A capacidade de conservar e atrair talento

    a norte de alvalade

    (…) Acresce o facto de os onze iniciais registarem uma diferença de média de idade de 5 anos entre si. O Sporting tinha uma média de nascidos em 1990 (25 anos em 2015) enquanto o adversário jogou de início com uma média de nascidos em 1995 (30 anos em 2015). Este será, se o tempo o permitir, o tema do post de amanhã.

    (…) a actual base de habituais titulares e suplentes mais utilizados são uma boa base de trabalho, precisando de estar devidamente acompanhados de outros de valor semelhante.

    Estes são dois excertos de outros tantos artigos recentes. O primeiro nasce na sequência do dérbi, e é uma comparação entre aspectos dos dois plantéis, com base em factos. O segundo ocorre na sequência da derrota no último clássico no Dragão e é suportado por uma afirmação subjectiva, mas que não andará muito longe da consensualidade.

    Considerando que há juventude no plantel e que alguma dela tem talento à altura das ambições que o clube projecta, não se pode afirmar com segurança que o futuro esteja assegurado, uma vez que a distância relativa para os principais rivais é ainda notória e em alguns aspectos até grande. Essa tem de ser a preocupação primordial, encurtar a distância que nos separa dos da frente, e não considerações isoladas e abstraídas da realidade, uma vez que são aqueles que temos de superar.

    Daí que o primeiro passo é inevitavelmente manter a base formada com os melhores jogadores. Desses consideraria o seguinte:

    Guarda-redes:

    Embora gostasse de que ele se pudesse manter entre nós, não considero primordial a manutenção de Rui Patrício, caso o jogador encontre clube que lhe possa oferecer outros horizontes e nos retribua o devido valor.

    Defesas:

    É um dos nossos calcanhares de Aquiles nas últimas duas épocas. A estabilização da zona central com Paulo Oliveira e Tobias não ilude considerar que um clube com aspirações a campeão precisa de um pouco melhor, especialmente no que diz respeito à capacidade de construção. Para além destes há que considerar a hipótese de manter Ewerton, um jogador com quem se poderá contar. Para lá destes três, nenhum dos elementos que hoje fazem parte do plantel têm valor para jogar num candidato ao título. Quanto aos laterais, quer Cedric quer Jefferson têm mercado, mas a saída em simultâneo não é recomendável. Quer Lopes quer Jonathan podem ser considerados segundas figuras.

    Médios:

    A saída de William é mais uma vez a grande dúvida e, cada vez que o tempo passa, mais difícil de evitar, ficando a posição 6 em aberto, onde Rosell teria muito de escalar para o fazer esquecer. A acontecer, torna quase obrigatório que Adrien, Martins e João Mário se mantenham, para que não haja demasiada turbulência por entradas e saídas no mesmo sector. Wallyson e Gauld podem ser considerados integrantes do plantel principal, refreando-se as actuais ilusões que se montam em torno do seu valor. Até pela injustiça que é para jogadores que apenas estão a debutar. Definitivamente não passa por nenhum deles o reforço indiscutível que é necessário. Não deixaria de observar Chaby, tentando perceber como regressa do seu estágio madeirense. Mas continuará a ser necessário mais qualquer coisa para poder subir de nível.

    Avançados:

    A saída de Nani é quase um facto consumado. A renegociação do contrato de Carrillo, enquanto estiver em aberto, é uma ameaça pendente. Perder os dois deixaria em aberto um profundo rombo que custaria muito dinheiro que não temos para o calafetar. Há que contar com Mané e esperar que possa evoluir. Avaliar os progressos, se os houver, de Medeiros. Capel deve sair e da equipa B não há quem possa integrar o quadro principal com ganho. Uns nunca poderão, para outros é ainda cedo.

    Pontas-de-lança:

    Nenhum dos actuais três tem o nível de que o Sporting necessita para jogar para campeão. Montero está há muito praticamente irreconhecível. Não é tão bom como parecia inicialmente, é certo, mas também parece estar bem pior que aquilo de que é capaz. Slimani é o que tem estado mais em foco mas falta-lhe a eficácia para valer mais de 15 golos por época/Liga. Continuo a pensar que se perdeu uma boa oportunidade na sequência da exposição favorável e respectiva valorização após o Mundial para se chegar um pouco mais acima. Tanaka é o que vimos com o Wolfsburgo, com mais ou menos sorte.

    Qualidade e talento. Conservar o existente e atrair jogadores que acrescentem valor. Se atendermos aos jogadores que constituem o actual plantel, constata-se que apenas Paulo Oliveira, Jefferson e obviamente Nani são titulares que não faziam já parte dos quadros do clube, o que diz muito do que tem sido a capacidade de recrutamento da SAD. Acresce agora o desafio à sua capacidade negocial para manter jogadores que se encontram com contratos a chegar ao seu termo. Muito do futuro imediato do Sporting jogar-se-á neste gigantesco tabuleiro de interesses, que muitas vezes se antagonizam.

     

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    José Duarte
    José Duarte
    Adepto do Sporting Clube de Portugal e de desporto em geral, especialmente de futebol.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.