SL Benfica vs Sporting CP: O que esperar do clássico

    Desde há dois anos que o Clássico dos Clássicos se relançou no nosso universo futebolístico. Se consagrar uma vitória contra o eterno rival será sempre motivo de galvanização, juntar a esta luta a disputa pelo primeiro lugar do campeonato apura ainda mais os índices, impulsiona os ânimos e redobra as atenções.

    Não corroboro com a ideia de que, para um jogo destes, os níveis motivacionais dependam dos últimos resultados. Este é, por assim dizer, o jogo das autonomias estatísticas, onde uma vitória será sempre uma vitória, valendo por isso tudo por ela. Não corroboro com esta ideia, assim como também não acredito que sair vencedor do Clássico seja consequência de saber jogar bem a longo prazo. É o encontro entre os gigantes da capital, e sobre isto a história tem-nos dito muito. Há, claro e no entanto, um dado importante para a antevisão: em vez de apenas encurtar distâncias, o descuido do Benfica na última jornada possibilita ao Sporting a passagem directa para o primeiro posto em caso de vitória. Na época passada, por exemplo, foi o encontro na Luz que sentenciou a mudança de tendência classificativa no campeonato. E embora ser Campeão de Inverno seja um mero elemento interpretativo, pode ainda assim positivar o arranque para a segunda volta. Vamos ao jogo, ou àquilo que poderá acontecer durante ele.

    Com Jorge Jesus – como já referi algumas vezes – a alternância no onze base dificulta a constituição das apostas para a titularidade. Contudo, e atentando às características da partida, não prevejo um Sporting sem Zeegelaar e João Pereira nas laterais defensivas. O primeiro, embora falhe em alguns processos construtivos que os adeptos detectam, parece-me ser o jogador com maior arcaboiço para a posição. No caso do segundo, tão somente porque a experiência e a tenacidade estão nas prioridades requisitantes para este jogo. No centro do terreno creio ser evidente a presença de Bruno César ao lado de William e Adrien. O brasileiro, que tem ganho a intransigência nas opções de Jorge Jesus, pertence aos tacticamente evoluídos, e poderá encontrar num ambiente hostil uma adição galvanizadora. Quanto à tripla que resta, pelos demais e possíveis motivos, não creio existir discussão: Gelson, Bryan e Bas Dost. Alguns especialistas dizem que é no centro do terreno que se ganham e perdem as partidas. Mesmo que assim não seja no domingo, será todavia nesta zona que alguns pormenores fulcrais se poderão decidir. Embora continue a considerar o meio-campo leonino como o mais forte do Campeonato, a evolução deste sector na equipa do Benfica, em comparação com a época anterior, trará mais preocupações para Jorge Jesus.

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    Ricardo Gonçalves Dias
    Ricardo Gonçalves Diashttp://www.bolanarede.pt
    O primeiro contacto do Ricardo com a Bola foi no futsal. Mais tarde passaria pelas camadas jovens do Oriental, esse gigante de Lisboa. O sonho acabou algum tempo depois e hoje lida bem com isso. E com a escrita também.                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.