Com duas surpresas no onze titular (Quaresma e Adrián) e uma nuance táctica pouco vista esta época (Adrián jogou como segundo avançado, e Brahimi foi o elo de ligação entre Herrera e a última linha ofensiva do conjunto de Lopetegui), viu-se o melhor FC Porto de toda a época!
Ainda alguns adeptos estavam a entrar no Estádio do Dragão quando Brahimi deu início a (mais) uma exibição de gala, finalizando com classe depois de um erro tremendo do guarda-redes do BATE. Numa exibição imaculada em toda a primeira parte, os azuis e brancos dominaram a frágil equipa bielorrussa e só não chegaram ao segundo golo mais cedo porque tanto o poste como o guardião adversário não o permitiram. Esse momento chegou apenas aos 31 minutos, quando Brahimi fez o golo da noite, num lance “Maradoniano”: recebeu a bola ainda antes do meio-campo, passou pelos adversários como se eles fossem pinos de treino e largou a “redondinha” para o fundo das redes. O intervalo não chegaria sem que o inevitável cha cha cha Martinez fizesse o seu golinho, a responder de cabeça a uma “bala” de Danilo. Uma primeira parte de luxo.
Com uns confortáveis 3-0, era de esperar que Lopetegui pedisse para os jogadores apenas gerirem esforço na segunda parte e retirasse do xadrez de jogo algumas das suas peças fundamentais (o “Rei” Brahimi, a “Torre” Jackson e o “Cavalo” Alex Sandro). Mas hoje a equipa recusou-se a tirar o pé do acelerador, e Brahimi, dois minutos antes de sair, completou um hat-trick com uma fabulosa cobrança de um livre directo. Saiu e recebeu a ovação da noite. Brilhante. Tudo correu na perfeição, e a cereja no topo do bolo foi a entrada de Aboubakar, que se estreou a marcar de dragão ao peito. Pelo meio também Adrián fez um golo – o primeiro com a camisola do Porto.
6-0, número bonito na noite em que o Porto celebrou 200 jogos na competição mais importante da Europa. Nota também para a grande gestão feita por Lopetegui, a demonstrar que não existe um “caso Quaresma” e a deixar o Mustang 90 minutos em campo. Para finalizar, e por falar em Quaresma, é doloroso vê-lo continuar a bater (e a falhar) pontapés de canto; não houve um único que tenha levado perigo à baliza adversária, e isso já não é de agora.
A Figura
Brahimi/Maicon – O argelino, que trata a bola por “tu”, continua a demonstrar o porquê de ser considerado o melhor reforço deste Verão no campeonato português: a sua qualidade técnica é de um jogador acima da média. Maicon tem sido um autêntico muro na defesa azul e branca: finalmente impôs-se no plantel.
O Fora-de-Jogo
Casemiro/BATE – Continuo a ter dificuldades em apreciar o tipo de jogo de Casemiro, mesmo sabendo que é um jogador útil. Entre ele e Rúben Neves continuo a preferir o jovem português. A equipa do BATE é demasiado fraquinha, não tem estofo para estar nesta prova.