A duas jornadas do final do campeonato, o CS Marítimo dependia apenas de si próprio para carimbar a nona qualificação para as provas europeias, e podia garanti-la já frente ao GD Estoril-Praia, em pleno ‘Caldeirão’ dos Barreiros. Para isso, a formação de Daniel Ramos precisava de fazer melhor resultado que o Rio Ave, que jogava à mesma hora em Chaves.
Os canarinhos, por seu turno, chegavam ao Funchal em posição tranquila, já com a manutenção garantida, depois de uma época aquém das expectativas. Sem mais objetivos a alcançar, restava à equipa da linha tentar chegar à melhor posição possível.
O Marítimo entrava para o seu último jogo em casa e o ambiente era de festa, com o estádio muito bem composto. E ainda mais festivo ficou quando nas bancadas se celebrou o golo de Fábio Martins, do Desportivo de Chaves, aos sete minutos.
Quanto ao jogo jogado, a partida nos Barreiros começou dividida e interessante, com ambas as equipas a procurar as jogadas ofensivas. O Estoril perfilava-se mais atrevido a atacar do que o habitual, e a ausência do trinco, Diogo Amado, deixava a equipa mais exposta. Os madeirenses assumiam menos riscos, mas nem por isso deixavam de subir à área estorilista.
Apesar das dificuldades defensivas dos comandados de Pedro Emanuel, que o Marítimo explorava muito bem, foi mesmo o Estoril quem foi crescendo no jogo, atacando através de processos simples, mas eficazes.
Quando o árbitro apitou para o intervalo, assistia-se a um jogo interessante, com duas equipas que procuravam a vitória, estando o Estoril ligeiramente melhor. Do lado maritimista, Edgar Costa era claramente o elemento mais influente, endiabrado na ala direita do ataque verde-rubro. Faltava ao extremo madeirense melhor apoio nas investidas.
No regresso ao relvado a toada era a mesma, enquanto Marítimo e Estoril continuavam a mostrar um bom futebol ofensivo. Os insulares organizavam-se melhor defensivamente e Charles somava uma série de boas intervenções, travando assim as incursões estorilistas. O jogo continuava mexido, com oportunidades para os dois lados e motivos de interesse.
Aos 58 minutos e na sequência de um pontapé-livre, o Marítimo chega à vantagem, graças ao central goleador, Raul Silva. Pedro Emanuel reagiu de seguida, colocando em campo Matheus Índio e Kléber, para insistir na forte pressão no último terço. Já aos 75’, Raul Silva viu o segundo amarelo e através do livre subsequente, Kléber reestabeleceu a igualdade, assinando um belo golo. O antigo avançado maritimista foi comedido nos festejos e pediu desculpa aos adeptos da casa.
O Rio Ave perdia em Trás-os-Montes e o empate servia, por isso, as pretensões dos verde-rubros, pelo que a principal preocupação de Daniel Ramos era reforçar a linha defensiva, carecida de um segundo central. Até ao final, o treinador do Marítimo ainda lançou um avançado, Djoussé, para tentar garantir o acesso à Europa, mas o resultado não sofreu qualquer alteração.
Já nos minutos de compensação, chega a notícia do empate dos vilacondenses, pelo que as contas europeias ficaram adiadas para a última jornada.