O conta-quilómetros de um sonho – Entrevista a João Serrano

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    João Ferro Serrano, actual lateral esquerdo da equipa de Juniores do Sporting Clube de Portugal e jogador com 17 internacionalizações pelas camadas jovens da Selecção Nacional, luta pelo seu sonho como jogador de futebol profissional, conjugando-o com uma média de 17,6 no curso de Economia do Secundário. Percurso marcado por muitas realizações desportivas e pessoais que reflectem um compromisso sério por um sonho.

    Fonte: Maria Serrano
    Fotografia de Maria Serrano

    1- Fala-me do teu percurso desportivo.
    Nasci numa família com muitos primos direitos da minha idade e todos herdámos dos nossos pais um interesse muito grande pelo futebol. Desde cedo traduzimos este gosto pela prática, não me lembro de outro brinquedo para além da bola. Assim, aos quatro anos comecei a acompanhar os treinos e os jogos da equipa de futsal onde o meu pai era treinador. Iniciei o futsal aos seis anos na Escola Salesiana de Évora, tendo como treinador o meu pai. Aos 8 anos integrei as equipas federadas do Lusitano de Évora, competindo com jogadores um ano mais velhos. No último ano em que joguei por este clube tive o prazer de ser campeão em dois escalões em simultâneo; foi uma despedida que nunca esquecerei, uma vez que já estava a ser observado pelo Sporting C.P e pelo S.L Benfica.

    Fonte: Maria Serrano
    Fotografia de Maria Serrano

    2- Como chegaste ao Sporting?
    Na minha última época pelo Lusitano de Évora participei no Mundialito futebol 7 no Algarve, onde fui convidado pelo Sporting C.P a participar em treinos e torneios. Em 2009 integrei, pela primeira vez, os quadros de competição do Sporting C.P no escalão de Iniciados de primeiro ano; esta é a quinta época em que me encontro em representação deste clube.

    3- Quem é a tua referência neste mundo do futebol e em que sentido?
    Não tenho uma, mas várias referências. A primeira é, naturalmente, o meu pai, que me acompanha em todo este processo e que me transmitiu o gosto pelo futebol. Aos meus primos devo o excelente meio de competição onde cresci. Como jogadores de referência tenho o Maldini, internacional italiano, e Philip Lham, internacional alemão, ambos laterais esquerdos, posição que tenho desempenhado mais, tanto no Sporting C.P como na Selecção Nacional. Ainda, sem querer individualizar, refiro os treinadores que até ao momento tive, tanto no Lusitano como no Sporting e como na Selecção Nacional, que muito contribuíram para a minha formação pessoal e desportiva.

    4- Até ao presente, qual foi o momento mais marcante da tua carreira desportiva?
    Pela positiva destaco a minha primeira chamada à Selecção Nacional – na altura, a primeira Selecção Nacional sub15. É sempre uma honra vestir a camisola em representação do nosso país.
    Pela negativa, refiro a grave lesão que tive no pé direito (fractura do quinto metatarso) que me deixou fora dos relvados durante 5 meses.

    Fonte: Maria Serrano
    Fotografia de Maria Serrano

    5- Como concilias o teu compromisso com o futebol com outras actividades?
    Facilmente. A minha primeira prioridade é o futebol e tudo o resto se ajusta aos calendários desportivos.

    6- E qual o lugar que a escola ocupa nessas tuas prioridades?
    A escola também é bastante importante; a prova disso são, até agora, os meus resultados escolares. Tento usar o tempo livre que me sobra dos treinos para estudar e tento estar atento nas aulas para ter menos trabalho em casa.

    7- Que peso e medida tem esta paixão na tua vida?
    Até este ano, ano em que comecei a ser jogador residente da Academia do Sporting, teve o peso de 12 viagens semanais de 110 km cada, entre Évora e Alcochete. Tem o peso de férias de Verão muito curtas, que no ano passado se resumiram a uma semana, em virtude da minha participação no torneio CPLP em representação da Selecção Nacional sub17. Tem a medida de um sonho para a vida.

    9- Da tua experiência, o que podes transmitir aos outros jovens da tua geração?
    Que nós somos donos do tempo e que lá podemos encaixar os nossos objectivos. Lutar por eles é a nossa obrigação. Potenciar as nossas capacidades é um dever para connosco e para com a sociedade.

    10- Consideras-te um visionário?
    Não, sou apenas uma pessoa que pensa, planeia e acredita no futuro.

    Fonte: Maria Serrano
    Fotografia de Maria Serrano

    Chegar à equipa principal de um clube português é um objectivo cada vez mais complicado de atingir; o número de jogadores portugueses a representarem os plantéis principais dos “Três Grandes” de Portugal (F.C. Porto, S.L. Benfica e Sporting C.P) é cada vez mais pequeno. É preciso ter sorte, lutar contra as lesões e afirmar o seu valor pessoal e profissional em todos os jogos e treinos, mostrando que merece estar no lugar que muitos outros desejam. Aqui ficou o testemunho de um dos muitos atletas de futebol de formação que trabalham para percorrer o longo caminho que vai do dom à profissão.

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