Fará Deus um novo milagre?

    Cabeçalho Futebol Nacional

    5 de maio de 2002, última vez que os madeirenses assistiram a um jogo do Nacional na segunda liga. Neste dia os comandados de Peseiro bateram o Felgueiras por 2-0 e garantiram o 3º lugar do campeonato que lhes deu a tão desejada subida. Na época de regresso conseguiram um 11º lugar e na segunda logo um incrível 4º lugar, treinados por Casemiro Mior. A terceira época foi a exceção, não correu tão bem e terminaram no 12º posto, mas a partir daqui lutaram sempre pela Europa e não voltaram a terminar abaixo dos primeiros dez…até à época passada.

    Com Manuel Machado ao comando pela quarta época consecutiva, parecia tudo preparado para mais uma época tranquila, mas não foi. Saíram Lucas João, Marco Matias, Marçal e Zainadine – este último apenas em janeiro – e o bom futebol começou a afastar-se da Choupana. O clube passou algumas jornadas em 15º e passou outras tantas sem vencer. Apesar de tudo acabaram relativamente tranquilos na 11ª posição, no entanto, esta foi a primeira vez desde 2004/05 que acabaram abaixo dos primeiros dez e, possivelmente, o início do fim.

    Se na época anterior já tinham perdido alguns jogadores, nesta ficaram sem Soares, Nenê Bonilha, Gottardi, Miguel Rodrigues e os irmãos Aurélio. Como seria de esperar os resultados não foram os melhores: começaram com 4 derrotas e conseguiram apenas 3 vitórias para o campeonato em 16 jornadas, altura em que Manuel Machado abandonou o clube.

    Chegou janeiro e chegou também Predrag Jokanović para tentar mudar o rumo dos insulares, o mesmo que foi titular no jogo contra o Felgueiras em 2002. Além do novo treinador, apostaram ainda na experiência e foram buscar Zizo, Filipe Gonçalves, Mezga e Aristeguieta. Caminho contrário fizeram Ali Ghazal e Rui Silva, dois dos jogadores mais importantes. Creio que poucos ficaram surpreendidos quando 11 jogos, 6 empates e nenhuma vitória depois o sérvio seguiu as passadas de Manuel Machado.

    João de Deus não tem uma tarefa fácil Fonte: CD Nacional
    João de Deus não tem uma tarefa fácil
    Fonte: CD Nacional

    O plantel até conta com jogadores interessantes, Victor García é rápido, Washington incansável, Tiago Rodrigues não foi apelidado de Pirlo de Guimarães à toa, Salvador Agra dispensa apresentações, Sequeira é dono de um excelente pé esquerdo e Tobias Figueiredo ainda recentemente era titular no Sporting CP. Então qual é o problema? Boa pergunta caro leitor, quanto a mim o principal responsável é Rui Alves. Não se pode vender constantemente os melhores jogadores, não os substituir e esperar milagres, nem tão pouco acreditar que a solução passava por Jokanović – treinador que conseguiu a proeza de perder por 7-0 frente ao FC Porto – ou por João de Deus que acabou de deixar a equipa b do Sporting CP nos lugares de descida.

    Faltam três jornadas e João só é Deus de nome, mas o Nacional começa a precisar mesmo de um autêntico milagre pois com o futebol que tem apresentado e a ter de defrontar Boavista e Braga fora e finalmente o Setúbal em casa na última jornada, a luta pela manutenção não se adivinha nada fácil.

    O ano passado o arquipélago da Madeira tinha três equipas no escalão principal e no próximo, pela primeira vez em muito tempo, pode passar a ter só uma. Espero estar enganado e que o Nacional volte depressa a ser uma equipa que luta sempre pelos lugares cimeiros e que apresenta bom futebol como na altura de Rondon, Mateus, Marco Matias, Rúben Micael, Bruno Patacas, Bracali, Benaglio, Leandro Salino, Nenê, Adriano, Paulo Assunção, ou tantos outros jogadores de qualidade que já passaram pelo Clube Desportiva Nacional da Madeira.

    Foto de capa: CD Nacional

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    Vasco Moreira
    Vasco Moreirahttp://www.bolanarede.pt
    O Vasco é estudante de Comunicação Social em Coimbra. É apaixonado pelo desporto rei desde que se lembra, viciado em Football Manager e não dispensa uma boa noitada a ver NBA.                                                                                                                                                 O Vasco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.