Uma das revelações desta segunda metade da Primeira Liga é um extremo português que vai brilhando na Ilha da Madeira, mais concretamente Xavier, jovem de 21 anos que até começou a época integrado no Marítimo B, mas que rapidamente atingiu um lugar no onze inicial da equipa agora orientada por Ivo Vieira.
Rápido, desequilibrador e desconcertante, Xavier é claramente uma pérola por lapidar, sendo inegável que estamos perante um jogador com capacidade para, num futuro próximo, dar o salto para uma equipa com outros pergaminhos e, inclusivamente, sonhar com a chegada à “Equipa das Quinas”.
Um filho de Guimarães
António Manuel Pereira Xavier nasceu a 6 de Julho de 1992 em Guimarães e fez toda a sua formação no Vitória local, apenas mudando para o Tourizense, em 2011/12, na transição para o futebol sénior. Aí, na II Divisão B, somou 32 jogos e um golo e conseguiu saltar para a Segunda Liga, curiosamente para representar a equipa secundária do maior rival do Vitória de Guimarães: o Sporting de Braga.
No Braga B, na temporada de 2012/13, somou 25 jogos, mas apenas cinco como titular, mudando-se na época seguinte para o Feirense (24 jogos) e, seis meses depois, para o Leixões (12 jogos), último clube que representou antes de saltar para o Marítimo no Verão de 2014.
Impacto na B garantiu-lhe o salto
Quando chegou aos insulares, e sabendo os maritimistas que Xavier apenas tinha rotinas de Segunda Liga, pensou-se que seria mais adequado ao jovem de 21 anos que começasse pela porta da equipa B, sendo que este não desmoralizou com a ideia, brilhando com a camisola da equipa B verde-rubra, somando 17 jogos e sete golos, e merecendo a justa promoção à equipa principal.
Aí, aliás, estreou-se a 14 de Dezembro de 2014, num Marítimo-Estoril (0-0) para a 14.ª jornada do campeonato nacional, tendo tido impacto imediato, ao ponto de nunca mais ter voltado ao Marítimo B e já somar 19 jogos e dois golos pela equipa principal do emblema insular.
Extremo veloz e criativo
Xavier é um esquerdino rápido e tecnicista, que se destaca pela sua capacidade de desequilíbrio (que bem sabe utilizar em lances de um contra um), verticalidade, qualidade no passe/cruzamento e boa capacidade de finalização, seja a curta ou longa distância.
Capaz de actuar em qualquer dos flancos, o jovem criativo, ainda assim, atinge a plenitude das suas capacidades a actuar como extremo-esquerdo, uma vez que é canhoto e privilegia dar profundidade ao flanco para procurar constantemente ganhar a linha, ao invés de forçar as diagonais para a zona central.
É de sublinhar, também, que se trata de um jogador tacticamente muito inteligente e abnegado no processo defensivo, características extremamente importantes no futebol moderno e que podem ser um factor crucial para que Xavier, num futuro próximo, consiga dar o salto para um clube com outros pergaminhos. Certo é que, a manter-se esta espiral evolutiva, esse voo será apenas uma questão de tempo.
Foto de capa: Facebook do Marítimo