Ano Novo, velhos hábitos?

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    Sempre me assumi aqui um acérrimo defensor de Nuno Espírito Santo e dos seus pupilos, sobretudo naquele fatídico mês de novembro, absolutamente desolador em termos de resultados. Não posso, contudo, fazer vista grossa a algumas lacunas que o próprio Nuno tem demonstrado e que, por exemplo, custaram pontos no último jogo contra o Feirense.

    Não obstante todos os méritos que lhe atribuo desde a sua chegada ao Dragão, inclusive o reconhecimento da tarefa ingrata (mas aliciante!) que é resgatar um clube que nada vence há três anos, o que é certo é que há um aspeto em particular que merece a atenção do técnico e, claro está, dos jogadores. Muitos fatores podem estar na base do sucedido, desde a juventude da equipa, da pouca experiência do treinador ou até das dores de crescimento de que tanto se tem falado, mas não raras vezes se tem visto o FC Porto a deixar de carregar no acelerador logo após alcançar o primeiro golo.

    A reação de Nuno no último pós-match, reconhecendo o comportamento negativo da equipa depois do golo de Marcano, é algo que pode amenizar esta preocupação. Quererá isso significar que a intenção e as indicações do treinador não foram no sentido de fazer recuar a equipa nem de defender a magra vantagem, sujeitando-se ao empate que acabou mesmo por chegar.

    Que mensagem passará NES aos seus jogadores quando está em vantagem? Fonte: FC Porto
    Que mensagem passará NES aos seus jogadores quando está em vantagem?
    Fonte: FC Porto

    Contudo, essa é uma imagem que vem sendo vincada nos últimos jogos da equipa, sobretudo nos últimos três. Senão vejamos: em casa, com o Marítimo, o golo de Brahimi em cima do intervalo trouxe maior tranquilidade à equipa que abordou a segunda parte em velocidade de cruzeiro, acabando mesmo por fazer o 2-0 na única verdadeira oportunidade de golo que teve nesse período. Já a cinco minutos do final, os madeirenses reduziram e os portistas acabaram a partida com o credo na boca. Depois, novamente em casa, como o Chaves, há a destacar a alma com que a equipa encarou as várias adversidades, dando a volta a um resultado negativo, mas a voltar a passar os últimos dez minutos atrás da linha da bola a segurar uma vantagem preciosa. Agora, neste último jogo, o erro repetiu-se e, desta vez, com efeitos desagradáveis. A equipa sofreu mesmo o golo do empate e já não teve arte nem engenho para voltar a adiantar-se.

    Certo é que a Taça da Liga nunca foi uma prova valorizada pelos portistas, mas hoje tem de ser vista como mais uma oportunidade de quebrar a travessia no deserto em relação a títulos, sobretudo depois da eliminação precoce da Taça de Portugal. Para isso, é imperial vencer o Moreirense na próxima terça feira, e encarar a partida com a máxima seriedade, uma vez que marcar (muitos) golos é quase obrigatório. A prioridade será sempre o campeonato e a tentação de não jogar as fichas todas neste ‘decisivo’ duelo é grande, mas Nuno reconhece, e bem, que “o FC Porto tem a obrigação de ganhar em todas as competições”. Basta mostrá-lo!

    A retificação destes erros que o FC Porto tem demonstrado nos últimos jogos é algo que desejo ver concretizado neste ano que agora se inicia. Isso, e que 2017 nos traga os títulos de que tanto necessitamos. Esses são os velhos hábitos do Dragão!

    Foto de capa: FC Porto

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    Ricardo Anselmo
    Ricardo Anselmohttp://www.bolanarede.pt
    O azul e o branco é parte fundamental da vida do Ricardo. O amor pelo FC Porto faz dele um adepto ferrenho dos 'dragões'. Tem na escrita um amor quase tão grande como o que tem pelo clube, sendo sobre futebol que incide a maior parte das suas escrituras. No futuro, espera encontrar no jornalismo a sua ocupação profissional.                                                                                                                                                 O Ricardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.