Se a competição masculina ficou marcada pela ausência de vários nomes de peso que optaram por não fazer a viagem até aos Estados Unidos antes do início da temporada europeia de terra batida, o torneio feminino de Miami contou no seu elenco com as principais tenistas do circuito, à exceção de Serena Williams, e as poucas surpresas nas rondas iniciais proporcionaram inúmeros encontros de alto nível entre as cabeças de série nas fases mais adiantes do Miami Open.
DUAS SURPRESAS ENTRE A SUPREMACIA DAS FAVORITAS
Ao contrário daquilo que tantas vezes se verifica no circuito WTA, a edição de 2021 do torneio de Miami pautou-se pelo domínio das tenistas mais credenciadas nas rondas iniciais. As cabeças de série venceram, na sua vasta maioria, os encontros de estreia na competição, mesmo que algumas tenham suado para o conseguir.
Apenas seis das 32 mais bem classificadas na hierarquia mundial à partida para o torneio caíram logo à primeira no torneio. Cori Gauff, a jovem de 17 anos e atual número 36 do mundo, foi um desses casos, embora a derrota perante a talentosa Anastasija Sevastova (57.ª do ranking WTA) não seja um resultado surpreendente. Mais desapontantes foram as prestações de Kiki Bertens (11.ª), Yulia Putintseva (28.ª) e Petra Martic (21.ª), que também saíram cedo de cena.
Defending champ mentality 👉🧠
Top seed @ashbarty saves a match point and escapes Kucova to reach the third round!#MiamiOpen pic.twitter.com/LTUCFVTjE1
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A número um do mundo, Ashleigh Barty, a disputar pela primeira vez um torneio fora da Austrália desde o regresso das competições após a pausa provocada pela pandemia de COVID-19, tremeu na estreia, mas acabou por conseguir salvar match points frente a Kristina Kucova (149.ª). O mesmo fez Aryna Sabalenka (8.ª) frente à veterana Tsvetana Pironkova, vinda do qualifying.
Ainda assim, a supremacia geral das jogadoras com melhor ranking não impediu o aparecimento de alguns nomes inesperados em fases adiantadas do torneio. Uma delas foi Ana Konjuh, atualmente fora do Top 300 e que beneficiou de um convite da organização para jogar a prova. A croata começou por bater Madison Keys (19.ª), a que se seguiu outra vitória inesperada perante Iga Swiatek (16.ª), atual campeã de Roland Garros. Acabaria derrotada nos oitavos de final por Sevastova, que na ronda anterior tinha aproveitado a desistência da lesionada Simona Halep (3.ª).
Por sua vez, a espanhola Sara Sorribes Tormo (58.ª), que venceu o seu primeiro título WTA há uma semanas, em Guadalajara, confirmou o estatuto de maratonista ao somar consecutivas vitórias em três partidas. Primeiro foi Jennifer Brady (14.ª), finalista do Open da Austrália, depois Elena Rybakina (23.ª), Ons Jabeur (30.ª), a tunisina que tinha eliminado Sofia Kenin (4.ª), norte-americana que continua a desapontar neste início de temporada. A espanhola apenas sucumbiu nos quartos de final perante Bianca Andreescu (9.ª), encontro que também precisou de três sets para ficar resolvido.
“I’m proud of working all the match, don’t stop fighting. I stay there no matter what, no matter the score.”
Long matches? Not a problem for @sara_sorribes! 👌
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CONFRONTOS DE ALTO NÍVEL, O REGRESSO EM PLENO DE ANDREESCU E O FIM DA INVENCIBILIDADE DE OSAKA
Como já foi referido, o WTA 1000 de Miami foi rico em confrontos entre os principais nomes do circuito feminino e eles começaram logo na terceira ronda. Marketa Vondrousova (20.ª) superou Belinda Bencic (12.ª) numa batalha de três partidas, enquanto Petra Kvitova (10.ª) bateu, sem qualquer dificuldade, a britânica Johanna Konta (18.ª), por 6-1 e 6-2.
🤗 @vika7 🤗 @MiamiOpen 🤗
The three-time champ is through to Round 4, where she will face top seed Barty! pic.twitter.com/37MXDt7n67
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Ainda assim, o encontro de maior cartaz foi o embate entre Victoria Azarenka (15.ª) e Angelique Kerber (26.ª), duas antigas número um e campeãs de Grand Slams. A bielorrussa levou a melhor em dois sets, com os parciais de 7-5 e 6-2, mas a primeira partida atingiu níveis estratosféricos e foi do melhor que se viu ao longo do torneio. Apesar do seu bom nível, acabou derrotada nos oitavos de final por Barty, num set decisivo em que voltou a acusar os problemas físicos que a têm apoquentado nas últimas semanas.
Esta fase do torneio seria também o primeiro sinal de que Andreescu, a jovem canadiana que esteve mais de um ano sem competir depois de vencer o US Open, em 2019, estava a chegar à boa forma que apresentava antes da lesão, ao bater Amanda Anisimova (32.ª) em três sets. No dia seguinte, nova vitória em três partidas, desta vez frente a Garbine Muguruza (13.ª), uma das melhores jogadoras neste início de época. Sempre obrigada a jogar um terceiro set, bateria ainda Sara Sorribes Tormo e Maria Sakkari (25.ª) no caminho até à final.
Absolutely incredible 🤯
Yes @Bandreescu_, you got the point! 😆#MiamiOpen pic.twitter.com/U1E4Bw5aqB
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Outra jogadora que se apresentou a grande nível neste Miami Open foi Elina Svitolina (5.ª), responsável pela eliminação de Petra Kvitova e Sevastova. A ucraniana só caiu aos pés da número um na meia-final. Depois de salvar match points na sua estreia no torneio, a campeã em título do Miami Open bateu Azarenka, Sabalenka e Svitolina no percurso até ao encontro decisivo.
Pelo caminho ficou Naomi Osaka (2.ª), a japonesa que viu a sua sequência de 23 vitórias consecutivas, iniciada no torneio de Cincinatti, em 2020, terminar de forma inesperada frente a Sakkari, com os parciais expressivos de 6-0 e 6-4.
A Greek delicacy 🇬🇷@mariasakkari | #MiamiOpen pic.twitter.com/h7EocttOTQ
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