“As finais não se jogam, ganham-se”- como não podia deixar de ser, aqui fica a famosa frase proferida por José Mourinho. O Benfica saiu do Jamor com o “caneco”, porém o Vitória também ganhou.
O Vitória Sport Clube teve esta disposição em campo. Um 4-4-2 com Moussa Marega e Paolo Hurtado a fazerem a primeira linha de pressão, Rafael Miranda e Zungu como trincos, Hernâni na direita, Raphinha na esquerda, apoiados pela defesa composta por Bruno Gaspar a lateral direito, Josué e Pedro Henrique como centrais com Konan a lateral esquerdo e Miguel Silva na baliza. Este sistema permitiu que a equipa conseguisse controlar muito bem as faixas (este esquema foi muito bem utilizado por Ricardo Soares quando treinava o Desportivo de Chaves). O Benfica teve muita dificuldade em entrar em zonas adiantadas do terreno com perigo. Sempre que tentava explorar o seu lado direito (com Salvio e Nélson Semedo) a equipa vitoriana juntava-se e fechava o espaço nas linhas, isto é, usava os limites do campo para que o adversário não progredisse (um bocado como o Chelsea de Conte fez este ano).
A equipa do Benfica mostrou muita debilidade nas alas, visto que apenas atacava com dois homens pela faixa direita- Nélson e Salvio- não existindo apoio do meio-campo (isto foi também visível no jogo contra o Moreirense, que o Benfica ganhou por 1-0). Raphinha desempenhou a função de fechar o lado esquerdo, impedindo a progressão de Semedo e assim, a equipa baixava e o Benfica ganhava terreno mas não foi aproveitado, muito por causa da falta de apoio. Quando existia uma variação do flanco, isto é, quando o Vitória defendia tão bem as faixas que obrigava o Benfica a virar o jogo e a procurar desequilíbrios do outro lado, e a bola entrava em Semedo este tinha espaço para progredir. Raphinha acompanhava-o e em vez de pressionar o lateral do Benfica e libertar Salvio, ficando este 1v1, o brasileiro recuava e ia na contenção. Os encarnados ganhavam terreno mas nada faziam. O Benfica esteve mal neste tipo de lances dado que Nélson e Salvio não tinham o apoio de que necessitavam e eram logo engolidos pela superioridade numérica do Vitória, pois tanto Jonas como Raúl não deram este apoio para possíveis tabelas e movimentos de ruptura e assim o Vitória mantinha-se imperial na tarefa de defender o tetracampeão: