A teoria do Chuta-Chuta

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     Já ouvimos Jorge Jesus dizer que Bruno César é um daqueles jogadores que tacticamente sabem tudo. A verdade é que no campo joga em várias posições, desde a lateral da defesa até às complexas movimentações do centro. A polivalência tem destes milagres e Bruno César cumpre-os bem. Afinal qualquer Treinador gosta da magia de olhar para o banco de suplentes e ver um jogador que se pode multiplicar por três, desenvolvendo vertentes tão distintas entre a técnica, a táctica e o predicado resultante na alcunha que o Futebol lhe deu.

    Retomando: Jorge Jesus tinha razão quando o descobriu, abrindo-lhe as portas da Europa. E há sempre algo de bonito quando um Treinador, anos depois, faz força para voltar a contar com um antigo jogador seu no plantel. Pertencia ao imaginário dos bons adeptos de Futebol o talento deste Brasileiro, sendo natural a satisfação com o seu ingresso no Sporting. Sempre havia motivos para isso: tomem lá uma estreia de sonho com um golo impecável. Não é para todos.

    Bruno César tem marcado golos em vários jogos importantes Fonte: UEFA
    Bruno César tem marcado golos em vários jogos importantes
    Fonte: UEFA

    Começava assim o Chuta-Chuta a fazer gracinhas na segunda volta de uma Campeonato que esteve no bolso e a ganhar preponderância num plantel forte e equilibrado. É por aqui que quero ir. Ainda está por acabar o mito de que um jogador somente é influente com o selo da titularidade, e Bruno César pode bem ser a justificação credível. Se repararmos, a coincidência de dois extremos tirou-lhe espaço no onze, contudo, em jogos-chave, é vê-lo aparecer nas composições iniciais que antecedem o princípio do jogo, jogo esse em que, por norma, até costuma marcar, tal como sucedeu no ano passado no Bernabéu. Como se não bastasse a multiplicação, ainda é perito em assumir-se Talismã.

    Há missões específicas que Bruno César desempenha como ninguém. Leitura táctica, lá está – essa arte de saber correr para o lado certo e quando é preciso. Devo aconselhar a quem assista ao jogo no Estádio a dedicação de algum tempo à análise do trabalho deste jogador em campo. Na partida contra o Braga, por exemplo, não houve fase de pressão esquecida nem falta de ocupação no sector intermédio do ataque. Apesar de este trabalho de campo não ser tão visível pela televisão, há sempre quem o faça, mesmo que nem todos o consigam fazer como o Bruno César faz. Mas falamos de uma tarefa ingrata. Com os golos todos vibramos, mas nem sempre isso acontece com a qualidade da ocupação do terreno ou com os movimentos que bloqueiam as hipóteses do adversário. Ainda assim é muito raro encontrar-lhe um jogo mau, precisamente por todo este trabalho que desempenha.

    E sempre que ao esforço táctico se junta o golo que ajuda ou decide, é muito provável a atribuição da distinção de Melhor em Campo. Coisa que sempre fica bem ao Sporting na generalidade, e ao Chuta-Chuta em particular. Ter um jogador destes no plantel é sempre uma mais-valia. Ainda bem que assim é.

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

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    Ricardo Gonçalves
    Ricardo Gonçalves
    Como uma célebre música diria, "eu tenho dois amores", com o desporto e a comunicação a ocuparem 50/50 do seu coração. Entusiasta confesso daquilo que é a alegria do futebol, promete transmitir-vos através de palavras as emoções que se sentem durante os 90 minutos (e além disso). Escreve sem acordo ortográfico