A surpresa Zeegelaar na seleção da Holanda

    Durante esta semana, grande parte das ligas nacionais de todo o Mundo param na sua totalidade para que os jogadores dos mais variados clubes possam ir disputar os respetivos encontros amigáveis e de qualificação para o Mundial 2018 com as suas seleções.

    Obviamente, a seleção holandesa não foge à regra e, por isso mesmo, o treinador Danny Blind divulgou, na passada sexta-feira, a sua convocatória para a dupla jornada contra a Bélgica – jogo amigável – e o Luxemburgo. Durante os últimos anos, a Holanda tem tido uma quebra de qualidade nos seus jogadores, algo que culminou na ausência do último Europeu de futebol onde Portugal foi campeão, um desfecho previsível face à ausência da magia e competência de outros tempos e que há largos anos assombrava a laranja mecânica. Longe vão as competições internacionais em que esta seleção era uma das mais respeitadas da Europa e desfilava no campo com uma verdadeira chuva de estrelas como Van der Sar, Ruud Van Nistelrooy, Edgar Davids ou Clarence Seedorf, só para enumerar alguns.

    Ao recebermos a notícia desta última convocatória, a grande surpresa foi Marvin Zeegelaar, um jogador conhecido de todos os portugueses por atuar no nosso campeonato e, também, por estar longe de ser selecionável, pensávamos nós. Esta chamada à seleção vem acender ainda mais a discussão sobre as eventuais hipóteses da Holanda na procura de um lugar no próximo Mundial, mas também sobre o futuro, onde parece não haver à vista jogadores jovens de peso que possam sustentar o projeto futebolístico a longo prazo.

    Pela primeira vez, Marvin Zeegelaar foi chamado à seleção principal holandesa Fonte: Sporting CP
    Pela primeira vez, Marvin Zeegelaar foi chamado à seleção principal holandesa
    Fonte: Sporting CP

    Foquemo-nos apenas no caso de Zeegelaar: era mais fácil entender esta chamada à seleção holandesa se ela tivesse ocorrido no período em que este ainda jogava no Rio Ave – onde não brilhava mas também não defraudava expectativas – ou até mesmo na época passada quando já estava ao serviço do Sporting e a equipa era uma máquina de jogar futebol onde ele se inseria como regularmente utilizado. Neste momento, Zeegelaar está longe de conseguir atingir um patamar satisfatório para quem joga numa equipa grande e, arrisco-me a dizer, está a passar o seu pior momento de forma desde que chegou a Portugal. Acredito que a presença do Sporting na fase de grupos da Liga dos Campeões e a titularidade dada por Jorge Jesus ao lateral holandês contra os dois ‘tubarões europeus’ Real Madrid e Borussia Dortmund tenham sido fatores que impulsionaram a escolha do selecionador holandês.

    Na laranja mecânica, Daley Blind será o principal concorrente de Marvin Zeegelaar por um lugar no onze titular. O jogador do Manchester United parte, obviamente, em vantagem, não só pela experiência que já acumulou na seleção principal ao longo dos últimos anos, mas também porque vem de um campeonato mais competitivo, o que lhe permite ter outro ritmo de jogo.

    Posto isto, Marvin pode nem sequer vir a jogar pela sua seleção, mas a convocatória está feita e ele está nos 25 eleitos. É quase absurdo mas é caso para dizer que, ao contrário de outros tempos, é cada vez mais fácil ser-se chamado a uma seleção principal de um país, e que nem é preciso ser-se bestial para isso. A surpresa é ainda maior se tivermos em conta que esta é a primeira chamada à seleção principal holandesa, pois até agora só tinha jogado pelas camadas jovens.

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    Cláudia Figueiredo
    Cláudia Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    Sportinguista devota desde que se conhece, o futebol é o seu desporto de eleição. Quando jogava, era médio-ofensivo de posição, mas agora prefere a bancada. A menos, é claro, que a convidem para uma peladinha entre amigos.                                                                                                                                                 A Cláudia escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.