A seleção nacional de sub-21 continua em grande. Os comandados de Rui Jorge foram a Xanthi golear a seleção grega por 4-0, num resultado que apenas pode pecar por escasso, devido a uma excelente exibição de Barkas, guardião da equipa da casa.
Portugal entrou sem ponta de lança fixo, com Gelson Martins, Ricardo Horta e Gonçalo Guedes a formarem um trio de ataque móvel, e que esperava atacar os gregos com a sua enorme capacidade técnica. Na primeira parte, o jogo foi um pouco morno, com a seleção lusa a ter algumas dificulades em ultrapassar a defensiva helénica e quase sem criar oportunidades de golo. Só tinham havido duas jogadas dignas de registo, uma de João Cancelo na direita e um “raide” de Gelson Martins no lado esquerdo, em que ultrapassou 4 adversários e cruzou para um bom remate de Bruno Fernandes. Porém, na última jogada antes do intervalo, Portugal chegou ao golo: Ricardo Horta recuperou a bola no meio campo grego e assistiu Gonçalo Guedes, que começou a abrir o livro. O jovem do Benfica sentou um grego e rematou cruzado para o fundo das redes de Vassilis Barkas.
A seleção lusa ia assim em vantagem para a segunda parte e mais descansada ficou com o 2-0, apontado por Gelson Martins, apenas 5 minutos após o reatamento do encontro. O extremo do Sporting beneficiou de uma excelente jogada de Gonçalo Guedes, que foi à linha no flanco direito e cruzou para a pequena área. Gelson apenas precisou de encostar para a baliza deserta. Guedes estava endiabrado e foi uma das peças mais importantes da manobra portuguesa neste jogo. Rui Jorge continua a montar muito bem a nossa seleção de esperanças, dando oportunidade a vários jogadores, envolvidos em diferentes esquemas táticos, o que dificulta sempre a tarefa às equipas adversárias. A juntar ao “fator treinador”, existe ainda a enorme capacidade técnica da maioria dos nossos elementos, claramente superiores aos jogadores das outras seleções deste escalão.
Com uma vantagem de dois golos e sem que os gregos assustassem a defesa nacional (Bruno Varela não teve trabalho durante todo o encontro), Rui Jorge mexeu na equipa. Durante a segunda metade, entraram Iuri Medeiros, Francisco Ramos e Gonçalo Paciência para os lugares de Gelson Martins, Rony Lopes (jogo apagado do criativo que está a jogar no Monaco) e Ricardo Horta. A equipa das “quinas” continuou a dominar a partida e foi sem surpresa que apareceram mais dois tentos nos últimos minutos. João Cancelo, após uma magnífica combinação com Gonçalo Guedes, “sentou” um defesa grego e fuzilou a baliza de Barkas no terceiro; Gonçalo Paciência apontou o quarto, no último lance, após assistência de Iuri Medeiros.
Portugal lidera assim o seu grupo de qualificação, com 3 vitórias em outros tantos encontros, ostentando ainda um saldo de 12 golos marcados (média de 4 por jogo) e apenas um golo sofrido, na deslocação à Albânia. Nesta partida, além de Guedes, destaque muito positivo para Bruno Fernandes (capitão de equipa, esteve em quase todo o lado, a roubar bolas, a distribuir jogo e também apareceu na área para finalizar), Rafa e João Cancelo (os dois laterais estiveram muito seguros e também apoiaram o ataque, com o jogador do Valencia a marcar um golo) e Ricardo Horta (o atacante do Málaga foi uma das principais figuras em quase todas as jogadas perigosas de Portugal, durante o tempo em que esteve em campo).
Portugal pode estar seguro, parece-me que nesta campanha vamos repetir o pleno de vitórias que marcou o apuramento para o último Europeu.
A Figura:
Gonçalo Guedes – O avançado do Benfica esteve em grande. Começou como falso ponta de lança e teve dificuldades na luta com os centrais gregos. Contudo, libertou-se com o excelente golo que apontou, no final da primeira parte. Na segunda parte fez as assistências para os segundo e terceiro golos, e ainda ajudou no plano defensivo.
O Fora de Jogo:
Seleção grega – Esta equipa está igual à seleção principal do país. Sem ideias, frágil defensivamente, e sem granjear apoio junto do povo helénico. Após a vitória sobre o Liechtenstein, a equipa esteve muito mal e foi nula no aspeto ofensivo, no jogo que marcou a estreia de Antonis Nikopolidis, guarda redes campeão europeu em 2004, como treinador principal deste conjunto.