Cada um joga com as armas que tem

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    Ontem foi dia de jogos de Sporting e Benfica na Primeira Liga. Ambos venceram por 3-1, ainda que com nuances diferentes dentro das partidas. Enquanto os “encarnados” derrotaram o Arouca em casa, os “leões” foram vencer a Paços de Ferreira pelo mesmo resultado, num jogo onde voltaram a sobressair as quatro principais armas do “mister” Jorge Jesus.

    Começando pelo mais importante: o jogo de Paços. A equipa “verde e branca” venceu de forma justa, num jogo sem casos e em que a superioridade leonina foi bem evidente. João Mário e Slimani estiveram imparáveis, com grandes combinações que resultaram em dois golos do argelino e só não resultaram também num do médio português porque a trave da baliza de Marafona não deixou. J. Mário e Slimani têm estado a um nível altíssimo ao longo de toda a época, mas não podemos esquecer os outros dois ases de trunfo do treinador: Adrien e Bryan Ruiz.

    O capitão leonino foi mais uma vez decisivo pela forma como se entregou à difícil missão de “carregador de pianos”, tendo levado a equipa sempre para a frente, quer através da recuperação de bolas, quer pela construção de jogo ofensivo. Ainda esteve perto do golo, com dois remates de meia distância, mas Marafona opôs-se sempre com eficácia. Já Bryan Ruiz é aquele jogador que parece nunca jogar mal: tem classe, muita capacidade técnica e sabe ler o jogo como poucos, entendendo-se cada vez melhor com os seus colegas da frente. É um elemento importantíssimo para JJ, por isso tem jogado quase sempre os 90 minutos, depois de uma fase de menor fulgor físico na primeira parte da temporada.

    Para o próximo jogo da Liga, a receção à Académica, não vai haver Paulo Oliveira, que viu ontem o quinto amarelo. É bom que Ewerton comece a mostrar serviço, pois, caso contrário, poderá perder irremediavelmente o comboio da titularidade para Naldo, que se apresenta cada vez mais sólido jogo após jogo.

    Os dois maiores obreiros da vitória em Paços. Que temporada fantástica têm feito! Fonte: Sporting CP
    Os dois maiores obreiros da vitória em Paços. Que temporada fantástica têm feito!
    Fonte: Sporting CP

    Na Luz, o Benfica derrotou o Arouca, num jogo que confirmou algumas realidades que têm saltado à frente dos nossos olhos nos últimos tempos: em primeiro lugar, Pizzi está a jogar cada vez melhor, fazendo por merecer um olhar bem atento de Fernando Santos às suas exibições. É justo reconhecer que o transmontano está a ter uma enorme preponderância no esquema de Rui Vitória, tendo tirado o lugar a Gonçalo Guedes. Que farão agora os olheiros do Manchester United, do Barcelona e do Liverpool, dado que têm a sua grande pérola no banco? Deixo um conselho: dediquem-se a observar Renato Sanches, Nélson Semedo, Paulo Oliveira, João Mário, Rafa Silva ou Gelson Martins, esses, sim, jogadores jovens com um potencial enorme.

    Nas bancadas, os elementos dos No Name Boys decidiram andar à pancada entre eles, estragando o jogo a algumas famílias que viam o jogo na bancada onde se deram os confrontos. Bem pelo contrário, há que enaltecer os adeptos do Sporting. O ambiente em Alvalade é sempre épico (ainda mais agora com a música que passa na entrada das equipas em campo), e ontem à noite as claques leoninas deram outro recital na Mata Real. Tem sido simplesmente fantástico o comportamento das claques leoninas nesta temporada, formando uma Onda Verde muito difícil de travar.

    Outra coisa que se repetiu ontem na Luz foi um penálti cometido na área do Benfica, mas que não foi assinalado. Lisandro López jogou com a mão dentro da área, mas Manuel Mota (um nome bem conhecido) fez vista grossa. Este ponto serve de ligação para a última temática deste texto: as declarações de Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, que fizeram manchete ontem no jornal “Record”. Numa entrevista que teve direito a fundo vermelho na primeira página (talvez tenha sido uma simples amabilidade do jornal, para V. Pereira não estranhar o ambiente), o presidente do CA da FPF teve a lata de vir mentir para praça pública.

    Além de dizer que o Conselho de Arbitragem (do qual faz parte também o “insuspeito” Lucílio Baptista) não tem acesso às notas dos árbitros, quando isso está regulamentado, veio dizer que a denúncia dos “vouchers” é uma “estratégia para tentar ganhar o campeonato” e que essas ofertas nunca foram reportadas. Ora, segundo um comunicado anterior da Federação, os árbitros apenas podem receber recordações sem valor comercial, que apenas devem ser entregues no final dos jogos e que têm de ser sempre reportadas. Se V. Pereira diz que estas ofertas nunca são reportadas, ou ele ou a FPF estão a mentir. Contudo, na minha opinião, a parte mais importante desta entrevista está na seguinte questão: “Escusam de contestar as nomeações pois não vão desviá-lo dos seus princípios, é isso?”, a que V. Pereira responde: “Não pode desviar-me”.

    Aqui está o ponto fulcral. Vítor Pereira tem, infelizmente, o poder de nomear quem quer para apitar as partidas, segundo os seus duvidosos “princípios”, e tem ao seu dispor um leque de árbitros que envergonha quem gosta realmente de futebol. Desde puros incompetentes, como Luís Ferreira, Cosme Machado ou Bruno Paixão, até aos árbitros que apitam conforme lhes convém, como Carlos Xistra, Jorge Ferreira, João Capela ou Duarte Gomes (que alívio, o seu abandono!), não existe um leque de árbitros que seja capaz de transmitir confiança. Daí a necessidade cada vez mais premente da introdução das novas tecnologias no futebol, para retirar o máximo poder possível aos árbitros.

    Já agora, para quem quiser perceber melhor a importância e a justificação para algumas das nomeações que temos visto esta época, deixo dois conselhos: em primeiro lugar, vá recordar as notícias do verão e veja quais os clubes que, no início da época, foram a favor deste “esquema das nomeações”; em segundo lugar, veja quem é que em Portugal apoiou de forma veemente a entrada das novas tecnologias no futebol. É elucidativo sobre o jogo de interesses que continua a minar o futebol português.

    Foto de capa: Sporting CP

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.