A “Cobra” que nunca foi mais do que minhoca

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    Há uns anos, (já perdi a noção do tempo – costuma-se dizer que quando é mau até o tempo custa a passar) o Sporting anunciava a contratação do melhor jogador do Peru. Aquilo era um jogador tão letal para os adversários que o apelidavam de “La Culebra”.

    Com toda esta publicidade, e vindo para o Sporting, diz-me o bom senso que não deveria colocar grandes esperanças naquele jogador. Mas, como Sportinguista, tenho que pensar sempre que pode ser que seja desta…

    O Homem começa a jogar, e em poucos meses percebe-se que o meu bom senso tinha razão. De cobra, só quando elas estão paradas e enroladas à espera de que a presa se chegue a elas. É que não saía dali nada… Ou melhor, dava para perceber que era um jogador com talento, mas só isso. E jogadores de talento há muitos, mas só os que aliam trabalho e vontade a esse talento conseguem voos mais altos.

    Uma equipa que quer jogar todos os jogos para ganhar tem que ter todos os jogadores a trabalharem para um mesmo objectivo. Não se pode dar ao luxo de ter jogadores que mal correm, e só correm com a bola nos pés.

    Podem vir dizer que este jogador em questão, tendo a bola nos pés, faz o que quer dos adversários; até pode ser verdade – com algumas reservas – neste ano, ou melhor, nestes últimos meses, porque daí para trás, 95% dos jogos eram sofríveis, sem o mínimo de objectividade.

    Perdi a conta às vezes em que desesperei ao ver este jogador a perder-se com a bola, ou mesmo a sequer correr à bola, quando o jogo estava empatado ou com a sua (minha) equipa a perder.

    Eu sempre disse cobras e lagartos (acho que não devia ter usado esta expressão num texto do Sporting e do jogador em questão, mas fica…) deste jogador, sempre disse que não servia ao Sporting, e sempre vi treinadores a apostarem nele… Nunca entendi porquê. Talvez nos treinos se esforce mais, ou talvez um treino não exija tanta dedicação. A verdade é que, até ao início desta época, este jogador pouco deu ao clube que apostou nele.

    Por tudo isto, fiquei muito feliz quando ouvi a notícia de que ele (a cobra) não queria renovar, e, melhor ainda, queria ir para um dos rivais (ainda me deu mais vontade de rir). É que eu ia adorar ver adeptos de outros clubes a rejubilar ao roubar um jogador ao Sporting, e depois vê-los a insultar o mesmo jogador, pelas mesmas razões que tantas vezes o fiz.

    Exceptuando a capacidade de drible, Carrillo pouco evoluiu até ao início desta época.
    Fonte: supersporting.net

    “Ah, mas contra nós até ia comer a relva…”. Pode até ser, mas um campeonato não se decide num jogo, e o facto de ele comer relva podia não dar em nada de mau para o nosso lado, como não deu para os nossos adversários em grande parte das vezes.

    Dito isto, espero que esse senhor não renove, ou pelo menos que o nosso presidente não vá na cantiga dele (agora parece que já tem vontade de falar de renovações – treta), e o deixe ir para onde lhe apetecer. (Quem não se lembra de “Izmaylov”?).

    Um jogador que ainda não demonstrou nada quer agora fazer imposições muito longe do que reflecte o seu real valor?

    E, de grande jogador, ainda só tem o que o jornalismo português quer fazer dele, para ter mais uma forma de atacar o nosso presidente.

    Dizer que o Sporting já devia ter renovado com o jogador? Renovar com um jogador que não é uma mais-valia? Só se o presidente tivesse enlouquecido… O que não me parece o caso.

    Louco pelo Sporting, sim, mas muito racional quando chega a hora de decisões importantes. Mas, quanto a isso e ao facto de muitos virem dizer que os Sportinguistas deviam ter cuidado com um próximo Vale e Azevedo, poderei escrever numa próxima oportunidade… É de rir alto.

    Portanto, cobras em hibernação constante não servem para nada, por isso que vá apanhar sol para onde quiser, e que leve o bando de cobras que o rodeiam, que vai ficar certamente muito bem acompanhado.

    Fonte da foto de capa: sapo.pt

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.