Gil Vicente 1-5 FC Porto: Dragão “vestido de galo”

    a minha eternidade

    O Futebol Clube do Porto deslocou-se a Barcelos para defrontar o Gil Vicente, numa partida em que acabou por vencer folgadamente, por 1-5, ainda que tenha tido bastantes dificuldades, mais concretamente no primeiro terço do jogo. Os portuenses explanaram-se no seu 4x3x3 de sempre, com Fabiano na baliza, Alex Sandro, Martins Indi, Maicon e Danilo no quarteto defensivo, Casemiro, Óliver e Herrera no miolo e Brahimi, Tello e Jackson no tridente ofensivo.

    Os primeiros vinte minutos foram muito complicados para os azuis e brancos, com o Gil Vicente a criar quatro situações de finalização perigosas, sem que os forasteiros ameaçassem a baliza contrária. Os gilistas foram muito ameaçadores nas bolas paradas, jogaram bem subidos, pressionando a saída de bola do Porto, nomeadamente o pivot brasileiro Casemiro (denota dificuldades na saída de bola desde a posição 6), ganharam inúmeros lances divididos e segundas bolas e conseguiram também aproveitar os momentos de contra-ataque de que dispuseram. Pela desenvoltura no seu jogo e superioridade demonstradas na fase inicial, e não fosse uma nula eficácia, a vantagem não ficaria mal à equipa de Barcelos nesse período.

    Ultrapassados esses primeiros vinte minutos de jogo, o Porto cresceu, subiu linhas, conquistou o meio campo e dominou territorialmente o Gil até final do desafio. Com o trio de médios portuense mais alto, a pressão zonal dos da casa diminuiu de perímetro, cingindo-se apenas aos seus últimos 30 metros. Acantonados junto à sua área, os da casa deixaram de pressionar médio/alto, os centrais portistas passaram a sair a jogar à vontade, os laterais tiveram espaço para a projecção ofensiva, Casemiro avançou e veio pisar terrenos mais subidos e Herrera e Óliver surgiram bem a combinar com os avançados para a finalização. Esse adiantamento do meio-campo explica o primeiro golo, com o brasileiro e antigo jogador do Real Madrid, Casemiro, a aparecer em zona de remate (102 km/h) para fazer o primeiro golo do encontro. A vantagem dos azuis e brancos já se justificava e tudo ficou mais fácil quando Jander viu o segundo cartão amarelo por entrada imprudente sobre Yacine Brahimi. Quando o Gil Vicente ficou reduzido a dez, o Futebol Clube do Porto passou a controlar com muito mais facilidade a partida, fazendo o seu tradicional jogo de posse, conseguindo-o com muito sucesso, visto que não vislumbrava oposição relevante.

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    Casemiro deveria jogar mais adiantado, como médio interior, e não como médio defensivo
    Fonte: Twitter do FC Porto

    Na segunda parte os visitantes consumaram o seu domínio em golos e demonstraram, com mais desenvoltura, toda a capacidade técnica que ostentam. Martins Indi fez um brilhante golo de calcanhar, Brahimi finalizou com categoria uma bela jogada colectiva, Óliver, numa excepcional finta de corpo sem tocar na bola (a fazer lembrar Pelé no Mundial 1970), logrou ficar na cara do guarda-redes e finalizar com um subtil chapéu. Por fim, Jackson Martínez fez um belo golo a coroar uma inteligente jogada individual. Jogadores com esta qualidade, com uma concentração competitiva adequada, engalanam qualquer estádio onde forem jogar.

    Julen Lopetegui fez três substituições na segunda parte, apenas para refrescar física e mentalmente os seus jogadores – a superioridade do Porto era de tal ordem que não existiu necessidade de nenhuma mudança estratégica. Tello (algo desinspirado) saiu para o lugar de Quaresma (também não muito consistente nas suas acções) e, no último quarto de hora, o técnico empreendeu uma dupla alteração, com as saídas de Herrera e Brahimi para as entradas de Quintero e Ádrian López, jogadores que não conseguiram brilhar no pouco tempo em campo.

     

    A Figura

    Casemiro – Não o considero o melhor jogador em campo, mas sim o atleta mais marcante em Barcelos no jogo de hoje. Estava a ser o pior elemento da sua equipa nos primeiros vinte minutos, com vários passes falhados e poucas recuperações. Passada essa fase nefasta, subiu no terreno, ganhou muitas bolas em zonas adiantadas e marcou um golaço que permitiu o desbloqueio anímico dos seus companheiros para um jogo controlado. Reitero que devia jogar a 8 e não a 6. É só ver a zona onde o seu melhor futebol se expressa. Bela reacção a uma fase inicial mal conseguia. É craque, só lhe falta mais consistência exibicional.

    O Fora-de-Jogo

    Alex Sandro – Apesar de ter apoiado bem o ataque, deixou fugir nas suas costas o gilista Vítor Gonçalves para o único golo dos visitados. No espaço de sete minutos viu dois cartões amarelos completamente despropositados, provocando uma expulsão infantil e injustificada.

    Foto de capa: fcporto.pt

     

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    O David tem uma paixão exacerbada pelo Futebol Clube do Porto. Esse sentimento de pertença apertado com a comunidade de afectos portuense não lhe tolhe a razão, activa-a, aprimorando-a em forma de artigo.                                                                                                                                                 O David não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.