diferença é pouco menor: 11 anos. Dizemos nós, incluo neste caso todas as pessoas, apreciadoras de desporto ou não, que quanto maior a idade maior a experiência. De facto, à partida, o pensamento está correto. Mas será que isso é uma verdade absoluta?

    O jovem foi chamado a substituir Jardel e fê-lo bem nos dois jogos que efetuou. O Benfica não perdeu no Bessa devido à titularidade dele. Aliás, atrevo-me a dizer que o principal culpado dessa derrota, para além da equipa, naturalmente, foi o treinador Rui Vitória. Mas não pretendo neste artigo atribuir culpas, até porque de fora todos somos donos da razão.

    O que me leva a escrever sobre este tema é o facto de Rui Vitória ter dado a Rúben Dias a oportunidade de agarrar o lugar no centro da defesa e, sem razão aparente, lhe retirar a mesma.

    Fonte: serbenfiquista
    Fonte: serbenfiquista

    O que é que Jardel ou Luisão têm que o internacional sub21 português não tem? Se a resposta for experiência, muito bem, estamos de acordo. Mas e a experiência de ambos, tem sobressaído? Penso que a resposta é óbvia.

    Luisão faz-se valer do conhecimento tático para gerir o seu esforço, muitas vezes efetua cortes que o demonstram, mas quando os adversários são autênticos velocistas ou evoluídos tecnicamente essa tal experiência não tem chegado. Basta relembrar o que aconteceu na Suíça. Esta situação poderia ter sido acautelada se, ao seu lado, estivesse um jogador com maior capacidade física para equilibrar a linha defensiva e fazer as suas dobras caso fosse necessário. O que não aconteceu.

    Ao seu lado estava Jardel, um jogador que também não tem tido sorte ao nível das lesões, e cujo rendimento desportivo não tem sido minimamente consistente.

    Neste momento a defesa está ao nível daquela que tem um clube como o Braga, e com isto não quero desvalorizar os bracarenses. Quero apenas dar ênfase ao facto de terem dimensões diferentes e lutarem por objetivos também eles diferentes.

    Após olhar para a situação da equipa, a nível exibicional e de resultados, e, com especial foco, no caso da defesa, parece-me nítida a necessidade de um jogador como Rúben Dias. A falta de experiência não pode, nem deve, ser desculpa, porque se com jogadores experientes na defesa a situação é lamentável a única hipótese que existe é alterar.

    Rúben Dias neste momento oferece mais disponibilidade física à equipa, maior rapidez nos movimentos defensivos, e uma vontade maior de mostrar serviço pelo facto de não ter o lugar garantido.

    Se a aposta em Lindelof resultou, porque não fazê-lo também com Rúben Dias?

    Com isto não quero dizer que se deva colocar Luisão e Jardel no banco, mas sim que apenas há espaço para um. E vai ser a experiência do jogador que for titular que vai compensar a irreverência e a imprevisibilidade de um jogador jovem, tal como aconteceu no caso de Lindelof.

    A experiência ganha-se competindo, e Rúben Dias só a vai ganhar se lhe deram oportunidade para tal.

     

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Rafael Raimundo
    Rafael Raimundohttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que passa as tardes de sábado a ver tudo o que seja desporto. Adora o seu clube, mas tem enorme facilidade em reconhecer quando algo não está bem. Sempre disposto a ouvir novas opiniões, desde que bem fundamentadas, e a debatê-las quando necessário.                                                                                                                                                 O Rafael não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.