Digo “pode” porque não consigo ter certezas quanto ao futuro como têm pessoas que conseguem fazer previsões a dez anos, como por exemplo o aumento de número de sócios do clube que preside, ou a coluna dorsal da selecção, o nível internacional a alcançar, ou mesmo o valor com que conseguirá vender um jogador.
Não consigo ter certezas como estas personagens, mas atendendo à percentagem de acerto das mesmas, até se torna um motivo para me deixar mais descansado quanto ao futuro.
O Sporting pode não ganhar nada mas vai continuar a ter adeptos de todas as gerações cada vez mais identificados com o clube. Pode não ganhar nada, mas ainda há pouco tempo pegou numa espinha dorsal por outros prometida e ajudou Portugal a ser campeão europeu. Pode não ganhar nada, mas ainda assim consegue admitir e identificar os criminosos que por ali passaram e afastá-los. O Sporting pode não ganhar nada, mas vive e sobrevive seguindo valores sobre os quais foi criado, sem que tenha que deles abdicar e consequentemente sofrer buscas judiciais regulares.
Se para ganhar, o Sporting tem de abdicar de ser sério e cumpridor da lei, talvez seja melhor não ganhar. Ou então, que se admita que os clubes estão autorizados a viver fora das leis, e então todos poderão jogar com as mesmas armas. Fiquei sem saber é se quem acha que o Sporting não vai ganhar nada, considera que o mesmo vive apenas o futebol.
E não sou futurologista para saber se o Sporting vai ganhar, mas sei que, a ver pelas constantes conquistas em todas as modalidades, os bons resultados já evidenciados este ano, talvez venhamos a ter anos de muitas alegrias… digo talvez porque nunca se sabe quando quem tem tantas certezas sobre o futuro possa querer adivinhar, não apenas no futebol, mas em todo o desporto português.
O Sporting continuará a participar e a tentar ajudar melhorar todas as modalidades ainda que as mesmas sofram suspeitas de “doping” ou corrupção… porque somos um clube ecléctico que quer fazer do desporto algo saudável e menos corrosivo. Há, no entanto, clubes que deveriam alterar o seu símbolo, que por não se rever nos desportos que ali tem representados, os deveria retirar. Ainda assim, penso que não estão a ser minimamente lineares no raciocínio, uma vez que para não quererem participar em desportos que vivem envoltos em polémicas de suspeitas de “doping”, não o deveriam também fazer em desportos que vivem envoltos em polémicas de suspeitas de corrupção. A menos que para eles, corrupção seja menos grave que “doping”, ou que nem sequer seja crime, o que explicaria muitas das notícias que têm surgido. E quando sugiro a alteração do símbolo, nem falo do tipo de ave, que agora levanta dúvidas se deveria ser de rapina ou tropical, mas retirar a roda, e quem sabe, a bola.