Recorda a antevisão do Grupo A
Grupo B – Será, porventura, o mais imprevisível da prova. A Tunísia, com o seu futebol conservador mas eficaz, leva ligeiro favoritismo na luta pelo apuramento, mas Cabo Verde, que tem tido uma evolução notável nos últimos tempos, a Zâmbia, vencedora em 2012, e a sempre extravagante RD Congo prometem uma luta acesa pela outra vaga.
Zâmbia – Chipolopolo
Surpreenderam tudo e todos na edição do campeonato de 2012, ao baterem a Costa do Marfim na final. Contudo, a equipa ainda não conseguiu dar continuidade a essa bela conquista, contando com bastantes dificuldades na edição de 2013, onde nem sequer passou da fase de grupos.Do principal onze dessa altura alguns jogadores já não constam nas convocatórias, aparecendo um número interessante de jovens locais: Ronald Kampamba, Bruce Musakanya (atuam ainda na Zâmbia) e Mukuka Mulenga (joga na África do Sul).
No entanto, serão outros os jogadores que mais esperança oferecem aos adeptos zambianos: Stophira Sunzu, Nathan Sinkala, Emanuel Mayuka e Rainford Kalaba deverão espalhar magia pela Guiné-Equatorial, em especial o último. Rainford Kalaba é um eléctrico médio criativo de 28 anos que alia a técnica à velocidade, faltando-lhe apenas maior capacidade atlética para ter aguentado a intensidade europeia (um paradoxo, tratando-se de um africano). O jogador não se adaptou muito bem a França e a Portugal, fazendo, contudo, furor na RD Congo, ao serviço do TP Mazembe.
Em relação ao treinador, o seu nome poderá ter pouca expressão a nível internacional, em especial na Europa. Chama-se Honour Janza, é zambiano, tem 48 anos, e foi o director técnico da Federação Zambiana de Futebol nos últimos anos. O treinador foi apontado por Kalusha Bwalya – antiga estrela do futebol local e actual presidente da federação – para substituir Beaumelle no cargo, no passado mês de Agosto.
1. Danny Munyao (Red Arrows) – GR
2. Donashano Malama (Nkana) – Def
3. Chisamba Lungu (Ural Sverdlovsk Oblast) – Méd
4. Christopher Munthali (Nkana) – Def
5. Roderick Kabwe (Zanaco) – Def
6. Davies Nkausu (Bloemfontein Celtic) – Def
7. Spencer Sautu (Green Eagles) – Méd
8. Bruce Musakanya (Red Arrows) – Méd
9. Ronald Kampamba (Nkana) – Ava
10. Mukuka Mulenga (Bloemfontein Celtic) – Méd
11. Lubambo Musonda (Ulisses) – Méd
12. Evans Kangwa (Hapoel Ra’anana) – Ava
13. Stoppila Sunzu (Shanghai Shenhua) – Def
14. Kondwani Mtonga (Shillong Lajong) – Méd
15. Given Singuluma (TP Mazembe) – Ava
16. Kennedy Mweene (Mamelodi Sundowns) – GE
17. Rainford Kalaba (TP Mazembe) – Méd
18. Emmanuel Mbola (Hapoel Ra’anana) – Def
19. Nathan Sinkala (Grasshopper) – Méd
20. Emmanuel Mayuka (Southampton) – Ava
21. Jackson Mwanza (ZESCO United) – Ava
22. Joshua Titima (Power Dynamos) – GR
23. Patrick Ngoma (Red Arrows) – Ava
Tunísia – Les Aigles du Carthage
A Tunísia apresenta-se em competição como de costume, com uma selecção baseada no seu forte campeonato local, que este ano viu o CS Sfaxien qualificar-se para as meias-finais da Liga do Campeões Africanos. Curiosamente, a escolha desses jogadores é muito diferente em relação à última CAN, não deixando de surpreender para quem não acompanha com tanto afinco os campeonatos locais.
Mas não será um dos “locais” a atrair mais holofotes. De todos os seleccionados será Wahbi Khazri o jogador a despertar mais interesse. Nascido na Córsega, em Ajaccio, mas formado em Bastia, Khazri é um médio ofensivo de 23 anos que joga (e muito bem) no Bordéus. O antigo internacional jovem francês tem-se revelado uma peça fundamental no miolo da sua equipa, esperando-se que tenha o mesmo desempenho ao serviço da sua selecção.
Com um papel importante para encaixar as peças da equipa, o experiente treinador belga George Leekens terá a responsabilidade de acrescentar alguma qualidade a uma selecção que conta normalmente com muitos bons jogadores mas que nem sempre funcionam como equipa. No futebol da Tunísia, os resultados estão normalmente à frente das exibições, e nos últimos anos estas têm sido de qualidade muito duvidosa. No entanto, não será isso que mais preocupa o treinador belga, nem os tunisinos, não se esperando muita magia por parte desta selecção, antes pragmatismo resultadista.
1. Farouk Ben Mustapha (Club Africain) – GR
2. Syam Ben Youssef (Astra Giurgiu) – Def
3. Aymen Abdennour (Monaco) – Def
4. Bilel Mohsni (Rangers) – Def
5. Rami Bedoui (Étoile du Sahel) – Def
6. Hocine Ragued (Espérance) – Méd
7. Youssef Msakni (Lekhwiya) – Méd
8. Edem Rjaibi (CA Bizertin) – Ava
9. Yassine Chikhaoui (FC Zürich) – Méd
10. Hamza Younés (Ludogorets Razgrad) – Ava
11. Amine Chermiti (FC Zürich) – Ava
12. Ali Maâloul (CS Sfaxien) – Def
13. Ferjani Sassi (Metz) – Méd
14. Stéphane Nater (Club Africain) – Méd
15. Mohamed Ali Manser (CS Sfaxien) – Méd
16. Aymen Mathlouthi (Étoile du Sahel) – GR
17. Hamza Mathlouthi (CA Bizertin) – Def
18. Wahbi Khazri (Girondins Bordeaux) – Méd
19. Ahmed Akaichi (Espérance) – Ava
20. Mohamed Ali Yacoubi (Espérance) – Def
21. Jamel Saihi (Montpellier) – Méd
22. Moez Ben Cherifia (Espérance) – GR
23. Selim Ben Djemia (Stade Lavallois) – Def
Cabo Verde – Tubarões Azuis
A única representante dos PALOP na CAN’2015 foi uma das mais belas selecções da edição de 2013, surpreendendo tudo e todos com o seu futebol atractivo e com a coesão do seu grupo de jogadores. Lúcio Antunes, treinador de então, foi considerado um herói nacional, não apenas pelo apuramento histórico, mas também por ter conseguido chegar tão longe.
Assim, se por um lado os jogadores cabo-verdianos estão mais experientes, muitos deles a jogar em equipas mais competitivas, por outro os seus adversários olharão agora para os Tubarões Azuis de uma forma mais séria e criteriosa, deixando o arquipélago de ser uma bela surpresa. O facto de ter ficado em primeiro no seu grupo da fase de qualificação mostra a qualidade que a sua equipa tem. Depois de alguma indefinição após a saída de Lúcio Antunes do comando da equipa, o treinador português Rui Águas, de 54 anos, assumiu o cargo, seguindo uma linha de continuidade em relação ao seu antecessor.
Também numa linha de continuidade, Ryan Mendes deverá ser o “jogador-chave” desta equipa. O jogador nunca se conseguiu afirmar verdadeiramente no Lille, mas o facto de ter um papel importante numa equipa que disputa os lugares cimeiros num dos principais campeonatos europeus revela um pouco a sua qualidade. Aos 25 anos, Ryan Mendes poderá ter o seu torneio de consagração. Numa equipa que se destaca fundamentalmente pelo colectivo, não é fácil nomear outros jogadores, já que o seu nível de competência é elevado, mas Platini, Kuca e Garry Rodrigues deverão ser, também, tidos em consideração…
1. Vozinha (Progresso) – GR
2. Stopira (Videoton) – Def
3. Fernando Varela (Steaua Bucharest) – Def
4. Kay (CSU Craiova) – Def
5. Babanco (Estoril) – Méd
6. Sérgio Semedo (Olhanense) – Méd
7. Odaïr Fortes (Stade de Reims) – Ava
8. Toni Varela (Excelsior) – Méd
9. Kuca (Karabükspor) – Ava
10. Héldon (Sporting CP) – Ava
11. Garry Rodrigues (Elche) – Ava
12. Ken (Nacional) – GR
13. Platini (CSKA Sofia) – Méd
14. Gegé (Marítimo) – Def
15. Nuno Rocha (CSU Craiova) – Méd
16. Ivan Cruz (Gil Vicente) – GR
17. Calú (Progresso) – Méd
18. Nivaldo (Teplice) – Def
19. Júlio Tavares (Dijon) – Ava
20. Ryan Mendes (Lille) – Ava
21. Djaniny (Santos Laguna) – Ava
22. Jeffrey Fortes (FC Dordrecht) – Def
23. Carlitos (AEL Limassol) – Def
República Democrática do Congo – Les Léopards
A RD Congo aparece nesta competição apurando-se como a melhor terceira classificada num grupo constituído por Costa do Marfim, Camarões e Serra Leoa. Dessa forma, mesmo tendo um grupo de jogadores interessante, não são muitas as expectativas criadas à volta dos Leopards.
Muitos dos jogadores convocados para as últimas edições já não constam neste elenco. Nomes como Herita Ilunga, Zola Matumona, Tresor Mputu e Lomana LuaLua já não fazem parte das contas de Florent Ibengé, optando o treinador por chamar muitos jogadores a actuar em África. E não é de admirar, já que o TP Mazembe e o AS Vita Club chegaram, respectivamente, à meia-final e à final da Champions League africana.
Outro ponto negativo apontado pelos analistas é a inexperiência do seu seleccionador. Com 57 anos, Florent Ibengé apenas tem no currículo o comando do Shanghai Shenhua e do AS Vita Club, clube que ainda lidera enquanto assume o papel de seleccionador congolês. E, mesmo tendo levado a sua equipa à final da Champions, continua a ser olhado com alguma interrogação.
De todos os jogadores escolhidos, aquele que poderá chegar à CAN mais motivado – tem boas razões para isso – é o avançado Firmin Ndombe Mubele. Este jovem de 20 anos foi o vencedor do prémio de Melhor Jogador Africano a actuar em África. Só por isso, mostra todo o potencial deste avançado, que foi também dos Melhores Marcadores da CAF Champions League, com 6 golos.
1. Robert Kidiaba (TP Mazembe) – GR
2. Issama Mpeko (Kabuscorp) – Def
3. Jean Kasusula (TP Mazembe) – Def
4. Christopher Oualembo (Académica) – Def
5. Nelson Munganga (AS Vita) – Méd
6. Cédric Makiadi (Werder Bremen) – Méd
7. Youssouf Mulumbu (West Bromwich Albion) – Méd
8. Hervé Kage (Genk) – Méd
9. Dieumerci Mbokani (Dynamo Kiev) – Ava
10. Neeskens Kebano (Charleroi) – Méd
11. Yannick Bolasie (Crystal Palace) – Ava
12. Bawaka Mabele (AS Vita) – Def
13. Junior Kabananga (Cercle Brugge) – Ava
14. Gabriel Zakuani (Peterborough United) – Def
15. Joël Kimwaki (TP Mazembe) – Def
16. Mulopo Kudimbana (Anderlecht) – GR
17. Cédric Mongongu (Évian TG) – Def
18. Cedrick Mabwati (Osasuna) – Ava
19. Jeremy Bokila (Terek Grozny) – Ava
20. Lema Mabidi (AS Vita) – Méd
21. Firmin Ndombe Mubele (AS Vita) – Ava
22. Chancel Mbemba Mangulu (Anderlecht) – Def
23. Parfait Mandanda (Charleroi) – GR
Foto de Capa: Matthew Kenyon