A procissão já não vai no adro. Encontra-se neste momento bastante adiantada e bem perto do seu final, restando saber se falamos de um final desejado ou, pelo contrário, necessário. Esta longa caminhada de quatro anos de sucesso tinha e tem como objetivo mínimo a consagração de mais um título, podendo dessa maneira igualar um feito ímpar de um clube português, a conquista do penta. Depois de sacado esse êxito, então sim, o estratagema poderia ou não ter continuidade. Seria, então, o fim da já anunciada procissão, recheada de anjos e personagens celestiais, subjugadas e subservientes ao poder instalado pelo homem forte de toda esta mentira: o senhor “primeiro ministro”, como agora (?) ousam chamar-lhe.
Esse seria, naturalmente, o final que todos desejariam, o término que poria o país num êxtase total. Afinal, este poder preocupa-se com a felicidade dos que o seguem e esta seria uma prenda bastante agradável. Contudo, e dada a analogia que tem sido feita nas últimas semanas, apetece-me dar aqui um toque religioso à coisa e transmitir a opinião de que considero ter sido dado o precónio (anúncio) final de uma procissão que deverá “morrer” na praia, se tivermos uma justiça disposta a não compactuar com este poder.
O caso dos emails, ainda que devidamente abafado e ignorado pela comunicação oficiosa do regime lisboeta, acaba por ser minimamente discutido e escrutinado um pouco por todo o lado. Felizmente, muitos já não comem gelados com a testa e, por isso, acabam por desconfiar da incoerência que acerca todos os encartilhados que, com maior ou menor frequência, se propõem a defender com unhas e dentes a posição dessa grande instituição.
Dez dias se passaram desde que Francisco J. Marques começou a destapar o véu e, desde então, nenhum dos visados conseguiu desmentir a existência de tais provas comprometedoras. Primeiro, numa tentativa desesperada de distanciar-se do comportamento do seu “não-colaborador” Pedro Guerra, o Benfica declara-se livre de culpas por se tratar de um simples adepto. Agora, esperamos a mesma linha de orientação e o precónio de que Luís Filipe Vieira e o seu assessor jurídico Paulo Gonçalves também nada têm a ver com o Benfica e que, como tal, nada se pode associar ao clube.