Foi um jogo de sentido único o que se viu hoje no Dragão. Os azuis e brancos tentaram, tentaram, até que furaram e, quando furaram, a muralha desfez-se. Vitória justíssima do F.C. Porto, que assim mantém o primeiro (ex-aequo ou não) na Liga.
Porto e Belenenses defrontaram-se hoje para a 7.ª jornada da Liga Portuguesa. A equipa nortenha vinha de uma vitória com categoria sob o Chelsea – oposta a uma derrota do Belenenses perante a Fiorentina de Paulo Sousa. Como tal, a confiança dos portistas estava em alta. Lopetegui mudou o onze inicial ao voltar ao 4-3-3 típico, com Corona a extremo direito e Layún a lateral esquerdo. Parece esta a equipa “oficial” do Basco para o campeonato português. A mudança resultou, já que o jogo só teve um sentido – o da baliza de Ventura.
Vou directo para a única jogada de perigo do Belenenses na primeira parte: aos 13 minutos Casillas defendeu junto à relva um cabeceamento de Kuca. Anotada a única jogada de perigo da equipa do Restelo na primeira parte, resta explanar como foi o domínio portista durante os primeiros 45 minutos. Sob a batuta de Rúben Neves, que distribui o jogo com uma grande classe, Brahimi e Corona deram água pela barba à defesa sulista, que foi defendendo o resultado como pôde. O Porto pode queixar-se do excesso de burocracia perto da área e do último passe, que continua a teimar em não sair de maneira eficiente, mas o facto de ter ido para o intervalo com o nulo no marcador foi injusto. A bola foi fazendo “ping-pong” entre o lado direito e o lado esquerdo sempre muito próxima da área do adversário, e isto é uma evolução face ao que o Porto geralmente apresenta. André André (não foi o seu melhor jogo) não pára, sabe onde estar e sabe dar linha de passe; Rubén Neves tem um pé preciso e uma visão de jogo ao nível dos maiores médios do mundo; e Imbula (ainda preso) foi dando músculo a um meio-campo que foi distribuindo a bola para os grandes desequilibradores da noite: Corona e Brahimi.
A segunda parte começou com a surpresa da substituição do lesionado Maicon para a entrada de Danilo. Lopetegui quis precaver-se, para o caso de ter de jogar com 3 defesas, mas a verdade é que não foi preciso.
Aos 53 minutos Corona abria finalmente o marcador, e aos 56 minutos Brahimi deu tranquilidade e justiça aos portistas. O Belém foi sempre uma equipa compacta mas que nunca incomodou realmente Casillas, e a partir dos dois golos tentou esboçar uma resposta mas sem se conseguir libertar das amarras criadas pelo meio-campo e pela defesa portista.
Aos 62 minutos entrou Osvaldo para dar descanso a um Aboubakar lutador, e aos 80 minutos o italo-argentino estreou-se no marcador depois de um bom lance de Tello (também se quis mostrar a Lopetegui). A goleada chegou de canto com Marcano aos 87 minutos – só custou entrar o primeiro. A exibição portista foi segura, principalmente na segunda parte, e a equipa conseguiu algo que tem faltado muitas vezes: chegar com a bola controlada junto à baliza adversária.
Esperemos que este jogo signifique que a equipa está a evoluir e a assimilar melhor as ideias do treinador e que não seja apenas um fogacho! O Porto foi sempre agressivo na recuperação de bola e houve entre-ajuda e coesão entre linhas: sinal de que a equipa está (ou pelo menos parece!) saudável!
A Figura:
Brahimi – Desequilibrou o jogo, por vezes exagerou, mas o que é certo é que o extremo portista furou a defensiva do Belém inúmeras vezes. Louvor para Corona, que também fez um bom jogo.
O Fora-de-Jogo:
Imbula – Não fez uma má partida mas continua a dar a ideia de estar um pouco perdido em campo e de por vezes lateralizar o jogo quando este pede rotura. Está a melhorar, no entanto.
Foto de Capa: Facebook Oficial FC Porto