O Sporting venceu o Marítimo por 3-2 tendo obtido apenas um ponto. Insuportavelmente, a equipa apresentou-se no Funchal à imagem do seu treinador. Pelo onze inicial era completamente perceptível que a equipa verde e branca iria sofrer bastante para conseguir os três pontos. Com jogadores sem confiança, como Bryan Ruiz e Marvin Zeegelaar, juntamente com o estreante Palhinha, era fácil prever que a equipa iria demorar tempo a encaixar e a responder positivamente à exigência desta partida.
Insuportavelmente, Coates e Adrien estiveram novamente muito abaixo daquilo que nos habituaram, no meio campo mesmo depois da sua entrada não se deu por falta de William e Rui Patrício poderia ter feito bem melhor em ambos os golos que sofreu, principalmente no segundo.
É suportável dizer que Bas Dost, Gelson e Bruno César passam com distinção esta partida. Em boa hora, Schelotto regressou e Alan Ruiz veio dar mais qualidade e profundidade ao ataque do Sporting. Parece um jogador que, aos poucos, tanto a nível táctico como a nível de rapidez e fluidez de jogo, se começa a adaptar ao futebol Português mas, face aos custos desembolsados, terá de render ainda mais para convencer. No fim da primeira parte, o Sporting só tinha feito um remate à baliza do Marítimo e o futebol praticado foi bastante previsível, lento e sem qualidade para quem quer lutar pelo que seja, tornando a equipa bastante vulnerável aos erros cometidos por terceiros com influência directa (e consecutiva) nos jogos dos Leões. Esta era uma partida crucial para a ambição do título e, com este empate e com a vitória da equipa da Luz, o Sporting fica afastado na luta do título. Temos de ser francos, o Sporting neste momento terá de concentrar todos os seus esforços para garantir um lugar na Champions da próxima época.
Quanto aos casos do jogo, irá ser sempre discutível uma falta dentro da área passível de ser marcado penálti. Onde não pode haver dúvidas é na tomada de decisão para ser marcado um fora de jogo e, mesmo que haja, segundo as regras do jogo, deve dar-se o benefício da dúvida a quem ataca e não prejudicar a equipa atacante. Partindo do princípio que existem onze milhões de habitantes em Portugal onde seis milhões são adeptos e simpatizantes do Benfica, não é descabido dizer que a maioria dos árbitros também incute essa preferência clubística. O que é totalmente impensável é que, sendo a maioria profissionais pagos com dinheiro de todos os clubes da Liga, partilhem essa preferência nas redes sociais com fotografias e likes em páginas ligadas directa ou indirectamente ao clube que apoiam, como é o caso do árbitro João Pinheiro. Em todos os jogos do Benfica arbitrados por João Pinheiro, os encarnados venceram sempre, ao contrário do Porto e do Sporting que nunca saíram vitoriosos.
O Sporting sofre de efeitos colaterais, com uma massa associativa exigente e sedenta que a equipa consiga retornar e permanecer no rumo das vitórias. Fazendo uma pequena análise aos dois anos de Jorge Jesus, não pode cair no esquecimento que por esta altura em Janeiro de 2016, a equipa já estava afastada da Taça da Liga e da Taça de Portugal, sendo eliminada da Liga Europa em Fevereiro e perdendo o primeiro lugar do campeonato a seis de Março de 2016. Se tentou acordar o leão adormecido ou criar uma onda verde, há que reconhecer que ficou muito aquém do que prometera. Aquilo que se espera, no mínimo, é que em Março já esteja nessa mesma posição de há um ano atrás porque como as crónicas são imperiais, o optimismo dos adeptos é virtuoso.
Foto de capa: Sporting Clube de Portugal