A squadra azzurra vai ao Brasil em busca do seu quinto Mundial, depois das vitórias em 1934, 1938, 1982 e 2006. Não sendo uma das grandes favoritas, é sempre uma das equipas a ter em conta. As casas de apostas colocam a Itália como a sexta selecção favorita à conquista da mais importante competição ao nível de selecções, atrás de Brasil, Argentina, Alemanha, Espanha e Bélgica. Após a fantástica trajetória da Itália em 2006, que culminou com a conquista da prova, a Itália foi uma das grandes desilusões do último Mundial, em 2010 na África do Sul, conquistando apenas dois pontos e terminando em último lugar no grupo atrás de Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia. O que deveria ter sido um passeio pela fase de grupos tornou-se num pesadelo que levou ao abandono de Marcello Lippi do comando técnico da selecção pela porta pequena.
Cesare Prandelli chega ao Mundial depois de ter conduzido a equipa à final do Euro 2012, em que acabou goleado pela Espanha (4-0), e de ter conquistado o terceiro lugar na Taça das Confederações depois de bater o Uruguai em penaltis (3-2).
A Itália está envolvida no Grupo D, o “grupo da morte” desta fase de grupos, indo desde logo defrontar a Inglaterra, o Uruguai e a Costa Rica. O menor descuido poderá levar a mais um abandono prematuro da competição.
A selecção italiana é bastante equilibrada em todos os sectores e apresenta um misto de juventude e experiência. Por um lado temos jogadores como Buffon, Pirlo e De Rossi, que trazem liderança e experiência, e por outro lado temos jogadores como Balotelli, Insigne e Verratti, que contribuem com a sua irreverência. São, como sempre, uma das equipas a ter em conta e, não acontecendo nada de estranho, deverão alcançar pelo menos os quartos-de-final da competição, pois possuem o talento para isso.
OS CONVOCADOS
Guarda Redes – Gianluigi Buffon (Juventus), Mattia Perin (Genoa), Salvatore Sirigu (Paris Saint-Germain).
Defesas – Ignazio Abate (AC Milan), Andrea Barzagli (Juventus), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Matteo Darmian (Torino), Mattia De Sciglio (AC Milan), Gabriel Paletta (Parma).
Médios – Alberto Aquilani (Fiorentina), Antonio Candreva (Lazio), Daniele De Rossi (Roma), Claudio Marchisio (Juventus), Thiago Motta (Paris Saint-Germain), Marco Parolo (Parma), Andrea Pirlo (Juventus), Marco Verratti (Paris Saint-Germain).
Avançados – Mario Balotelli (AC Milan), Antonio Cassano (Parma), Alessio Cerci (Torino), Ciro Immobile (Torino), Lorenzo Insigne (Napoli).
A ESTRELA
O jogador mais importante da selecção italiana continua a ser o regista Andrea Pirlo. É por ele que passa todo o jogo da equipa – ele é o cérebro do meio-campo italiano. Se Pirlo está num dia mau a Itália decresce bastante em qualidade mas quando está inspirado vê-lo jogar é um hino ao futebol. Ajuda ser o jogador mais inteligente em campo – Pirlo sabe sempre onde estão os seus companheiros. Usando a sua fantástica técnica e os seus passes teleguiados para abrir buracos em qualquer defesa do mundo, contribuindo também activamente nas bolas paradas (pode marcar a qualquer altura de livre, se necessário), é um perigo em qualquer zona do campo. Se lhe derem espaço, ele fará o adversário pagar. Com 35 anos, Pirlo disputa provavelmente a sua última competição com a Itália e quererá com certeza despedir-se em grande.
O TREINADOR
Cesare Prandelli assumiu o comando técnico da Itália em Julho de 2010 e desde aí, nos seus 51 jogos ao comando da selecção a Itália, os transalpinos têm crescido como equipa, com boas prestações no Euro 2012 (finalista vencido) e na Taça das Confederações (terceiro lugar), tendo em ambas as competições perdido contra a Espanha de Del Bosque. Foi juntamente com a Holanda de Van Gaal uma das primeiras selecções a assegurar o passaporte para o Mundial (Brasil não conta por motivos óbvios).
O antigo jogador da Juventus e treinador da Fiorentina, agora com 56 anos, renovou o contrato com a Federação Italiana antes da competição, tal é a confiança nas suas capacidades. Enfrenta agora o maior desafio da sua carreira – tentar guiar a Itália à conquista do penta. Difícil, mas não impossível.
O ESQUEMA TÁTICO
Prandelli parece ter-se decidido por um 4-3-3 que a qualquer momento se pode transformar num 3-5-2, se necessário, beneficiando da base da defesa da Juventus (Chiellini-Bonucci-Barzagli) para esta transformação, muitas vezes implementada no decorrer de partidas para alterar resultados. Em qualquer das formações, o jogador-chave é Pirlo. É por ele que passa todo o jogo da Itália – ele recebe a bola desde trás e transporta-a para a frente, pelo que a construção de jogo passa sempre seus pés. Pirlo beneficia da habilidade de De Rossi para compensar qualquer desequilíbrio no sector defensivo. Com a lesão de Montolivo, Prandelli vai ser obrigado a fazer experiências, mas o onze base, estando longe de ser final, deverá consistir em algo como: Buffon na baliza; Abate, Bonucci, Barzagli e Chiellini na defesa (quando a equipa se transforma num 3-5-2, Chiellini deixa de ser lateral e junta-se aos centrais); Pirlo, De Rossi e Marchisio no centro do terreno e Candreva, Cassano e Balotelli no ataque.
O PONTO FORTE
O ponto forte da equipa italiana é o seu equilíbrio. A defesa e o meio-campo apresentam um bloco sólido e a equipa raramente vacila ou comete erros, sendo bastante cínica na altura de executar e procurando desde logo capitalizar qualquer erro do adversário.
O PONTO FRACO
O ponto fraco é o ataque. A equipa está demasiado dependente dos seus médios criativos. Se jogadores como Pirlo ou Marchisio não conseguirem implementar o seu jogo e abrir espaços, a vida de Balotelli e companhia tornar-se-á bastante complicada. Falta-lhes um “nove” que consiga resolver o jogo por ele – Balotelli fez isso nas meias-finais do Europeu de 2012 contra a Alemanha mas isso foi a excepção e não a regra, infelizmente.