Confesso-me um eterno apaixonado pelo futebol. Desde miúdo que sinto uma paixão infinita pelo desporto e, em especial, pelo meu clube, o Boavista.
À semelhança da maioria dos miúdos, o meu sonho sempre foi ser jogador de futebol, tornar-me o mais digno e nobre sucessor de autênticos craques como Jimmy Hasselbaink, Ricky, João Pinto ou Elpídio Silva. Infelizmente, o meu talento futebolístico não esteve à altura de tais pergaminhos, o que me fez enveredar por outras áreas, nomeadamente a da gestão.
Embora não seja um mundo tão apaixonante e vibrante como o do futebol, não deixa de ser um mundo cativante e que, no futebol, merece a pena ser analisado, até porque a boa gestão financeira dos clubes acaba por coincidir ciclicamente com os sucessos desportivos. Ou será que não é bem assim? Foi isso mesmo que eu fui tentar descobrir..
Sabemos que as direções dos clubes, à semelhança dos políticos, usam constantemente determinadas narrativas para justificarem os seus insucessos. A arbitragem é a desculpa mais habitual, seguida pela diferença de orçamento face a todos os restantes clubes. Esta luta quase hercúlea que muitos reivindicam e que nenhum prova, acutilou a minha curiosidade ao ponto de ter feito o levantamento de toda a informação financeira pública das sociedades desportivas que frequentavam a Primeira Liga na época 2015/2016 .
Antes de mais, apenas umas ligeiras notas sobre o estudo que conduzi:
1.Este estudo foi feito com base nas contas publicadas pelas SADs/SDUQs para os anos de 2013, 2014 e 2015.
2.As contas de 2016 ainda não estão disponíveis (com exceção do Nacional da Madeira).
3.O ano fiscal das SADs e SDUQs não coincide necessariamente com o ano fiscal das empresas, pelo que torna mais difícil o processo de comparação com as temporadas desportivas.
4.Esta análise foi feita exclusivamente sobre as Sociedades Desportivas, excluindo todas as outras empresas existentes no universo dos clubes.
5.Boavista e Tondela não têm as suas contas publicadas para nenhum destes anos.
6.Foram analisadas as equipas presentes na temporada 2015/2016 para os três anos (mesmo que pontualmente alguns destes clubes não tivessem na primeira liga).
7.A classificação é feita a 18 equipas nos três anos.
Proponho que analisemos como seria o campeonato com base em dois fatores: as Receitas e os Lucros.