O FC Porto gastou mais uma das poucas vidas que ainda detém nesta reta final do campeonato ao conceder mais um comprometedor empate. Sob o patrocínio de mais uma exemplar arbitragem, a equipa azul e branca espalhou-se ao comprido, hipotecando, quase por completo, as hipóteses de ascender ao primeiro lugar.
Os ‘erros’ do árbitro explicam grande parte, mas não tudo, e devemos, em primeiro lugar, preocuparmo-nos com a incapacidade de cumprirmos com a nossa obrigação. Não é admissível desperdiçar quatro pontos, em casa, frente a adversários da segunda metade da tabela, com todo o respeito que os mesmos mereçam.
Neste momento é necessária uma derrota do Benfica e, pior do que isso, não perder nem mais um ponto nas quatro partidas que falta disputar. A visita que se segue, a Chaves, não poderia calhar em pior altura. Os jogadores parecem tolhidos pelo medo que já em novembro haviam demonstrado. Peças fulcrais como Danilo, Brahimi e Corona são cartas quase fora do baralho.
Estes fatores, aliados a uma pressão imensa que não está a ser bem gerida na cabeça dos jogadores, bem como uma tremenda falta de critério e pragmatismo, absolutamente necessários num candidato, fazem deste um cenário negro e muito difícil de reverter.
Não podemos neste momento confundir crença nas capacidades da equipa com noção da realidade. A conjuntura atual do futebol português dificilmente admitirá um FC Porto campeão que, mesmo apresentando debilidades nítidas, seria líder sem os Ruis Costas desta vida. Enfim, é o que temos. Resta continuar a acreditar até que a matemática nos diga o contrário, sabendo que só um novo Kelvin poderá alterar o rumo que as coisas levam.
Foto de Capa: FC Porto