Várias glorias do futebol têm falecido nos últimos tempos, algo que os jornais desportivos costumam dar o respectivo ênfase. É normal e compreensível, meritório até.
No entanto, e tratando-se de futebol, como é costume isto traz sempre associado uma doença patológica que revela sintomas como egoísmo, raiva e desrespeito.
Há quem apelide de “clubismo”, o que considero simplesmente uma definição redutora de má formação pessoal de algumas pessoas.
Porque para mim, “clubismo” é amar o seu clube e defendê-lo contra tudo e todos. Clubismo é considerar que só existe um clube – o seu – e que os outros são meros acessórios. Não acho que isso seja mau, porque em determinados momentos todos nós que adoramos o nosso clube teremos momentos desses… muitos momentos desses até.
Há então os que sofrem de “clubismo”, os que não sofrem com futebol (poucos), e os outros tais que só são mal formados. Não estou a falar de mal formação física, é mesmo de carácter.
Quero então chegar ao momento em que “pessoas” (vamos considerá-los isso apenas e somente por mero comodismo) ao lerem que alguém desapareceu, alguém reconhecido como sendo sportinguista, fazem comentários do tipo: “quem era o animal?”, “olha, menos um que vai passar a vida a perder campeonatos”, ou até a que mais me tocou o coração: “Só morreu um? Deviam ter morrido todos”.
A este último comentário, e ao seu autor, espero sinceramente que em alguma realidade paralela isso se torne realidade e que um dos seus antecessores seja efectivamente Sportinguista. Talvez porque assim também se tivesse perdido algumas “pérolas” como estas.
O meu problema, no entanto, nem é ver adeptos de outros clubes a ter este tipo de reacção (até porque cada espécie terá lá os seus hábitos/costumes, e há valores que vivem e morrem com cada um), é ver supostos sportinguistas adoptarem o mesmo modus operandi (agora sou eu e o meu “clubismo”).