A época futebolística 2016-2017 terminou. O Sporting voltou a registar mais uma época desastrosa e aquém daquilo que eram (e são) os objetivos do clube de Alvalade. Mas os adeptos e sócios nunca desistiram e a Onda Verde cresceu em todas as jornadas e em todos os estádios por esse Portugal fora, ou não fossem os sportinguistas “da raça que nunca se vergará”.
Com mais uma época perdida resta-nos uma reflexão sobre o que aconteceu para projetarmos um futuro mais sólido e próspero para o futebol leonino. Não descurando que possam ser possíveis (e necessárias até) reflexões acerca da estrutura do clube ou até mesmo as reflexões que trabalhem o “fora das quatro linhas”, vou focar-me neste texto apenas no desempenho desportivo do plantel da equipa principal.
Comecemos pelo setor mais defensivo de qualquer plantel, os guarda-redes. Estamos bem servidos neste setor. A incerteza parece ser sobre se Rui Patrício fica ou se ruma a outras paragens do futebol europeu. Penso que, se isso acontecer, Beto pode muito bem ser o guardião principal, mas isso implicará a contratação de alguém para segundo guarda-redes da equipa.
Segue-se a defesa. Este foi, a meu ver, o setor mais frágil da época e convém, por isso, que seja reforçado com alguma urgência. Desde logo os laterais (quer esquerdo quer direito) não garantiram o equilíbrio tático da equipa entre os momentos ofensivos e defensivos. Foi, muito provavelmente, a partir desta constatação que o Sporting contratou o italiano Cristiano Piccini, ex-lateral direito do Bétis de Sevilha. No eixo defensivo, Rúben Semedo esteve muito aquém do seu verdadeiro potencial. Revelou sempre muita insegurança em jogo, que era várias vezes “coberta” ou “escondida” pela supremacia e pela experiência do uruguaio Sebastián Coates. A contratação de mais um central torna-se, por isso, imperativa para a próxima época. É de lembrar ainda que Paulo Oliveira pode muito bem preencher o lote de defesas para o eixo defensivo, pois correspondeu muito bem sempre que foi para dentro das quatro linhas. Mas Coates e Oliveira, sozinhos, sem alternativas capazes e credíveis, não chegam para uma equipa que se quer sagrar campeã nacional.