Faz na segunda-feira, dia 10 de abril, precisamente 14 anos. Em pleno Estádio das Antas, com mais de 45 mil espetadores nas bancadas, o FC Porto entrava em campo para jogar a primeira mão da meia-final da Taça UEFA frente à poderosa SS Lazio. A equipa azul e branca, disposta em 4x4x2, entrava em campo com Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Dmitri Alenichev, Deco, Derlei e Hélder Postiga. No banco do FC Porto e assumindo o leme da equipa sentava-se José Mourinho, de fato e sobretudo azul-escuro, na época um (quase) desconhecido na Europa do futebol.
Do lado contrário a qualidade era imensa: o veterano internacional italiano Angelo Peruzzi defendia a baliza, os livres diretos batidos por Siniša Mihajlović eram um perigo constante, no centro da defesa Fernando Couto era um garante de garra e determinação, Dejan Stankovic e Diego Simeone eram os verdadeiros pêndulos da equipa e, no ataque, Claudio “El Piojo” López era, com a sua velocidade estonteante, uma seta permanentemente apontada à baliza adversária. O desafio era claramente difícil e, na época, a equipa comandada por Roberto Mancini era a unânime favorita a vencer a eliminatória e a estar presente na final da Taça UEFA 2002/2003.
Apito na boca de Kyros Vassaras, iniciou-se o jogo e, logo aos seis minutos, Claudio López gelou as Antas. Logo no primeiro ataque da equipa italiana o avançado argentino concretizaria em golo a oportunidade criada. Parecia inevitável: a SS Lazio tinha um plantel com valores individuais amplamente reconhecidos internacionalmente e, da parte do FC Porto, pouco mais haveria a fazer a não ser lutar com dignidade para evitar a humilhação europeia. Só que os comandados de José Mourinho não pensavam assim!
Dez minutos de jogo e Maniche, à entrada da área (como em tantas outras ocasiões!), haveria de relançar o jogo. E foi a partir daí que, já após um golo anulado e iniciando uma verdadeira “serenata à chuva”, o FC Porto haveria de arrancar para uma das melhores exibições do clube em competições internacionais. Aos 28 minutos, de cabeça e na sequência de um canto, Derlei acabaria por colocar a equipa azul e branca na frente do marcador. Aos 50 minutos, em recarga a um livre de longa distância marcado por Deco (e mal abordado por parte de Peruzzi), Derlei dilataria ainda mais a vantagem. Finalmente, aos 56 minutos, a partir da direita, Hélder Postiga com um forte remate deixaria também a sua marca no jogo e fecharia as contas da partida: 4-1 favorável ao FC Porto.
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