Futebol não tem de ser à noite! – O “pack” família

    Cabeçalho Futebol NacionalDesde há uns anos a esta parte, o futebol em Portugal tem sido transferido para o horário noturno pelas estações televisivas. Desta forma, controlam a audiência, os shares e as subscrições para este “conteúdo televisivo”, conduzindo tudo isto a seu bel-prazer. Mas falar em estações televisivas, no seu plural, é um erro. Quase não se pode dizer que haja mais do que um canal que transmita o nosso campeonato – à exceção de um canal de um clube e que, bem ou mal, se sabe a polémica que o envolve.

    Não se pode, ainda assim, discutir a forte ação e mobilidade dessa empresa, a SportTV, nesta secção da indústria do futebol, a dos direitos televisivos. No entanto, discutível é a forma como permitem o acesso dos espectadores aos seus conteúdos; a forte limitação quanto ao acesso, os preços e até os horários a que obrigam a realização dos jogos. Pena é que não hajam mais canais para ombrear neste mercado (cada vez mais) monopolizado.

    O FC Barcelona-RC Celta de Vigo da passada jornada teve início às 12h Fonte: FC Barcelona
    O FC Barcelona-RC Celta de Vigo da passada jornada teve início às 12h
    Fonte: FC Barcelona

    Em tempos, e segundo os saudosistas, “é que era”. “O futebol antes é que era puro”, “não havia isso da violência”, “as claques só queriam saber de apoiar a sua equipa”, “havia amor à camisola”, dizem eles, os saudosistas, os mesmos que parecem esquecer a passagem de Futre e Derlei pelos três grandes ou a troca de João Pinto. Não está em causa o compromisso destes três excelentes profissionais e hábeis jogadores, mas, como hoje, jogavam e davam tudo em campo pela equipa que lhes pagava o ordenado. Simples. Os saudosistas são os mesmo que parecem esquecer que se não fossem as claques, os seus clubes, nos jogos internacionais, jogavam em ambientes verdadeiramente hostis, sem qualquer apoio, enquanto assistem em casa, no sofá. Nem tudo era assim tão puro mas é verdade que de então se podem tirar excelentes exemplos.

    Este que vos escreve e pretende que reflitam sobre este assunto, aos cinco ou seis anos de idade, há mais de 15 anos atrás, deslocou-se em família ao então reduto do SC Braga, o mítico Estádio 1º de Maio, e assistiu a um jogo entre a equipa local e o FC Porto. Sim, é verdade, foi possível que uma família acompanhada de um menor, bem “menor”, assistisse a um jogo de futebol, que hoje seria considerado de risco elevado, sem problemas. Bem ao estilo de qualquer jogo na altura. E a bancada era mista, não havia qualquer aconselhamento para se dividir os adeptos conforme a sua preferência clubística.

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.