Desejado por muitos, odiado por outros, a verdade é que o Estádio Nacional do Jamor tem um significado especial para o futebol português. É lá que termina a época a nível interno, mas apenas para dois clubes. A grande questão que aqui se coloca baseia-se na ausência do Futebol Clube do Porto dos palcos a um jogo na última época. Há Taça ou não há Taça?
2013/2014 foi terrível e não há como o contornar. Desde o terceiro lugar no campeonato às meias-finais das duas Taças perdidas com o eterno rival (e isto apenas no panorama nacional), o único ponto positivo resumiu-se mesmo à conquista da Supertaça num começo de época que por algumas semanas parecia promissor. Resumindo, foi uma época terrível e com ela veio uma pouco habitual ausência da primeira competição da temporada.
Como um grupo de crianças perdido no meio de uma floresta que tanto lhes devia dizer, os comandados de Paulo Fonseca e, mais tarde, Luís Castro, falharam redondamente. Mas são águas passadas. Este ano, o barco é outro e o mesmo se aplica ao capitão e à ‘turma’. Os fatores são outros. Tudo é diferente. E com isto vêm as primeiras perguntas. Uma vez mais, este ano há ou não há taça?
Sempre foi objectivo de Pinto da Costa dominar a nível interno. É assim há dezenas de anos, assim será nas próximas. Como tal, a Taça de Portugal tem de ser um dos principais objectivos dos Dragões para esta época e o primeiro desafio está à porta. Depois de mais uma paragem extremamente oportuna e bem posicionada no calendário, como todas (percebese a ironia?), a competição de clubes regressa igualmente de forma oportuna, com… uma eliminatória da Taça de Portugal frente ao Sporting e, pouco depois, uma jornada dupla com o Athletic Bilbao para a Liga dos Campeões. Mas aqui não há desculpas.
É mais do que evidente que o Porto joga à Porto quando tem calendários apertados, ao invés de defrontar equipas de nível inferior. Como tal, não há nada a esperar senão uma boa exibição e, atrevome a afirmar, uma vitória em pleno Estádio do Dragão rumo à quarta eliminatória daquela que é (talvez) a mais emblemática prova do futebol português.
Mas com quem, em que condições e com que facilidades? Será este, mesmo sendo frente a um dos ‘três grandes’, um daqueles jogos em que a equipa principal aparece maioritariamente escalada para o banco? Mais, acontecerá o mesmo do outro lado? E, acontecendo ou não, quão fácil será o duelo?
Encaro o regresso à Taça cheio de dúvidas mas acima de tudo como uma enorme vontade de ver mais um jogo. Afinal, é mais um título que dentro de alguns meses se pode juntar às centenas de troféus que este ano observei no tão apaixonante museu.