Os castores estão à solta na Mata Real

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    No Porto, na cidade industrializada de Paços de Ferreira, têm andado castores à solta.  O Paços de Ferreira, clube que esta semana festejou o seu 67.º aniversário tem sido um dos clubes na primeira liga, dos últimos anos, a lançar mais jovens jogadores para a ribalta, no caso, jovens castores. Com um projeto consolidado e bem estruturado, o Paços de Ferreira vai tendo uma presença habitual no principal escalão do futebol nacional, com alguns brilharetes pelo meio. Mas já lá vamos.

    São 12, as presenças consecutivas do Paços na primeira liga. Desde de 2005 que o Paços não sabe o que é disputar a segunda liga. Na altura com José Mota, técnico que foi importante na afirmação da equipa no principal escalão do futebol português, o Paços chegava à primeira liga e conseguia um 11.º lugar. A partir daí, a equipa iria conseguir sempre a manutenção com alguns bons campeonatos pelo meio. Como por exemplo, o terceiro lugar em 2012 com Paulo Fonseca, o sexto em 2006, o sétimo em 2010 e a presença na final da Taça da Liga do mesmo ano ou o oitavo lugar da temporada passada.

    Além das boas participações e do facto da equipa ter conseguido, com maior ou menor dificuldade, assegurar a permanência, o Paços foi lançando vários nomes para a ribalta do futebol português. Começando pelos treinadores, são vários os treinadores que começaram a ganhar relevância no futebol português, ao serviço da equipa pacense. Desde Paulo Sérgio que depois viria a dar o salto para o Sporting, passando por Rui Vitória que fez uma campanha muito interessante na capital do móvel, lançando vários jovens, o que lhe catapultou para o Vitória de Guimarães e depois para o Benfica e, claro, Paulo Fonseca, treinador que conseguiu a melhor classificação de sempre da equipa canarinha no campeonato.

    A quantidade de jogadores de sucesso lançados pelo Paços também é assinalável. Desde o lateral-esquerdo, internacional A, Antunes, passando por Pizzi que ganhou maior notoriedade no clube canarinho, Diogo Figueiras, que apesar de não ter sido formado na mata real, só ganhou destaque no clube, por Josué que teve o mesmo caso dos dois anteriores citados,  Xeka que depois deu o salto em Braga, Seri que está a ser uma das figuras no Nice esta temporada ou até mesmo Sérgio Oliveira. Nos últimos anos, a direção pacense tem apostado mais nos jogadores formados na Mata Real e os resultados estão à vista.

    Vasco Seabra foi o escolhido para comandar e lançar os jovens castores na capital do móvel Fonte: FC Paços Ferreira
    Vasco Seabra foi o escolhido para comandar e lançar os jovens castores na capital do móvel
    Fonte: FC Paços Ferreira

    Nas últimas temporadas surgiram vários jovens de grande qualidade. Diogo Jota, que encantou meia europa e que foi transferido para o Atlético de Madrid e posteriormente emprestado ao Porto. André Leal, ou mais conhecido por Andrézinho, que tem conseguido conquistar o seu espaço, com uma qualidade impressionante num jovem de 21 anos, com um baixo centro de rotação, fazendo lembrar os médios da escola espanhola. Esta temporada, tem surgido, aos poucos, Francisco Afonso e André Sousa, que prometem vir a alcançar vôos maiores nas próximas temporadas.

    O projeto do Paços passa por potenciar ao máximo os jovens da (belíssima) formação da equipa. O Paços de Ferreira, nos últimos anos, tem desenvolvido ao máximo a sua formação e os resultados podem começar a ser vistos nas próximas temporadas. O projeto mistura jogadores mais jovens a outros mais batidos e com maior experiência na primeira liga, de modo a criar uma mescla perfeita que continue a fazer com que o Paços cumpra os seus objetivos. A este Paços, falta apenas uma maior regularidade. Falta que a equipa deixe de alternar entre os lugares europeus e os lugares que dão acesso à manutenção. Depois da equipa adquirir uma maior consistência, o Paços poderá passar a ser, de forma habitual, uma presença nas competições europeias. Passando a disputar com o Vitória de Guimarães, Rio Ave e Marítimo os lugares de acesso à UEFA.

    Para conseguir esta maior regularidade ou consistência, falta também assegurar um técnico que consiga ficar no clube por mais de duas temporadas. Esta temporada, por exemplo, já passaram pelo clube, Carlos Pinto, que agora treina o Santa Clara e também Vasco Seabra. A aposta da direção do clube, ao que parece, passa por continuar a passar por Vasco Seabra, homem que treinou os escalões de formação, com muito sucesso nas próximas temporadas e que é atualmente o mais jovem técnico da primeira liga. É sob a mão deste homem, que o Paços de Ferreira promete continuar a lançar castores na mata real, nos próximos anos.

    Foto de capa: FC Paços Ferreira

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    Emanuel Melo
    Emanuel Melohttp://www.bolanarede.pt
    O Emanuel está no terceiro ano da licenciatura em Comunicação Social e Cultura. Vem da terra do Pauleta, das paisagens deslumbrantes e do queijo Terra Nostra. Gosta de ver a Premier League e espera um dia poder vir a ser relatador de futebol.                                                                                                                                                 O Emanuel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.