Olheiro BnR – Bernardo Silva

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    Nada mais, nada menos do que 15,75 milhões de euros. Foi esse o encaixe financeiro que o Benfica fez recentemente com Bernardo Silva e que, à primeira vista, se assume como uma fantástico valor proveniente da transferência de um jogador que apenas fez três jogos oficiais pela equipa principal do Benfica.

    Ainda assim, e ao contrário do que se diz em tanta coisa no desporto-rei, o futebol não é apenas o momento, e a verdade é que o Mónaco não terá investido apenas naquilo que Bernardo Silva pode oferecer neste momento, mas, acima de tudo, naquilo que o internacional sub-21 português poderá oferecer futuramente em termos de retorno desportivo e financeiro. E isso, em condições normais, pagará largamente estes 15,75 milhões de euros.

    Explosão tardia

    Bernardo Mota Veiga de Carvalho e Silva nasceu a 10 de Agosto de 1994, em Lisboa, e é um produto das escolas do Benfica, clube que representou ininterruptamente entre 2002/03 e 2013/14, que é como quem diz desde os escolinhas até ao futebol sénior.

    No espectro encarnado, o médio-ofensivo foi sempre visto como um enorme talento, mas a sua estrutura franzina acabou por travar um impacto mais imediato, sendo que a verdadeira explosão do internacional sub-21 português deu-se precisamente em 2012/13, no seu último ano de juniores, quando fez 19 golos em 36 jogos e assumiu-se como o principal criativo e motor de uma equipa que foi campeã nacional sob o comando de João Tralhão.

    Adaptou-se muito bem à Ligue 1

    No rescaldo dessa excelente temporada nos juniores encarnados, foi com naturalidade que Bernardo Silva deu o salto para o Benfica B, onde, em 2013/14, confirmou todo o seu talento, somando 38 jogos e 7 golos na Segunda Liga e garantindo inclusivamente a chamada à selecção nacional de sub-21, onde rapidamente se tornou uma das figuras.

    Ao mesmo tempo, foi merecendo algumas (poucas) oportunidades de Jorge Jesus na equipa principal do Benfica, onde fez apenas três partidas oficiais, e sempre como suplente utilizado, também naturalmente prejudicado pelo facto de o habitual esquema do técnico de 60 anos não contemplar a presença de um “dez” puro como é Bernardo Silva.

    Nesse seguimento, foi sem grande surpresa que o jovem de 20 anos foi este Verão emprestado ao Mónaco, sendo que o internacional luso nem começou a actual temporada como titular, mas calmamente foi ganhando o seu espaço nas contas de Leonardo Jardim, isto ao ponto de já somar 21 jogos (14 como titular) e 3 golos no emblema do Principado, merecendo ainda o tal avultado investimento na sua contratação.

    Um predestinado que pode almejar a ser dos melhores do Mundo

    O futebol de Bernardo Silva transporta-nos para paragens temporais longínquas, uma vez que o internacional sub-21 português apresenta um estilo de jogo de um “dez” mágico – e focado, acima de tudo, na criação –, que muitos defendem que está extinto no futebol moderno, mas que poucos, como o jogador do Mónaco, teimam em provar o contrário.

    Afinal, o jovem luso tem tudo aquilo que se exige ao tal “dez” clássico, apresentando uma assombrosa técnica individual, uma aceleração e condução com bola que, por vezes, faz lembrar Lionel Messi, excelente qualidade de passe, superior visão de jogo e uma finalização bastante competente.

    Ainda assim, perante as exigências do futebol moderno, é necessário que Bernardo Silva evolua em alguns aspectos do jogo para atingir um patamar de excelência que o aproxime do leque onde se encontram os melhores do Mundo, nomeadamente no capítulo da recuperação defensiva e da gestão dos momentos de jogo, isto sem esquecer que o jovem deveria ganhar um pouco mais de físico.

    De sublinhar, por fim, que tal como Leonardo Jardim chegou a colocá-lo ao longo desta temporada, Bernardo Silva também se adapta a jogar encostado à direita, ainda que, actuando nessa posição específica, rapidamente se perceba que o internacional sub-21 português procura imediatamente as zonas centrais do terreno, acabando por assumir-se como um falso extremo, sempre a procurar as zonas de criação que, afinal, é o seu habitat natural.

    Foto de capa: asm-fc.com

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    Ricardo Figueiredo
    Ricardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    Sportinguista sofredor desde que se conhece, a verdade é que isso nunca garantiu grande facciosismo, sendo que não tem qualquer problema em criticar o seu clube quando é caso disso, às vezes até com maior afinco do que com os rivais. A principal paixão, aliás, sempre foi o futebol no seu contexto mais generalizado, acabando por ser sintomático que tenha começado a ler jornais desportivos logo que aprendeu a ler. Quanto ao ídolo de infância, esse será e corre o risco o de ser sempre o Krassimir Balakov, internacional búlgaro que lhe ofereceu a alcunha de “Bala” até hoje. Ricardo admite que ser jornalista desportivo foi um sonho de miúdo que conseguiu concretizar e o que mais o estimula na área passa pela análise de jogos e jogadores, nomeadamente os que ainda estão no futebol de formação ou naqueles campeonatos menos mediáticos e que pensa sempre que ninguém vê como o japonês, sul-coreano ou israelita..                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.