Ainda há motivos para jogar

    portosentido

    A derrota do Porto em Alvalade deve-se apenas e somente a uma segunda parte inexistente. O início da primeira parte prometeu um jogo intenso e emocionante que a segunda parte destruiu por completo. O Porto até começou bem. Embora o Sporting tenha feito o pressing inicial, visto que jogava em casa e contava com o apoio dos adeptos leoninos, o Porto não se conformou a jogar atrás. Mesmo assim, cada vez que Mangala e Abdoulaye recebiam a bola nos pés os adeptos portistas sustiam a respiração. Leonardo Jardim fez muito bem em pressionar os centrais do Porto.

    Num jogo emocionante como o de Alvalade, são momentos que definem o jogo. Se Quaresma marcasse aquele que seria um golo de antologia após ter passado por Cédric, o jogo teria sido outro. Se William não tivesse feito um dos melhores jogos que já o vi fazer, a história seria outra. Se, ao intervalo, o Porto tivesse regressado mais forte, a história seria outra. Se o golo do Sporting tivesse sido (bem) anulado, o jogo teria sido outro. Porém, não existem “ses” no futebol.

    Para a história fica a vitória do Sporting perante um Porto de 45 minutos; um golo fora-de-jogo de Slimani, após declarações, no mínimo, infelizes de Bruno de Carvalho; a lesão penosa de ver do capitão do Porto; e, claro, a primeira derrota de Luís Castro no primeiro clássico da sua curta carreira enquanto treinador principal.

     

    O jogo de ontem marcou a primeira derrota de Luís Castro no comando do Porto  Fonte: www.jornalacores9.net
    O jogo de ontem marcou a primeira derrota de Luís Castro no comando do Porto
    Fonte: www.jornalacores9.net

     

    A derrota de ontem coloca o Porto em terceiro lugar a cinco pontos do Sporting e do apuramento directo para a Liga dos Campeões. Na verdade, está mais perto o Estoril do terceiro lugar do que o Porto do segundo. Não podemos, porém, classificar esta época como um falhanço absoluto. No campeonato, sim, o terceiro lugar está muito abaixo das expectativas de uma equipa campeã em título. Na Champions League também – embora ninguém tivesse a crença de um Porto campeão europeu, havia a ideia de que iria, pelo menos, passar a fase de grupos. Tal não aconteceu.

    Na Liga Europa, após três jogos sofridos (dois com os alemães do Eintracht Frankfurt e um com Nápoles) a janela para a próxima fase está entreaberta. Falta o embate no San Paolo, que é o recinto blindado do Nápoles. Com um golo de vantagem ganho no Dragão, o Porto vai ter de sofrer e realizar um jogo de sacrifício para passar.

    Nas Taças, Benfica e mais Benfica. Tanto na Taça de Portugal, como na Taça da Liga o Benfica é o adversário que está no caminho do Porto. Como já disse no passado, actualmente o Benfica pratica o melhor futebol em Portugal. No entanto, com o novo desenho táctico que muito bem funcionou no passado, o Porto tem os jogadores e a equipa para ultrapassar o Benfica. Não pode é, como em Alvalade, desaparecer após 45 minutos…

    Como tal, a derrota de ontem contribuiu para o afastamento do segundo lugar. Não compromete uma época mas custa milhões. O apuramento directo garante um encaixe financeiro enorme que, para qualquer clube, é uma mais-valia. O Porto não deve, mesmo assim, deitar a toalha ao chão. Ainda faltam sete jogos até ao final do campeonato e o Sporting, ainda que em ascendente de forma, precisa de mais maturidade. A época não está comprometida, mas as prioridades são, agora, diferentes. Sendo o campeonato uma miragem, está na hora de voltar as atenções para as Taças e para a Liga Europa. Até porque mudam as competições, mas mantém-se a vontade de vencer. E ainda há muito que o Porto pode vencer.

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