Miguel Cardoso e o 4-2-3-1 do Rio Ave: Uma verdadeira equipa grande

    Cabeçalho Futebol NacionalJá foi há quatro anos que, no Verão de 2013, Paulo Fonseca chegou ao banco do FC Porto. A mudança sentiu-se desde o primeiro dia, com o técnico a operar uma autêntica revolução no clube, talvez exagerada para uma equipa tricampeã.

    Entre várias alterações promovidas, uma mereceu principal destaque: a inversão do triângulo do meio campo. Após vários anos a jogar com um trinco declarado, primeiro Paulo Assunção e, mais tarde, Fernando, Paulo Fonseca juntava agora dois médios defensivos no apoio a um terceiro elemento mais adiantado.

    Os resultados não foram os melhores. Paulo Fonseca demitiu-se ainda antes do final da época, numa altura em que o FC Porto ocupava apenas o terceiro lugar, e várias notícias apontaram para o desagrado de jogadores nucleares com as ideias do técnico.  A reputação do 4-2-3-1 ficava manchada, com o sistema a ficar marcado como um dos principais causadores do fracasso.

    Quatro anos mais tarde, surge na Liga NOS um treinador que promete recuperar a crença dos adeptos portugueses nas mais valias deste sistema. Miguel Cardoso, ironicamente ex-adjunto de Paulo Fonseca, assume o comando técnico do Rio Ave e faz do “triângulo invertido” uma das suas imagens de marca.

    Os resultados do Rio Ave são, por si só, um indicador do êxito da opção até à data. Os vilacondenses ocupam o 6º lugar da competição, tendo à sua frente apenas os “3 grandes”, Braga e Marítimo. Em oito jogos, possuem ainda apenas duas derrotas, uma das quais contra o líder FC Porto, e dois empates, sendo que o primeiro retirou dois pontos ao atual campeão Benfica.

    Fonte: Rio Ave FC
    Fonte: Rio Ave FC

    Ainda assim, não é apenas pelos resultados que se destaca este novo Rio Ave. Miguel Cardoso, no final do jogo com o Setúbal, salientou a necessidade de se avaliar a sua equipa não só pela pontuação alcançada, mas pela qualidade de jogo. E é de facto notável a vontade desta equipa de jogar um futebol positivo.

    Nos oito jogos realizados para o campeonato até à data, o Rio Ave teve mais posse de bola em sete. Estes dados ganham ainda mais força se se considerar que a tendência se verificou até nos jogos contra Porto e Benfica, sendo que a exceção foi mesmo o duelo com o Marítimo, onde o Rio Ave atuou com 10 desde o minuto 27.

    Contudo, se é verdade que a posse de bola não é necessariamente sinónimo de bom futebol, é por toda a dinâmica que apresenta que o conjunto de Miguel Cardoso impressiona. No seu já referido 4-2-3-1, há claramente três fatores que se destacam: a profundidade oferecida pelos laterais, a qualidade na saída de bola do meio campo e o jogo interior dos alas. E é impossível dissociar cada uma destas qualidades das restantes, uma vez que todas se complementam através da dinâmica conferida ao sistema implementado.

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    Pedro Paupério
    Pedro Paupériohttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é estudante de Ciências da Comunicação. Sendo um amante de desporto, é no futebol que encontra a sua maior paixão. A análise do que se passa em campo é a sua prioridade e não consegue ver um jogo sem tentar perceber tudo o que vai na cabeça dos treinadores. Idealiza uma cultura futebolística onde a tática e a técnica são muito mais discutidas do que a arbitragem.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.