A Insustentável Leveza do 4-4-2 Losango

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    A época futebolística 2016/2017 do FC Porto tem sido marcada, entre outros aspetos, pela inconstância exibicional e de resultados. Como tal, se por um lado são memoráveis exibições como aquela que o FC Porto conseguiu em Roma contra o clube local, não podem também ser esquecidos jogos menos conseguidos como o (mais recente) empate sem golos em Tondela.

    Apesar da irregularidade que tem vindo a ser apresentada, o jogo na Madeira contra o CD Nacional parece marcar um momento de upgrade futebolístico do clube associado a uma revolução tática operada por Nuno Espírito Santo. Para que este “passo em frente” tenha sido possível parece essencial destacar quatro “fatores” (chamemos-lhes assim) primordiais:

    1) Otávio: com 21 anos de idade é evidente que tem ainda algumas arestas a limar, mas a sua qualidade futebolística não engana nem o analista menos atento. Otávio tem uma qualidade técnica acima da média e, acima de tudo, muita criatividade. Procura invadir frequentemente espaços interiores (algo que faltava, por exemplo, ao FC Porto de Lopetegui) e, nestes espaços habitualmente exíguos, consegue ser rápido tanto a decidir como a executar. São dele muitos dos passes de rutura que ocorrem ao longo do jogo, embora se perceba que ainda precisa de perceber melhor quando é que o último passe se trata, efetivamente, da melhor opção;

    2) André Silva: com 20 anos de idade e já um hat-trick pela Seleção Nacional, facilmente se percebe que aqui reside o futuro (e atual) guardião da camisola 9 do futebol português. A sua capacidade física impressiona e, aliada a ela, destaca-se sobretudo a sua capacidade de movimentação sem bola. Este trabalho de André Silva é frequentemente invisível, mas é precisamente a sua variedade de movimentos (dos quais se destaca o ataque à profundidade) que leva a que este consiga fazer a diferença no atual cenário tático do FC Porto. Parece claro que André Silva necessita ainda de progredir sob o ponto de vista técnico, sobretudo no que concerne ao gesto técnico da finalização, no sentido de melhorar a sua eficácia. Ainda assim, para que tal seja possível é necessário que este vá somando tantos minutos quanto possível para ir aperfeiçoando, pela repetição, o seu futebol com bola;

    Otávio tem sido uma das revelações do FC Porto Fonte: FC Porto
    Otávio tem sido uma das revelações do FC Porto
    Fonte: FC Porto

    3) Óliver Torres: com 21 anos de idade Óliver Torres tem tudo para ser um centrocampista de topo no futebol espanhol e mundial. Tal como outros grandes médios do futebol mundial, Óliver destaca-se porque vê sempre mais do que os seus colegas e, à forma inteligente como consegue ler o jogo, alia uma capacidade técnica que lhe permite executar de forma (quase) perfeita tudo aquilo que imagina. Em pequenos espaços o espanhol consegue, por vezes com apenas um toque, criar uma nova situação de jogo e, como tal, desequilibrar a defesa adversária. Com todos estes predicados, Óliver pode legitimamente aspirar a ser o melhor futebolista da época 2016/2017 da Liga NOS.

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    Francisco Sampaio
    Francisco Sampaiohttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde a segunda infância, Francisco Sampaio tem no FC Porto, desde esse período, o seu clube do coração. Apesar de, durante os 90 minutos, torcer fervorosamente pelo seu clube, procura manter algum distanciamento na apreciação ao seu desempenho. Autodidata em matérias futebolísticas, tem vindo recentemente a desenvolver um interesse particular pela análise tática do jogo. Na idade adulta descobriu a sua segunda paixão, o ténis, modalidade que pratica de forma amadora desde 2014.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.