#BnR5Anos: FC Porto

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    Como o tempo passa. Uma expressão dita tantas vezes e que tão bem se enquadra neste texto. São já 5 anos de Bola na Rede. 5 anos de um projeto que começou na ideia de vários estudantes que procuravam ter um lugar a solo no jornalismo. Enquanto colaborador, pertenço a esta família há pouco mais de dois anos. Desde esse início, já muito disse e escrevi no BnR.

    Umas vezes com mais imaginação e engenho do que outras, mas sem com a mesma paixão pela escrita e por aquilo que me traz, todos os domingos, a este espaço: o FC Porto. Em outubro de 2010, nascia o Bola na Rede. Coincidência ou não, nessa altura, via no campeonato português uma das mais equipas que mais vezes me vem à memória. 2010/2011 é, sem dúvida, uma das temporadas mais felizes da história do FC Porto. Depois do primeiro título de Jesus no Benfica, Pinto da Costa queria repor a ordem natural no futebol português. Jesualdo Ferreira abandonou o Dragão quatro anos depois de ter entrado, e para o seu lugar veio um jovem técnico desconhecido para a esmagadora maioria do mundo futebolístico.

    Falo, pois claro, de André Villas Boas. Um nome que trazia dúvidas, dada a falta de experiência como treinador principal. Mesmo tendo trabalhado com José Mourinho, a verdade é que poucos acreditavam que Villas Boas fosse o homem certo para o FC Porto. Para este texto, pediram-me que descrevesse os cinco melhores momentos do clube durante estes 5 anos de Bola na Rede. É, por isso, indispensável atribuir ao jovem treinador português alguns desses momentos.

    Cronologicamente, começo esta viagem pelo dia 7 novembro de 2011. Lembro-me desse domingo como se tivesse sido ontem. O Dragão estava cheio que nem um ovo. Eram 50 mil nas bancadas, com uma esperança enorme em vencer o rival Benfica. A liderança e as boas exibições no início de época davam uma confiança inabalável aos portistas. O jogo trouxe 90 minutos de talento puro do FC Porto. Hulk, Varela, James, Falcao, João Moutinho… tanta e tanta classe durante um clássico em que o Benfica foi completamente esmagado. Os 5-0 deixaram o FC Porto de André Villas Boas na história, num jogo que simboliza de forma perfeita uma época dourada.

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    Hulk foi a figura principal da goleada ao Benfica em 2010
    Fonte: orgulhotripeiro.com

    O segundo capítulo desta viagem ao passado tem os mesmos protagonistas: Benfica e FC Porto. 3 de abril de 2011 tinha tudo para ficar na história dos azuis e brancos. O campeonato nacional tinha sido um “passeio no parque” e já só faltava fechar com chave de ouro. O palco não podia ser melhor: o estádio da Luz. O Benfica entrava completamente destroçado depois de uma época onde as desilusões se acumulavam. Mesmo contando com a qualidade de Aimar, Salvio, Gaitán e Saviola; o FC Porto entrava no reduto do rival com tudo para se sagrar campeão nacional. Guarin e Hulk fizeram os jogos do jogo do título e permitiram que, após o apito final de Duarte Gomes, os portistas vissem história a acontecer no relvado. Às escuras e com o sistema de rega ligado, mais uma vez o FC Porto de AVB deixou uma marca inapagável.

    O terceiro jogo deste top 5 também teve o dedo de Villas Boas. É certo que, para alguns adeptos, conquistar o título no Estádio da Luz é algo sem comparação possível. Para mim, houve ainda assim algo mais memorável do que essa vitória. O percurso do FC Porto na Liga Europa 2010/2011 teve momentos inesquecíveis. A goleada por 5-1, na meia-final, no Dragão, frente ao Villareal, traz-me à memória uma das melhores exibições do FC Porto a nível europeu. Ainda assim, e como não podia deixar de ser, o terceiro jogo que mais me marcou é a final de Dublin. 18 de maio de 2011 fica na história do futebol português, com a primeira final europeia entre duas equipas portuguesas. FC Porto e Sp. Braga chegavam à capital irlandesa com o objetivo de vencer um troféu nitidamente pautado pelo domínio das equipas ibéricas. Depois da conquista do campeonato nacional de forma tão brilhante, a Liga Europa era a cereja em cima do bolo. O cabeceamento fulgurante de Falcao, a cruzamento perfeito de Guarin, foi o momento de glória de uma final cuja qualidade ficou longe do esperado. Depois da conquista da Taça UEFA em 2003 e da Liga dos Campeões em 2004, o FC Porto conquistava o terceiro título europeu do séc. XXI.

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    A vitória na Liga Europa em 2011 é um capítulo dourado do FC Porto
    Fonte: misticadodragao.blogspot.com

    O quarto encontro deste álbum volta a ter o Benfica como adversário. É preciso por isso recuar ao dia 11 maio de 2013. A 3 jornadas do fim do campeonato, o FC Porto estava com 4 pontos de desvantagem para o Benfica. O título era quase uma formalidade para o clube encarnado. Isto até ao Estoril de Marco Silva entrar em ação. O empate dos canarinhos frente à equipa de Jorge Jesus fez com que os portistas reduzissem a desvantagem para metade.

    Por isso, o jogo frente aos lisboetas na penúltima jornada era um verdadeiro teste de fogo. Se o FC Porto não vencesse, o título estava praticamente entregue. No caso de vitória dos dragões, o campeonato sofria a reviravolta total e o título ficava quase nas mãos da equipa de Vítor Pereira. Do jogo, fica a memória do célebre minuto 92… o tal em que Liedson fez uma assistência quase perfeita para um golo absolutamente inacreditável de Kelvin. No jogo do título, um dos heróis mais improváveis da história. Kelvin, um jovem que pouco contava para Vítor Pereira mas que, com esse golo, ficaria para sempre na história azul e branca, ao marcar o golo do título.

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    Kelvin apontou o golo decisivo do título em 2013
    Fonte: ndonline.com.br

    Por último, mas não menos importante, recordo uma das vitórias mais improváveis do FC Porto a nível europeu. A 15 de abril de 2015, a equipa de Julen Lopetegui chegava aos quartos-de-final da Liga dos Campeões depois de um percurso quase perfeito. A invencibilidade na competição fazia crescer o sonho dos portistas, mesmo com o Bayern Munique como adversário. Os bávaros chegaram à cidade invicta sem alguns titulares, mas a verdade é que jogadores como Xabi Alonso, Thiago Alcântara, Gotze, Muller e Lewandowski continuavam como figuras principais de uma equipa absolutamente dominadora dentro e fora de portas. Ainda assim, naquele fim de tarde, foi o “humilde mas consistente” FC Porto que reinou na Liga Milionária. Com uma exibição tremendamente inteligente, aproveitando os erros adversários, os azuis e brancos deram aos milhares de adeptos que encheram o Dragão uma vitória como há muito não se via.

    Acredito que, fazendo uma sondagem à maioria dos portistas, estes fossem os 5 momentos escolhidos pela esmagadora maioria. Apesar do título nacional já fugir há duas temporadas, estes cinco anos trouxeram, ainda assim, muitos momentos inesquecíveis para a plateia portista. Dentro e fora de portas, os últimos cinco anos trouxeram um FC Porto com muitos altos e baixos e, sobretudo, com momentos que, para o bem e para o mal, não podem jamais ser esquecidos.

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