Wimbledon #1: Fritz e Ruud “caem” em primeira semana chuvosa

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    Depois de muito se especular acerca do que a sorte ditara no que aos favoritos dizia respeito, era chegada a hora de começar a perceber-se se todos esses vaticínios bateriam certo! Com o sérvio e intocável na catedral londrina, Novak Djokovic, a tentar igualar os oito troféus do helvético Roger Federer no Hall England Club, nomes como os do murciano Carlos Alcaraz, ou dos russos Danill Medvedev‎ e Andrey Rublev também partiam em condições de sonhar com algo grande! De salientar que a principal ausência em Wimbledon, por lesão era o também russo e 11º posicionado da hierarquia individual masculina, Karen Khachanov, alguém que seria sempre candidato a alcançar a segunda semana deste que é o terceiro Grand Slam da presente temporada.

    RELVA E CHUVA: UMA COMBINAÇÃO “EXPLOSIVA” PARA AS AMBIÇÕES NACIONAIS

    Com a primeira semana de prova a ser, altamente, condicionada e afetada pela chuva que  atrasou imenso a ação nos courts exteriores de Wimbledon, obrigando a organização a colocar mais embates nos dois recintos principais da competição. Seria precisamente  o estado da relva, bem escorregadia , por conta das condições climatéricas adversas a colocar um “travão” no sonho de uma nação, isto é, terminar com a odisseia vivida por Nuno Borges, o melhor tenista nacional da atualidade. Com o encontro a iniciar-se um dia mais tarde, eis que a chuva interromperia o mesmo por duas ocasiões: a primeira quando Borges enfrentava um parcial desfavorável de 3-2 na primeira partida, com a canícula a abater-se novamente sob “SW19” a 5-3 desse primeiro set. No tack três do embate, Nuno mostrando a fibra de campeão e o estofo mental que detém, revelaria capacidade para anular o ponto de set contra que teve de imediato pela frente, somando quatro jogos de seguida, tendo quebrado por duas vezes o serviço do 19º melhor jogador do mundo segundo o ranking, o argentino Francisco Cerundolo, que saía assim derrotado por 5-7 numa primeira partida que nos deixava a sonhar em grande! Tamanha era a qualidade de jogo ostentada pelo discípulo de Rui Machado!

    Contudo e quando Borges comandava na segunda, estando a ganhar cada vez mais forma um dos triunfos mais relevantes de sempre do ténis nacional, eis que o azar bateria à porta do lidador que ao tentar arrancar foi vítima de uma das lesões mais  frequentes em  relva: uma rotura de ligamentos, neste caso no tornozelo direito, fruto de uma entorse. Desde então, e quando seria bem mais fácil abdicar do encontro, Nuno embora visivelmente afetado física e psicologicamente continuou a acreditar e com todas as suas forças foi-se aguentando  o mais que pôde,  mas as dores eram muito fortes e Cerundolo foi forçando cada vez mais o físico do maiato que terminaria a sua participação em Wimbledon derrotado em quatro partidas, apesar de todo o esforço, garra e querer demonstrados. Esta lesão afastou igualmente Nuno do torneio de pares, sendo ainda desconhecido o período de ausência do nortenho do  circuito,  esperando-se  que a participação no US Open não esteja comprometida, ainda que tal cenário possa estar em risco.

    SE PARA UNS FOI UM “PASSEIO” PARA OUTROS FOI UM “MARTÍRIO”!

    Com Djoko e Alcaraz em lados opostos do quadro, acredito que tal como eu  os fãs da modalidade tenham como desejo assistir a uma final entre os dois melhores da atualidade, bem acima dos restantes. Essa crença pode mesmo virar algo exequível, visto que ambos rubricaram uma excelente primeira semana, sendo mesmo a primeira vez ao cabo de três participações, que o espanhol dobra esta fase do certame! Se o sérvio passou por nomes como: Stan Wawrinka e Pedro Cachín, helvético e alviceleste respetivamente, como faca quente em manteiga no verão, tendo sido impressionante o corretivo imposto pelo campeoníssimo ante o suíço vencedor de três títulos do Grand Slam, nenhum na relva londrina, com a passagem aos oitavos a fechar-se em pouco mais de duas horas, numa caminhada  sem a cedência de qualquer partida. Carlos Alcaraz também experimentou apenas dificuldades diante de um abnegadíssimo chileno, Nicolás Jarry,  que o forçou a quatro exigentes parciais, tendo o sul-americano liderado o quarto por 1-4, com a contenda a ficar resolvida após mais de quatro horas.

    Os grandes destaques da primeira semana da competição no que aos homens diz respeito foram   os desaires de: Kasper Ruud, derrotado pelo local Liam Broady, alguém fora do Top 150, ficando bem a descoberto todas as fragilidades do vencedor do Millennium Estoril Open, atuando sob relva, num encontro  em que o norueguês liderou por 1-2. O norte-americano Taylor Fritz seria o segundo membro do Top dez a sucumbir, igualmente na segunda fase surpreendido pelo sueco Mikael Ymer, com o escandinavo a recuperar de um placard desfavorável de 0-2. Outros elementos da elite do ténis mundial como Cameron Norrie, Francis Tiafoe, terceiro membro do Top dez a “cair”,  Borna Coric ou Felix Auger- Aliassim também já fizeram as malas!

    Já quanto ao quadro feminino, historicamente mais despojado no final da semana inaugural no que às pré-designadas se refere, os destaques foram para as derrotas prematuras da grega Maria Sakkari, das russas Liudmila Samsonova e Daria Kasatkina e da jovem norte-americana Cori Gauff, num quadro onde ainda figura o nome da brasileira e 13º da hierarquia individual feminina Beatriz Haddad Maia, que apenas na terceira eliminatória diante, de uma sempre perigosa, Sorana Cirstea veterana romena, não necessitou de três partidas.  Swiatek, Rybakina, Kvitová e Sabalenka vão mostrando o porquê de serem, por mim, consideradas as grandes favoritas à coroa, com apenas a checa e a cazaque a experimentarem algumas dificuldades, sendo necessário elevar o  nível!

    Salientar ainda que a jovem russa de apenas dezasseis anos Mirra Andreeva também se encontra entre as apuradas para a segunda semana.

    Francisco Cabral e Rafael Matos, fruto dos constrangimentos provocados pela chuva, apenas no domingo disputaram a primeira ronda da prova de pares, batendo em duas partidas a dupla britânica composta por Liam Broady e Jamie O’Mara.

    Agora é tempo de continuar a seguir a fase decisiva dos diferentes quadros da presente edição do maior e do mais prestigiado torneio do mundo disputado sob relva.

    Como sempre o seu BNR  por lá estará, fazendo com que não perca nada de um Grand Slam que já não conta com participação caseira em singulares!

    Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.