«Para o ano é que vai ser»

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    Depois de um mau resultado, por norma, surgem vários assuntos muito interessantes a comentar relativamente à realidade do nosso clube. Nestes momentos tudo é colocado em causa, tanto pelos acérrimos adeptos ávidos de vitórias a qualquer custo e fartos de ouvirem a fanfarronice alheia, como pelos que se escondem nos seus buracos nas “épocas de sol (para não usar a palavra luz)” e surgem em força nas raras “épocas de trevas”.

    A culpa não é deles, a culpa é de quem, durante anos a fio, mergulhou o clube numa constante gestão danosa, cujo principal objectivo seria usar o nome do clube para proveito próprio e auto-promoção ou favorecimentos de amizades. O clube não era o principal objectivo, era apenas um meio para atingir objectivos pessoais.

    Com essa politica, fomos acumulando anos sem campeonatos, tornando assim os adeptos sportinguistas nos eternos esperançosos, com o cliché de que o ano seguinte seria melhor. Esperança essa que não chegava a concretizar-se. Depois de tantos anos, os sportinguistas deixaram de acreditar em grandes conquistas, e já nem pensavam em ganhar campeonatos. Ficámos acomodados à ideia de que havia um sistema e era impossível revertê-lo a nosso favor, ou combatê-lo.

    Até há 3 anos atrás, um Sportinguista preocupava-se em apoiar o seu clube, em todos os momentos, não porque sonhasse ganhar alguma competição importante, mas porque nunca iria deixar de caminhar lado a lado com um dos seus grandes amores. Talvez tenha sido também esta travessia no deserto que nos tenha moldado como a melhor massa adepta de um clube desportivo, que apoia unicamente porque sim. Porque ama algo que não se explica mas se sente.

    Contudo, nos últimos anos apareceu uma variável que desestabilizou um pouco esta realidade, e conseguiu colocar novamente os adeptos leoninos a conseguir manter a crença de ganhar títulos até à última jornada, até ao último segundo.Apareceu um “miúdo” que, como toda a gente, erra, exagera, mas está a aprender. E mesmo com todos esses erros, em um ano conseguiu livrar o clube de uma falência técnica, em dois livrou o clube das malhas do “fair-play” da UEFA e construiu uma equipa competitiva. Aos três já temos uma equipa que luta de igual para igual com qualquer outra equipa do mundo. Imaginem se o “miúdo” não tivesse defeitos, e não errasse.

    A verdade é que ainda não saímos daquele ciclo de que “no próximo ano é que é”, mas estamos muito mais perto. E não é por termos tido uma má noite que vamos estar a criticar tudo e todos, e a colocar todo o projecto em causa. Porque até a melhor equipa do mundo pode ter uma noite má. Claro que não temos a equipa perfeita, claro que temos jogadores que têm lacunas, mas  temos jogadores que correm e lutam até ao último segundo (tirando este último jogo), e temos um treinador que os obriga a isso. E por muito que surjam notícias de que os jogadores não gostam do que o treinador diz na comunicação social, eles vão continuar a correr, a lutar e a aprender com esse treinador, porque só assim se poderão valorizar e progredir nas suas carreiras. Adrien Silva também estava “muito insatisfeito” e continua a ser o jogador mais importante do Sporting. Os profissionais são assim.

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.