Depois de um desaire inesperado em casa contra o Arouca, eram poucos os que acreditavam que o FC Porto conseguisse fazer frente ao melhor ataque do campeonato e à equipa que estava a jogar melhor futebol nas últimas jornadas. A equipa azul e branca apresentou-se na Luz com dez dos seus habituais 11 titulares. Chidozie estreou-se com a camisola dos Dragões e aproveitou a ausência de Maicon e Marcano para ser um dos melhores jogadores em campo. O Benfica contava com a sua máquina goleadora afinada e com o onze que goleou o Belenenses na última jornada. Só a chuva é que tinha ambição de tentar incomodar o clássico mas nem isso estragou o que foi um grande jogo de futebol.
O Porto procurou assumir o jogo desde o início, mostrando que a derrota contra o Arouca estava para trás das costas e que estava na Luz para reentrar na luta pelo título. Depois de um começo de grande intensidade e de uma oportunidade falhada por Pizzi, foi dos pés de Renato Sanches que saiu o passe para o golo do grego Mitroglou, que dava a vantagem ao Benfica aos 18 minutos de jogo. A resposta da equipa da Invicta não tardou e surgiu com um grande remate fora da área de Herrera. Golo merecido dos azuis e brancos, uma vez que entraram em campo com vontade disputar o jogo e de encostar o Benfica.
Herrera voltou a ameaçar a baliza de Julio César da mesma forma uns minutos depois mas, desta vez, o remate saiu ao lado. O Benfica procurou responder mas, infelizmente para a equipa encarnada, o jovem nigeriano Chidozie estreou-se a um grande nível e mostrou-se perfeito na defesa, uma vez que interceptou muitos passes e não abriu espaço para falhas de marcação ou de posicionamento. Antes do intervalo, Iker Casillas fez uma das muitas intervenções que efetuou ao longo do jogo, a um remate de Jonas. A primeira parte foi muito disputada e o empate era considerado o resultado mais justo dadas as oportunidades criadas pelo Benfica e pela vontade e entrega do FC Porto.
Na segunda parte o Benfica entrou mais forte, falhando sobretudo no momento da decisão. Valeu uma noite inspiradíssima de Iker Casillas, que defendeu os remates de Gaitán (52′), Mitroglou (68′) e até um corte defeituoso do defesa central Indi (67′). O jogo começou a tornar-se partido na última meia hora, e, com um Brahimi e Corona pouco inspirados, o Porto dependeu muito da consistência do seu meio-campo e no domínio de Danilo Pereira, que estava em todo o lado e procurou envolver-se em todas as fases do jogo.
Foi aos 64 minutos que Aboubakar consumou a reviravolta azul e branca e estabeleceu o que viria a ser o resultado final. O Porto mostrava-se mais eficaz e mais objectivo do que o Benfica, que na fase final do jogo já apresentava um enorme desgaste e falta de clareza nas decisões. Com as substituições de José Peseiro, o Porto continuou a dominar o meio campo e a ter poder ofensivo com os frescos Marega e Varela. A equipa encarnada não conseguiu criar oportunidades nos últimos minutos para desespero dos adeptos, e o Porto conseguiu uma vitória arrancada “a ferros” mas que é importantíssima na luta pelo título.
É de realçar a arbitragem de Artur Soares Dias, que desempenhou de forma exemplar o seu papel, deixando jogar e ignorando as manhas típicas de Clássico por parte dos jogadores de ambos os lados.
A Figura:
Iker Casillas – O guarda-redes espanhol voltou a ser feliz no Estádio da Luz depois de defesas decisivas. Foi o melhor jogador em campo com toda a justiça.
O Fora-de-Jogo:
Nicolas Gaitán – Desde que voltou de lesão o argentino não tem estado ao nível a que habituou os adeptos benfiquistas. Hoje teve uma exibição pobre muito devido à grande exibição de Maxi e de Chidozie.
Imagens: FC Porto