Eu sou um burro velho

    sporting cp cabeçalho 1Do alto das minhas três décadas, sou velho. Sou, aliás, um burro velho. É esta a conclusão a que chego depois de ler o que benfiquistas (ou “benfiquenses”) dizem por aí. Sou velho porque me identifico com um jogador que representou durante três anos tudo aquilo que é o meu Sporting Clube de Portugal. Aquilo que via em anos em que, tal como agora, raramente se ganhavam troféus mas nunca se deixava uma “casa” vazia, nunca se deixava de se apoiar aquilo em que mais se acreditava, o amor pelo Sporting Clube de Portugal.

    Slimani não chegou “craque”, não custou duas dezenas de milhões de euros, não veio dum finalista da Liga dos Campeões e, acima de tudo, não veio com nome. Slimani veio, sim, trabalhador. Soube esperar o momento de menor fulgor de Montero e soube mostrar o que melhor sabe fazer; soube lutar e soube marcar.

    Eu sou burro, um burro velho, dirão. Festejei o golo de Slimani na passada terça-feira, gritei alto e em bom som o nome dele. Admito-o alto e em bom som porque não sou hipócrita. Slimani encanta-me, o jeito desengonçado com que vai a cada bola entusiasma-me, a maneira como pressiona os defesas – algo que aprendeu com Marco Silva e Jesus – personifica o Esforço, a Dedicação e a Devoção do meu clube. Poderia ter atingido a Glória, poderia, sim, mas não tenho por hábito desculpar os maus momentos e as derrotas dizendo “Quem diz é quem é” e acusando os tais burros de algo que os hipócritas também fazem. Exemplo desses momentos? Bastava ter Internet ontem e procurar um pouco, talvez até nas mesmas páginas onde se viram os festejos do golo de Slimani frente ao FC Porto. Sou um burro velho porque gosto mais de Slimani do que do FC Porto? É verdade, mas ao menos não sou hipócrita.

    Não preciso de contar os troféus – poucos, infelizmente – que ganhei nos últimos anos. Mas também não preciso de me desculpar com SMS ou com cotoveladas para justificar derrotas.

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    Vítor Miguel Gonçalves
    Vítor Miguel Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    Para Vítor, os domingos da sua infância eram passados no velhinho Alvalade, com jogos das camadas jovens de manhã, modalidades na nave e futebol sénior ao final da tarde.