Existem jogadores que marcam pela qualidade técnica, outros pela atitude em campo e outros ainda, pelo amor à camisola e depois há o Ezequiel Garay, que reúne todas estas qualidades e tem por isso, um cantinho especial na memória de qualquer benfiquista.
Começou a carreira no seu país de origem, nos Newell’s Old Boys, mas depressa conseguiu o passaporte para a Europa, ao ser contratado pelo espanhol Racing Santander. Deu de tal maneira nas vistas, que o gigante Real Madrid o contratou e foi com este currículo chegou à Luz, fazendo-se adivinhar uma grande contratação.
O argentino, agora com 30 anos, realizou no Sport Lisboa e Benfica, entre 2011 e 2014, três épocas de autêntico luxo, podemos dizê-lo. Um defesa central que conquista a titularidade assim que chega e marca 12 golos em 135 jogos, só pode ser muito bom e encontrar-se a viver dos seus melhores momentos da carreira. Se compararmos com o Lindelof por exemplo, que ainda não marcou um único golo (nem lho é exigido), percebe-se bem o tal gabarito a que me refiro e que não é, de facto, para todos.
O companheiro de Luisão, com quem este construía uma parede defensiva que tantas vezes se revelou impenetrável, é um dos jogadores que admiro desde esses tempos até aos dias de hoje. Considero-o um defesa central de excelência.
A mobilidade é uma das suas grandes características, fazendo dele um verdadeiro central moderno, pois embora a sua posição seja defensiva, tem rapidez e técnica mais que bastantes para sair com a bola nós pés e levá-la ao médio centro ou até mesmo ao campo adversário, já a construir uma jogada ofensiva. Essa, para mim, é a sua melhor qualidade, aliada à sua grande capacidade de ajudar a equipa, de marcar e se desmarcar do opositor com um elevado sentido de posicionamento.
Diz que no Benfica viveu os seus melhores anos a nível profissional e isso transpareceu. Em entrevista, disse mesmo que nunca se arrependeu de ter deixado os brancos pelos encarnados, o que, temos de admitir, nos enche de orgulho. Abrilhantou as exibições, que, de águia ao peito, o levaram à conquista de um campeonato (2013/2014) e duas finais da Liga Europa consecutivas.
Mesmo com o interesse de clubes como o Manchester United, Bayern de Munique ou Chelsea, a saída foi para o Zenit de André Villas-Boas, com quem muito se orgulha de ter trabalhado mas ao contrário do que se diz, que não devemos voltar a sítios onde já fomos felizes, ele quis regressar a Lisboa mas não aconteceu e atualmente encontra-se a representar o Valência.
Acho que é unânime o reconhecimento dos benfiquistas pela entrega de corpo e alma de Garay, fazendo com que na história do clube permaneça, como um dos melhores defesas que por cá passaram.
Foto de capa: SL Benfica