Acabou. Finalmente acabou a época desportiva 2013/14. Está na hora de nos despedirmos de Paulo Fonseca, de Abdoulaye, de Licá e de muitos outros. Adeus, não fazem falta. Perdoem-me a franqueza mas é-me imensamente difícil perceber como e onde é que surgiu a oportunidade de jogadores com tão pouca qualidade integrarem o plantel do Futebol Clube do Porto. Enfim… acabou. Venha a próxima época e não pensemos mais nisso!
Um mar de dúvidas
Julen Lopetegui. O novo treinador do FC Porto já conta com dois títulos internacionais no currículo mas a experiência à frente de uma equipa sénior e do nível do FC Porto é escassa… Mas é uma aposta de Pinto da Costa portanto vamos dar-lhe o benefício da dúvida. A verdade é que há muito para provar.
Brahimi? Durante o campeonato do mundo, o argelino fez “gato-sapato” da equipa alemã que depois veio a conquistar o troféu. As indicações são boas e parece ser a contratação mais sonante do mercado.
Tello? É da escola “blaugrana”, a melhor do mundo. E isso já é um bom cartão de apresentação para um extremo que promete ter uma qualidade demasiado grande para a liga portuguesa.
Casemiro? Um pouco desconhecido mas se vem do Real Madrid só pode ser bom.
Martins Indi? O defesa-central foi outro dos jogadores que deu nas vistas no último campeonato do mundo. Forte, alto, dominador… Parece que temos um novo patrão na defesa!
Óliver Torres, Adrián, Marcano…
Estamos no início da época 2014/15 e quando olho para o plantel do FC Porto, quando o comparo com os restantes plantéis da primeira liga só consigo pensar que já ganhámos. A razão diz-me para esperar, que “prognósticos só no fim do jogo”. E eu quero esperar. Mas é impossível conter esta ansiedade, esta sede de vitórias. E depois de um ano desastroso, olho para o presente e consigo finalmente… sonhar!
Faltam duas jornadas para acabar o campeonato. Só uma hecatombe poderia roubar o título ao Benfica e o FC Porto vai passar um ano sem festejar. Um ano sem festejar depois de ter prometido tanto, de tanto ter feito sonhar as hostes portistas.
E continuo a ouvir por aí que o FC Porto é a melhor equipa da Liga Portuguesa. Continuo a ouvir por aí que o FC Porto é melhor que o Benfica mas olho para a classificação e não é isso que vejo. O que é que se passou? Colinho? Foram os árbitros? Há mérito do Benfica? Há demérito dos dragões?
Ter as melhores individualidades é bom. É muito bom, é meio caminho andado para vencer. Se os jogadores são melhores, então isso vai acabar por se refletir nos resultados.
Ter o melhor coletivo também é bom. Como equipa, os onze jogadores sabem o que fazer em todos os momentos do jogo. E isso é meio caminho andado para vencer.
Ter o melhor coletivo mas não ter melhores individualidades já não é tão benéfico. Porque, embora a equipa saiba o que fazer e quando o fazer, a nível individual podem existir falhas que afastem a equipa do sucesso em alturas e momentos cruciais.
Ter as melhores individualidades mas não ter o melhor coletivo é ainda pior. Porque depende mais da inspiração individual do que do trabalho coletivo.
É bom que cada portista deixe de se iludir e se aperceba de que o FC Porto não é a melhor equipa da Liga Portuguesa. O Benfica sabe jogar entrelinhas, o FC Porto não. O Benfica sabe explorar as costas da defensiva contrária, o FC Porto só o consegue fazer quando Tello joga. O Benfica tem qualidade nas alas e tem qualidade no centro do terreno, sabendo explorar as diversas áreas do terreno. O FC Porto? Lateraliza. Bascula. Muda o flanco. O Benfica é claramente superior ao nível da transição defensiva e da transição ofensiva. Em organização, está aberta a discussão.
Não vale a pena ter as melhores individualidades se elas não encaixam no modelo ou na filosofia de jogo. Seria o mesmo que explorar os cruzamentos para a área e colocar o Rui Barros como ponta de lança para cabecear.
A melhor equipa? A melhor equipa é a que está sempre mais perto de vencer. E se há equipa que, neste momento, entre em campo à espera de vencer, essa equipa não é o Futebol Clube do Porto. Infelizmente.
Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto