A verdade de verdade, e as verdades do futebol português

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    Nos últimos dias saiu na comunicação social uma notícia sobre algo que eu já tinha aqui salientado. Bruno de Carvalho é o dirigente mais nefasto que existe no futebol português. Eu avisei, mas tornou-se oficial agora que a FPF veio validar essa mesma ideia. Ficámos também a perceber que dar opiniões sobre pessoas e a sua competência profissional é mais grave do que insultar um dirigente da arbitragem, uma vez que a primeira dá direito a 113 dias e a segunda a 60 dias de castigo.

    Sendo Bruno de Carvalho alguém que tem, em tudo o que diz e faz, uma finalidade maldosa e corrosiva para o futebol, e uma vez que todos sabem disso, teremos que desconfiar de todo e qualquer acto, por mais insignificante que possa parecer. Portanto, este castigo parece-me uma medida preventiva para o mal que poderia advir de tal personalidade. Ufa, parece que nos safámos de boa, e todo o mal do futebol português será finalmente erradicado com a mordaça colocada a esta criatura.

    Entretanto percebeu-se que um dos carrascos do presidente  do Sporting tinha um ódio de estimação pela pessoa a quem ajudou a infligir tão pesado castigo. E, com este novo elemento, ficámos com o argumento acima descrito um pouco descredibilizado. Talvez, neste caso, o castigo não tenha sido pelo mal público que Bruno de Carvalho pudesse provocar, mas o mal-estar particular que o mesmo provoca ao tal carrasco e seus amigos.

    Mesmo castigado, Bruno de Carvalho continua ativo na melhoria do futebol português Fonte: Super Sporting
    Mesmo castigado, Bruno de Carvalho continua ativo na melhoria do futebol português
    Fonte: Super Sporting

    O problema é que o tal carrasco, apesar de ter direito a um clube de eleição e de não gostar particularmente de alguém, ocupava um lugar de destaque que supostamente impõe imparcialidade para com todos os intervenientes. No entanto, todos sabemos que a imparcialidade é subjectiva de acordo com quem a aplica, e a verdade de uns pode não ser a verdade de outros,  o que, no futebol, ainda se torna mais extremo. Por isso ser tão difícil de aplicar nas nossas vidas, e porque não é para todos, o senhor fez bem em colocar o lugar à disposição, como fez bem quem aceitou a sua dispensa. Porque como este tipo de cargo não é para todos, não era também para este senhor. Só espero que não seja compensado com qualquer outro lugar de decisão nos órgãos federativos do futebol português.

    Li, ainda, em algum lugar, alguém propor que se peça às instâncias governativas a retirada da utilidade pública à FPF, pelas últimas decisões “inquinadas”. Se assumirmos que, como eles dizem, são pelo menos seis milhões, o que dá maioria, então a FPF está a ser útil para a maioria do público, mostrando-se assim uma instituição de utilidade pública como poucas. É mais uma subjectividade,  e uma verdade que é a deles,  sem se preocuparem se é a correcta. Temos então uma federação que não é de todos, mas da maioria. Lá se vai o lema “Não somos 11, somos 11 milhões”, que segundo alguns deveria terminar com o número 15. E segundo o que se tem visto, até teria alguma lógica porque 11 jogadores + 4 árbitros dá efectivamente 15. Então, para esses, o lema que faria mais sentido seria “Não somos 15, somos 15 milhões (indemnização de Jesus)”, e para a federação da maioria também fará.

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.