À terceira esteve quase a ser de vez. Este poderia muito bem ter sido o provérbio ideal para traduzir esta alucinante partida de futebol, sempre disputada em alta rotação, com os algarvios a deixarem (mais uma vez) uma excelente réplica. Faltou pouco para que se confirmasse a eventual surpresa que Vítor Oliveira deixara no ar na véspera. Ponta final de muita crença azul e branca permitiu a passagem à próxima eliminatória, num jogo em que Casillas voltou à baliza e Sérgio Conceição foi expulso.
Sérgio Conceição assegurou alguma desconfiança para com os elogios de Vítor Oliveira na véspera da partida e, como tal, apresentou o melhor onze, dentro das limitações conhecidas. As entradas de Casillas, Óliver e André André fizeram sentar Brahimi e José Sá, ao passo que a ausência de Herrera, por lesão, seria inevitável.
O início do jogo não permitia antever a dificuldade em que se transformaria o resto da partida. Danilo, aos 5’, abriu o ativo quando surgiu solto na área para responder a um canto de Alex Telles. Tudo parecia fácil, mas a réplica dos algarvios era forte e exigia concentração a todos os níveis, algo que a defensiva portista não teve, quando deixou, nas suas costas, o ponta de lança Wellington esquecido. Meio aos repelões, o brasileiro lá aproveitou para bater Casillas e premiar a audácia visitante, que ia colocando em sentido a equipa portista.
Face a tamanhas dificuldade para encostar o rival e partir para cima dele, Sérgio não perdeu tempo e, com cinco minutos do segundo tempo, lançou Brahimi para o lugar do apagado Hernani. O argelino agitou o ataque mas não foi, pelo menos no imediato, o antídoto certo para os males portistas. Esse (antídoto) viria a ser a bomba de Pedro Sá que deixou Casillas imponente para travar o segundo dos algarvios. A reviravolta estava consumada aos 67’, e a sombra de uma eliminação precoce da competição pairou no relvado e nas bancadas do Dragão. Mas a reação, apesar de tardia, acabou por chegar.
Antes de ser expulso, por excessos nos protestos, Sérgio lançou as cartas que podia, promovendo a estreia de André Pereira (por troca com André André) e a inclusão de Layún, por troca com Corona. Uma vintena de minutos sem uma única oportunidade e o desespero acercava o coração e a cabeça de todas as almas portistas, quando já o quarto árbitro mostrava a placa com os sete minutos de descontos, que castigavam as demoras nas substituições de Welligton e Tabata. Perante tamanha agitação, eis que o génio de Brahimi descobriu a aberta perfeita para deixar Aboubakar isolado (aos 90’) e este, com sangue frio, não desperdiçou. A explosão de alegria e descompressão de toda a acumulação nervosa viria a ser uma realidade ao quarto minuto de compensação, quando uma receção falhada do camaronês deixou a bola escancarada para o argelino consumar a reviravolta e carimbar o bilhete para a próxima fase.
Como jogou o FC Porto:
Titulares: Casillas, Ricardo, Felipe, Marcano e Alex Telles; Danilo, Oliver e André André; Corona, Hernani e Aboubakar.
Suplentes: José Sá, Reyes, Sérgio Oliveira, Brahimi, Galeno e André Pereira.
Substituições: Brahimi por Hernani aos 52’, André Pereira por André André aos 69’ e Layun por Corona aos 75’
Suplentes não utilizados: José Sá, Reyes, Sérgio Oliveira e Galeno.
Cartões: Amarelos a Alex Telles, Marcano e Layún.
Golos: Danilo aos 5’, Aboubakar aos 90’ e Brahimi aos 94’.
Como jogou o Portimonense:
Titulares: Carlos Henriques, Hackman, Felipe Macedo, Rúben Fernandes, Lumor, Rosell, Pedro Sá, Tabata, Dener, Wellington e Nakajima.
Suplentes: R. Ferreira, Ewerton, Fabrício, M. Henrique. Manafá, Pires e Jadson.
Substituições: Ewerton por Dener aos 64’, Jadson por Wellington aos 84’ e M. Henrique por Tabata aos 88’.
Suplentes não utilizados: R. Ferreira, Fabrício, Manafá e Pires.
Cartões: Amarelos a F. Macedo aos 45’ e aos 76’, Pedro Sá aos 60’, Wellington aos 84’ e Tabata aos 88’. Vermelho a F. Macedo aos 76’.
Golos: Wellington aos 30’ e Pedro Sá aos 67’.