O jogo no Dragão começou praticamente com os festejos do golo do Vitória de Setúbal frente ao Sporting, que permitiria aos dragões, em caso de vitória, saltar novamente para a liderança isolada, independentemente do resultado que se verificar na segunda parte com o Estoril. Sem fazer uma excelente exibição, o FC Porto poderia, ainda assim, ter conseguido um resultado bem mais volumoso, evitando alguns calafrios que o Tondela haveria de causar na parte final do jogo.
Sem pensar em poupanças para as meias-finais da Taça da Liga diante do Sporting, Sérgio Conceição fez alinhar os melhores diante da formação beirã, aproveitando a embalagem da escorregadela do rival para deixar a mensagem aos seus jogadores de que não se podia facilitar. Entrar forte, resolver o jogo cedo e gerir o esforço para o clássico da próxima quarta. Tudo parecia encaminhado quando Sulley, médio ganês do CD Todela, estendeu a passadeira a Marega para abrir o ativo, e com a maior das facilidades o FC Porto chegava à vantagem. Mas nem tudo foi um mar de rosas, pois o dragão acomodou-se e os forasteiros foram, a espaços, subindo no terreno, chegando a colocar José Sá em sentido com um remate de Tomané à meia volta. Antes do descanso, a jogada mais bonita do encontro merecia um final diferente. Danilo toca para Corona, vai buscar mais à frente e serve novamente o mexicano de calcanhar que acaba por ver Cláudio Ramos defender.
O FC Porto sentia algumas dificuldades para penetrar na defensiva tondelense e voltou a apostar na profundidade, com bolas longas a explorar a velocidade de Marega. Já o Tondela, que vinha de uma série positiva de três jogos sem perder, chegava ao intervalo com legítimas aspirações de enervar os portistas na segunda parte. E isso foi conseguido, essencialmente devido a mais uma noite de grande inspiração do guarda redes Cláudio Ramos, que evitou golos de Brahimi, Felipe, Corona, Danilo e Marega.
Com o tempo a passar e o jogo a encaminhar-se para o final, restava à equipa beirã apostar nas bolas paradas para tentar operar uma gracinha. O empate nunca esteve perto, mas as aproximações à baliza de Sá iam-se sucedendo e os suspiros das bancadas eram audíveis. Com espaço, Hernani e Marega iam tentando colocar um ponto final nas dúvidas, mas a clarividência nunca foi a melhor. À parte disso, ficam os três pontos que permitem aos portistas reassumirem a liderança isolada, com a certeza de que entram na Amoreira mais descansados, no dia 21 de fevereiro, para os 45 minutos que faltam.