As incidências que rechearam a presente edição da Uefa Europa League conduziram a um clássico Ajax x Man. United. Expectava-se um grande espetáculo. Pelo menos eu esperava. Encarei esta final como um eterno clássico do futebol europeu, daqueles que ao vermos anunciar no rodapézinho do noticiário não vamos querer perder!
Agora, e já levando em consideração a alteração de Taça Uefa para Liga Europa, repare-se que foi necessário “premiar” a formação vencedora da prova para causar mais interesse por parte das equipas. Por vezes, equipas com pretensões a nível de Champions caem para esta prova secundária, devido a um 3º lugar num “grupo da morte”, e notamos que o treinador decide poupar jogadores, ou apostar num discurso onde não eleva a competição ao patamar adequado. Penso que o real valor da prova está posto em causa por muitas equipas.
A diferença de nível entre esta e a mais importante competição europeia é assim tão grotesca? Ou será que não? Digo isto porque todos os anos, a generalidade dos espetadores atenta no facto de “parecer” que as equipas que chegam mais longe na Liga Europa tendem a ser “equipas de Champions”, a ter estaleca para disputar eliminatórias para lá dos oitavos de final. Embora não propriamente da primeira linha europeia, são equipas que, mesmo uns furos abaixo, apresentam elevados índices competitivos, treinadores e futebolistas capazes de elevar a qualidade de jogo para patamares bem altos.
Nos últimos anos vimos, por exemplo, Chelsea, Atlético de Madrid, Manchester City, Man. United (2011/12), Liverpool, Sevilha, Benfica, Juventus, FC Porto a disputar de forma veemente a competição. Equipas que têm capacidade para chegar longe na Liga dos Campeões. Julgo e vejo esta montra como a forma que possibilita as melhores equipas com menos meios, salvo exceções, competirem entre si e sujeitarem-se a vencer um prestigiado troféu, que lhes dá ainda o direito de disputar a Supertaça Europeia.
E para os lados do Ajax, que dizer sobre a possibilidade que tiveram de estragar o esquema de acesso à Liga dos Campeões engenhado por Mourinho? Depois de ter admitido poupar os melhores nas derradeiras jornadas da Premier, o nosso bem conhecido veio a público questionar o método de repescagem que permitiu ao clube de Amsterdão integrar o lote de equipas sujeito a sorteio para os 16 avos de final.
Parece que esta “bicada” (característica já assumida por Mourinho que são os seus mind games), não surtira efeito, e ainda não foi desta que o 2º classificado holandês tornou a erguer uma taça europeia. A última, recorde-se, foi em 1995, frente ao Milan, em que Patrick Kluivert resolveu. Apesar da existência de diversos fatores que poderiam funcionar como uma motivação extra para o lado holandês, como o facto de ter noção que defronta uma equipa que custou muitos milhões, e mesmo assim ainda não detém o rótulo de “tubarão”; que do outro lado está um técnico com uma reputação extraordinária, e é quase irrepreensível nas finais que joga; que o seu oponente tem um número tremendo de adeptos em todo o planeta; e que tem como prioridade alcançar, de forma direta, um lugar na próxima edição da prova milionária da UEFA, o Ajax não conseguiu aliar a estes aspetos uma exibição sólida e, segundo a minha leitura do jogo, alguma sorte.
Bem, apesar do esforço, de várias tentativas, os homens de Mourinho controlaram a partida logo desde o apito inicial, em que até ao final os golos surgiram naturalmente, e Ibra, embora lesionado, esteve em Estocolmo, e celebrou como se tivesse jogado.
Na Liga Europa, antes do jogo decisivo, já foram jogados imensas partidas, eliminatórias, desde as pré-eliminatórias, passando pela fase de grupos, e terminando nas eliminatórias com destino, este ano, a Estocolmo. Nas quais foi possível assistir a muita emoção por parte dos públicos, e grandes espetáculos no relvado! Em jogos a eliminar, não há um único jogador que se concentre nestes objetivos, sem primeiro se focar na vitória. Como tal, apresento-vos 10 momentos que são, naturalmente, as chaves de qualquer vitória: os golos.
Foto de Capa: BT Sport