Especial Clássico: Sporting 1-1 FC Porto

    Sporting e FC Porto defrontaram-se ontem à noite em Alvalade com a perspectiva de se aproximarem do líder Benfica, que joga hoje no Estoril. Os leões entraram muito melhor e chegaram cedo ao golo, por intermédio de Jonathan Silva, e podiam ter ampliado a vantagem numa primeira parte que controlaram. Mas não foram capazes e, no segundo tempo, as mexidas de Lopetegui contribuíram para o FC Porto equilibrar as contas. O auto-golo de Naby Sarr consumou a reacção portista e incomodou um Sporting que foi perdendo gás. Os dragões tiveram uma fase de maior fulgor, mas ambas as equipas podiam ter marcado o segundo golo. No final, deu empate. O Sporting é agora 5º e o FC Porto 2º, ambos à condição. João Sousa, pelo Sporting, e Filipe Coelho, pelo FC Porto, dão-nos a sua perspectiva do encontro.

    O Sexto Violino

    Sem centrais não haverá muitas vitórias…

    Foi uma primeira parte de total domínio do Sporting, literalmente desde o primeiro minuto: ainda havia gente a entrar em Alvalade e já os adeptos leoninos celebravam o golo, por intermédio de um Jonathan Silva que promete ser uma dor de cabeça para o concorrente Jéfferson. Cabeceamento forte e colocado a concluir com êxito uma jogada que começou numa recuperação de bola de Nani a meio-campo (à luz das regras, devia ter havido penálti e expulsão de Danilo por mão na bola, o que deixaria o Porto a jogar com 10 durante 88 minutos).

    A desorientação na retaguarda portista foi, aliás, também mérito do Sporting, que entrou mandão e a um ritmo elevado, mantendo-se assim durante os primeiros 20 minutos. Os extremos estavam endiabrados (Nani, com um requinte superior, começou a jogada do golo e foi nesta altura um perigo constante, mas Carrillo também trocou as voltas aos defesas adversários), os laterais apareciam várias vezes a ajudar, a equipa pressionava alto e não deixava o Porto sair a jogar.

    No miolo, William parecia estar melhor do que em jogos anteriores mas ainda falhou alguns passes e Adrien não se exibia a um nível exuberante embora cumprisse. Mas era em João Mário que se notava a principal melhoria. Que diferença vê-lo a ele no lugar de André Martins! Tanto a sua qualidade de passe como a rapidez de decisão são superiores às do colega a quem parece ter roubado em definitivo a titularidade. Na frente, Slimani batalhava e criava perigo relativo. Ficou um amarelo por mostrar a Martins Indi num lance em que o argelino teve alguma sorte em não ver outra cor – da mesma forma que Quaresma podia ter sido expulso após pontapear Nani.

    O Porto tentou equilibrar nos últimos minutos, mas o Sporting podia ter ido para o intervalo a vencer por 2 ou por 3: João Mário rematou fortíssimo para boa defesa de Fabiano e falhou, minutos depois, um cabeceamento à boca da baliza – isto para além de um tiro de Nani que por azar saiu à figura. O Porto revelava-se apático e quase não apareceu, fruto também de 45 minutos muito dinâmicos do Sporting.

    Mas os erros e a inexperiência pagam-se caro. Ao não conseguirem ir para intervalo com mais do que a vantagem mínima, os leões sabiam que o Porto ainda estava completamente dentro do jogo. E os portistas dificilmente desperdiçam tantas ocasiões como aquelas que o Sporting havia esbanjado até então. É aqui que entra o principal motivo pelo qual a equipa de Alvalade não levou os 3 pontos: os centrais voltaram a apresentar-se a um nível inaceitável para um candidato ao título.

    jonathan
    Jonathan Silva não se intimidou e, na estreia em Alvalade, apontou o seu primeiro golo pela equipa principal do Sporting. Aposta ganha pelo treinador.
    Fonte: zerozero.pt

    Maurício esteve sofrível sobretudo ao dar muito espaço nas costas e permitir a entrada de bolas longas, mas Sarr fez isso e muito mais: abordou mal uns lances, posicionou-se mal noutros e deixou passar bolas pelo ar, não fazendo jus àquele que seria o seu ponto mais forte. A sua qualidade de passe e as suas tentativas de sair a jogar foram quase sempre risíveis. E nem precisava de ter marcado o auto-golo para ter sido o pior em campo.

    Não gosto de apontar o dedo a jogadores nem de particularizar as questões, até porque se trata aqui de um jovem acabado de chegar a Portugal, mas não seria melhor deixar Naby Sarr evoluir durante uns tempos na equipa B até ele se adaptar ao nosso futebol? Para passar de atleta do Lyon B para titular de um grande clube europeu tem de se ser um jogador acima da média. E, até agora, o registo de Sarr não podia andar mais longe desse estatuto.

    Depois do auto-golo, o jogo entrou num ritmo mortiço. O Porto conseguiu cedo aquilo que queria, não só devido ao erro de Sarr mas também por causa de um William pouco incisivo tanto no passe como na manobra defensiva e de um Adrien que pareceu não regressar dos balneários. Em suma, o mesmo meio-campo que tinha enchido o terreno na primeira parte estava agora a ver jogar. Isto a juntar a um Nani que também caiu muito e a um Carrillo cheio de garra mas que rebentou cedo, substituído por um Capel que ficou a centímetros de um golo do outro mundo (míssil sem preparação que embateu na barra).

    Aos 73 minutos houve uma carga de Alex Sandro sobre Slimani passível de grande penalidade na área do Porto, mas Olegário Benquerença entendeu não marcar. O Sporting só pareceu perder os medos nos últimos 10 minutos, embora o ataque verde-e-branco tenha esmorecido com a saída do argelino. Apesar de o Porto ter tido uma grande oportunidade no início da segunda parte e duas no fim, o Sporting merecia algo mais da partida. Não o conseguiu devido à ineficácia, à inexperiência, à infelicidade e a dois centrais que têm tirado mais pontos à equipa do que aqueles que têm dado. E nada indica que as coisas melhorem caso Marco Silva continue a insistir nesta dupla…

    patricio e defesas
    Rui Patrício esteve em destaque pelo Sporting, mas mais uma vez Maurício e Sarr não lhe deram a cobertura adequada…
    Fonte: zerozero.pt

    Cédric (6) – Foi subindo de nível. Viu cedo o amarelo e deixou Tello escapar no primeiro lance da segunda parte mas, fora isso, não esteve mal. E é preciso lembrar que “levou” com o endiabrado Brahimi. No primeiro tempo apareceu algumas vezes a apoiar o ataque. Foi o melhor do quarteto defensivo

    Maurício (5) – Exibição insuficiente. Apesar de ter feito alguns cortes importantes, deu muito espaço a Jackson e mostrou intranquilidade. É verdade que jogar com Rojo ao lado dava outra segurança mas, na ausência do argentino, Maurício tem de ser uma firme voz de comando. E isso continua a não acontecer

    Jonathan Silva (6) – Não só não acusou a pressão, como apareceu bem a fazer o golo. No melhor período do Sporting ajudou bem os extremos, embora na segunda parte tenha tido algumas dificuldades a defender

    William Carvalho (5) – Onde anda o William da época passada? A classe está lá, mas isso não chega para ganhar jogos. Muitas vezes recupera bem a bola mas depois entrega-a mal. Hoje, uma perda de bola sua na segunda parte podia ter valido novo golo ao adversário. Dado o desnorte dos centrais, seria de esperar que William ajudasse mais a fechar e fosse mais rápido a recuperar. Tem de melhorar rápido.

    Adrien Silva (4) – Não aguenta mais de 45/50 minutos – muito pouco para um jogo de hora e meia. Raramente fez a diferença, tanto a atacar como a defender. Bem substituído pelo treinador, numa alteração que pecou por tardia.

    João Mário (7) – O melhor do meio-campo. Capacidade de decisão, critério no passe e maturidade a abordar o jogo. Não teve uma exibição de encher o olho mas também não se intimidou. Continua a consolidar a sua presença no onze; a diferença em relação a André Martins é abissal. Ainda assim, falhou um golo que não podia falhar.

    Carrillo (7) – Muito bom enquanto durou. Foi rápido e imprevisível e até ajudou na defesa. O problema de Carrillo não é a qualidade, mas sim a consistência. Neste início de época tem aparecido a um bom nível de forma regular. O próximo passo é aguentar os 90 minutos.

    Nani (6) – Na primeira parte fez a diferença, na segunda escondeu-se e não foi a chave de que o Sporting precisava. Mas o que é preocupante é a equipa também não reagir quando Nani desaparece…

    Slimani (6) – Percebe-se a aposta nele contra uma defesa e um meio-campo muito físicos. O argelino bateu-se bem, embora não tenha tido um lance de golo. Nem por sombras tem a qualidade de Jackson ou o virtuosismo de Montero, mas lutou bastante e era isso que se lhe pedia. Saiu e o ataque do Sporting morreu.

    Capel (5) – Inconsequente, num jogo que podia ter sido de glória pessoal caso o grande remate que enviou à barra tivesse ido apenas uns centímetros mais abaixo. Tentou agitar o jogo mas esteve sempre muito sozinho.

    Montero (-) – A sua entrada fazia sentido, mas talvez para jogar ao lado de Slimani. Foi presa fácil e também não teve minutos suficientes para fazer o que quer que fosse.

    Carlos Mané (-) – Fez Nani derivar para o meio, mas talvez tivesse rendido mais caso tivesse sido ele a ocupar essa posição. Seja como for, esteve pouco tempo em campo.

     

    A Figura

    Rui Patrício (8) – Enorme jogo do capitão! Pode parecer injusto escolher o guarda-redes como figura de um jogo em que o Sporting até foi melhor, mas a verdade é que Patrício salvou a equipa quando esta mais precisou dele. A defesa que fez quando Jackson lhe apareceu isolado vale um golo, e o mesmo se pode dizer do remate em jeito de Herrera. Não merecia ter à frente dois centrais tão aflitivos, porque quase todos os lances de perigo do Porto nasceram de erros da defesa ou do meio-campo leoninos. Carrillo foi outro dos destaques e merece menção honrosa.

    O Fora-de-Jogo

    Naby Sarr (3) – Já são demasiados pontos perdidos à custa dos centrais. Ou um jogador é craque e justifica a entrada no onze do dia para a noite, ou tem de evoluir na equipa B antes de se assumir como titular. Ainda para mais um jovem contratado para um eixo defensivo que, no ano passado, era o ponto forte da equipa. O auto-golo é um lance de azar, mas nem era preciso isso para Sarr ser de novo o destaque pela negativa. Percebo que Marco Silva não queira queimar um jovem recém-chegado. No entanto, neste momento, a maior hipótese de isso acontecer é continuar a incluí-lo no onze.

    João Vasconcelos e Sousa

     

    dosaliadosaodragao

     

    Uma equipa, duas caras

    Preparar um jogo durante toda uma semana, elaborar uma estratégia e fazer com que os jogadores a assimilem é função de Lopetegui. Porém, em Alvalade, toda esta ruiu que nem um castelo de cartas, que nem um passe mal medido de Rúben Neves, que nem uma mancha com mau timing por parte de Fabiano, que nem um golo do improvável Jonathan Silva. Sim, foi logo ao 2º minuto de jogo. Feliz e oportuno, o Sporting apropriou-se da vantagem no marcador para tomar conta da partida, liderar o meio-campo e aplicar os grandes argumentos que tem ao nível do 1×1 nos corredores laterais.

    O FC Porto, por sua vez, já sem plano e também sem estratégia, não tinha ideia de como sair da encruzilhada. Foi uma primeira parte penosa do Dragão – amorfo e apático, vazio e imóvel. O meio-campo formado por Casemiro, Rúben Neves e Herrera passou 45’ a ver jogar: sem se conseguir impor, com unidades estáticas e sem ideias, apenas procurando lateralizar jogo e corporizando a ideia já visível de que Lopetegui dá primazia à exploração dos corredores laterais, ao invés da penetração pelo centro do terreno. Neste ponto, aliás, Alvalade foi a prova provada de que Casemiro e Rúben são gémeos na sua forma de jogar: ambos têm excelente capacidade de passe, é certo (embora pouco aproveitada ao nível do passe vertical), mas raramente se conseguem soltar para uma 2ª linha de meio-campo, dando outra profundidade e, sobretudo, criatividade em termos ofensivos.

    Mas houve e há outros problemas. Querer carrilar o jogo preferencialmente pelas alas não é, per si, um problema. A questão é que, em Alvalade, Quaresma voltou à titularidade e às exibições sombrias, não logrando nunca desequilibrar e, pior do que isso, perdendo bolas de forma infantil. E há mais: sobretudo na primeira parte, Danilo e Alex Sandro pouco se mostraram em termos ofensivos, ficando, surpreendentemente, no primeiro momento de construção ofensiva, na linha dos defesas centrais, diminuindo ainda mais as hipóteses de um jogo fluido por parte do FC Porto. Por tudo e por isso, o Dragão que esteve na primeira parte em Alvalade foi uma equipa que raramente se soltou (houve sempre Brahimi ou Jackson nos períodos menos maus nesta fase), que pretendia uma construção pausada mas, incoerentemente, sem conseguir oferecer soluções de passe ao portador da bola. Uma equipa sem plano e com pouco mais do que dois remates relativamente perigosos – Rúben Neves e Jackson.

    herrera
    Herrera voltou a ser protagonista do melhor e do pior.
    Fonte: www.maisfutebol.iol.pt

    Ao intervalo, Lopetegui fez o óbvio e a equipa melhorou substancialmente. Retirar Rúben Neves e Quaresma para lançar Óliver e Tello fez o FC Porto comparecer ao jogo. Se os primeiros 45’ haviam sido dominados quase integralmente pelo Sporting, o Dragão da segunda parte (do inicio, sobretudo) tomou conta da partida: Óliver e Herrera, cada um no seu estilo, agarraram o meio-campo e viraram o jogo para o lado do FC Porto; Danilo e Alex Sandro tornaram-se mais interventivos ofensivamente; Tello veio dar velocidade e explosão numa das alas; e tudo isto fez com que a equipa se aproximasse de Jackson. Ao mexer nas peças, o treinador espanhol deu um sinal claro do que pretendia e a equipa soube corresponder, imprimindo outra dinâmica no jogo – a equipa passou a virar o centro de jogo de forma mais rápida e assertiva, sempre com a preocupação da largura, mas tendo, agora mais, a potencialidade de penetrar pelo centro e, por isso, dispondo de outras soluções para explorar os pontos fracos da organização defensiva leonina.

    Os primeiros 10 minutos da segunda parte foram decisivos para perceber, finalmente, que o FC Porto queria vencer o jogo. Tello, mesmo não tendo sempre o melhor poder de decisão, deu “água pela barba” aos laterais, e foi numa das suas incursões pela direita (após um bonito início de jogada) que endossou a Danilo para este cruzar para o auto-golo de Sarr (56’). De seguida o infortúnio bateu à porta: na disputa de um lance, Casemiro lesionou-se e teve de ceder o lugar a um adaptado Diego Reyes; mais do que isso, esta paragem no jogo serviu para o Sporting se tentar reencontrar e atenuou las ganas da equipa portista. De todo em todo, à excepção de um enormíssimo remate de Capel à barra, foi sempre o FC Porto a dispor das melhores oportunidades de golo: Jackson isolado para defesa de Patricio; jogada de classe de Herrera para enorme defesa do #1 do Sporting; e, finalmente, no canto do cisne, jogada iminente de golo, com Tello a optar pela conclusão individual e a rematar ao lado do poste.

    Clássico é clássico e a arbitragem é assunto ao qual não se pode fugir. Slimani colocou as mãos e empurrou Martins Indi mas o juiz preferiu a resolução mais salomónica – apesar da ‘loucura’ do argelino, a decisão aceita-se. Mais complicado será, porém, justificar o lance em que, dentro da área, Maurício corta com a mão um remate de Jackson que se encaminha para a baliza, aos 89’ …

    Tudo somado, não tendo sido um grande jogo, foi uma partida com belos momentos de futebol. Com outra clarividência e poder de decisão (no último lance, Tello tem Brahimi no centro completamente isolado e na “cara” do golo), o FC Porto poderia ter vencido a partida. Ainda assim, em função da bela primeira parte do Sporting, o resultado ajusta-se perfeitamente.

    FBL - POR - LIGA - SPORTING - PORTO
    Oliver revolucionou o futebol portista
    Fonte: zerozero.pt

    Fabiano (6) – Acaba por ter culpas no lance do golo, na medida em que se sai à bola a destempo. Depois disso, esteve sempre seguro, tranquilo e no caminho do esférico, nunca tremendo (nem mesmo quando teve de jogar com os pés).

    Danilo (6) – Jogo em crescendo. Entrou mal, teve dificuldades no 1×1 defensivo (Nani e Carrillo foram diabólicos na primeira parte) mas com o decorrer do jogo foi-se mostrando e incorporando com qualidade no processo ofensivo – esteve na origem do golo portista.

    Martins Indi (6) – Um esquerdino a jogar do lado direito do eixo defensivo deve ser praticamente inédito. Não obstante, o holandês demonstrou uma grande personalidade, sendo incisivo sobre Slimani e ganhando muitos lances aéreos ao argelino.

    Marcano (8) – Grande exibição do espanhol! Sempre bem posicionado e atento, soube dobrar os companheiros e foi enérgico nas bolas divididas, ganhando-as quase sempre. Além disso, é um central com visão de jogo e qualidade passe, provando as boas indicações que tinha deixado no encontro diante do Boavista.

    Alex Sandro (4) – Exibição apagada e complicativa do lateral esquerdo brasileiro. Precipitações, passes incompreensíveis, posicionamento deficitário foram alguns dos erros do #26 portista que, ainda assim, melhorou na 2ª parte.

    Casemiro (5) – Performance regular do brasileiro. Na 1ª parte teve de ser bombeiro muitas vezes, acorrendo a diversas incidências – não esteve mal nesse papel mas com bola pouco ou nada acrescentou ao jogo portista. Saiu lesionado aos 60’.

    Rúben Neves (4) – Fazer copy-paste da avaliação a Casemiro seria fácil demais … O que é certo é que a sua exibição foi semelhante à do brasileiro, pouco acrescentando ao FC Porto em termos ofensivos. Foi dele o passe errado que deu origem ao golo leonino, num lance em que foi evidente a preocupação de lateralizar o jogo. Por vezes, uma preocupação excessiva. Saiu ao intervalo.

    Herrera (7) – Exibição com altos e baixos (mais uma!). Não começou bem mas foi-se soltando com o decorrer do jogo e na segunda parte, em algumas fases, foi o motor da equipa. Tem qualidade técnica, dá profundidade e sabe romper. Porém, continua a ter dificuldades em alguns momentos do jogo, designadamente ao nível do passe e da colocação do corpo. Não fosse Patrício e teria assinado um golo monstruoso.

    Brahimi (7) – Na primeira parte só ele e Jackson deram um ar de sua graça. Partindo do flanco esquerdo, tentou levar a equipa para a frente, no seu jeito irrequieto, trazendo muitas dificuldades a Cédric. Porém, esteve sempre desacompanhado. Deu a sensação de que se desgastou demasiado nessa fase, pagando o esforço na segunda parte. De todo em todo, a magia esteve sempre lá.

    Jackson (7) – Que qualidade! A forma como, mais uma vez, demonstrou saber segurar a bola e fazer jogar a equipa é deliciosa. Essa capacidade foi ainda mais importante no primeiro tempo quando o Dragão estava demasiado atónito – nessa fase Jackson tentou mas foi inconsequente. Esteve mais em jogo nos segundos 45’ mas sobra a (enorme) frustração de ter falhado um golo cantado.

    Tello (7) – Rendeu Quaresma ao intervalo e trouxe muito daquilo que faltava ao FC Porto no último terço do campo – explosão, velocidade e verticalidade. Causou muitos calafrios à defesa sportinguista mas precisa de ser mais inteligente em alguns momentos – foi-o no lance do golo, já não o foi na última jogada da partida onde poderia ter oferecido o golo a Brahimi.

    Reyes (6) – Substituiu Casemiro ao minuto 60. Se se pensou que o meio-campo azul e branco estremeceria, puro engano! Habitando a posição do #6 portista, o mexicano entrou muito bem na partida, ocupando muitíssimo bem os espaços e sendo ainda uma bela surpresa ao nível da circulação de bola, demonstrando capacidade de bascular o jogo de forma lesta.

     

    A Figura

    Óliver (8) – Entrado ao intervalo, revolucionou o jogo da equipa! Assumiu as rédeas do Dragão, surgindo pelo centro do terreno, atrás e à frente, à frente e atrás, oferecendo soluções de passe e mobilidade. Com ele a equipa tornou-se mais dinâmica e rápida, fruto da sua inteligência e capacidade de passe. Para além disso, sabe quando e como pressionar o adversário. Se tivesse jogado desde o inicio …

    O Fora-de-Jogo

    Quaresma (3) – Exibição risível. Regressar a Alvalade no dia do seu aniversário e depois da estrondosa exibição que lá rubricou a época passada era o quadro ideal – porém, em português corrente, o “Cigano” borrou toda esta pintura. Um remate muito longe do alvo e um cruzamento bem medido para Jackson foi o máximo que conseguiu, depois de um rol de bolas perdidas e de más decisões (e de uma entrada despropositada sobre Nani). Saiu ao intervalo.

    Filipe Coelho

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