A bênção que foi Quaresma

    portosentido

    Começo a notar que caso o Porto não tivesse Quaresma estava ainda pior. O extremo português tem feito boas exibições e aparenta ser o jogador em melhor forma no plantel azul e branco. Na verdade, é Quaresma que faz algo para agitar o ataque do Porto.

    Quando a notícia oficial do regresso de Quaresma foi anunciada fiquei com sentimentos mistos. Por um lado, o plantel portista necessitava de um extremo puro, bom no um-para-um com capacidades de mexer com um jogo a partir das alas. Por outro, Quaresma vinha de uma liga sem grande prestigio, vinha de um lesão no joelho, que é sempre complicada num jogador, e, por fim, chegava ao Dragão já com uma idade avançada (30 anos), o que para um extremo implica, na grande maioria, final de carreira com decréscimo das habilidades.

    Porém, Quaresma surpreendeu e fez por merecer o estatuto de que agora dispõe de titular incontestável. Após os primeiros jogos de dragão ao peito, que serviram para recuperar a forma, está a apresentar um grande nível de futebol. Grandes golos, assistências, dedicação e, claro, as trivelas que se tornaram a sua imagem de marca. No entanto, no meio da desorganização ofensiva e defensiva do Porto, se for apenas o Mustang a remar, o barquito não anda.

    A história de Quaresma demonstra que há jogadores que estão destinados a apenas jogar bem no Porto. Não quero insinuar que Quaresma jogou mal nos outros mas, para mim, é na cidade do Porto que Quaresma dá seu melhor.

    Quaresma tem sido o timoneiro do ataque do Porto  Fonte: Mais Futebol
    Quaresma tem sido o timoneiro do ataque do Porto
    Fonte: Mais Futebol

    Embora tenha começado na formação do Sporting, onde deu os primeiros toques numa bola à sério, não foi lá que se tornou num bom jogador. Mesmo assim, recebeu um contrato do colosso Barcelona para jogar na Liga Espanhola. Um ano depois fez as malas e rumou àquela que seria a sua casa: o Estádio do Dragão. Após quatro anos de glória com o dragão ao peito saiu pela porta da frente para mais uma aventura por terras estrangeiras. Passou por Inter de Milão, com um empréstimo ao Chelsea pelo meio, foi recebido em êxtase pelos turcos do Besiktas e a última paragem antes de regressar a casa foi o Al-Ahli, onde, para muitos, iria morrer o talento inato de Ricardo Quaresma.

    O Mustang está de volta na máxima força. Infelizmente este ano é capaz de não ser feliz. Mas Quaresma tem contrato até 2016. De certeza que, até lá, vai provar novamente o doce néctar que é vencer com o dragão ao peito.

    Não podemos esquecer-nos de que o Mundial do Brasil está à porta. Portugal possui um grande leque de opções no que toca a extremos. Entre Ronaldo, Nani e Varela – o núcleo duro de extremos da era Paulo Bento – há espaço para, talvez, mais dois. Paulo Bento é um homem ponderado e inteligente. De certeza que até ao início do Brasil’2014 vai ver e rever a sua convocatória real e final. Talvez, e sublinho o talvez, visto que depende de muitos factores e da manutenção da excelente forma de Quaresma, o nome de Ricardo Quaresma possa estar na convocatória.

    Até lá, Ricardo Quaresma está em grande forma e, se não houvesse Quaresma, a série de maus resultados do Porto podia até ser bem pior. E reparem numa coisa : quando o melhor jogador é aquele que entrou há menos de um ano, após uma lesão no joelho e que esteve sem jogar durante seis meses, é porque o caso está realmente mal parado…

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    O José rejeita a expressão “portista desde pequenino”, uma vez que até nem nasceu do Porto. Mas rapidamente entendeu que é no norte que se pratica bom futebol. E, como defensor dessa prática, afirma convictamente que o Porto é mesmo a melhor equipa em Portugal.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.