O Craque do Mar – Entrevista a Bruno Lamas

    BnR: Como foi a sua adaptação em Portugal? Se sentiu alguma dificuldade nos conte a mais complicada.

    BL: A minha adaptação foi boa, apesar de sofrer com o frio que estava na época e com os salários em atrasos daquele ano. Foi boa porque comecei logo a jogar e a pegar o ritmo de jogo de Portugal. Única curiosidade foi que quando cheguei fui para um apartamento que eles mandaram e acabei sendo despejado porque não pagavam a renda há um tempo. Mas foi bom porque fui para um lugar bem melhor depois (risos).

    BnR: Quais as principais diferenças que você pode apontar entre o futebol português e futebol brasileiro?

    BL: Acho que a maior diferença entre o futebol português e o futebol brasileiro é a intensidade de jogo daqui (Portugal). No Brasil se joga um futebol mais bonito, mas sem tanta marcação, jogando mais só com a bola e isso precisei me adaptar aqui.

    BnR: Você jogou com o Neymar e com o Paulo Henrique Ganso no Santos. Como você relata essa experiência?

    BL: Jogar do lado deles é fantástico. Quando você os vê jogando a primeira vez perto de você, fica apenas pensando que eles realmente são craques. Eles veem coisas que os outros não conseguem ver.

    Bruno Lamas comemorando mais um golo marcado com a camisola do Leixões S.C.

    BnR: Você foi um dos grandes destaques da equipa nas últimas épocas, mas o seu contrato com o clube termina no próximo dia 30.06. O seu futuro ainda será no Estádio do Mar? Ou tem alguma proposta para mudar de ares?

    BL: Graças a Deus desde quando cheguei todos tiveram muito carinho por mim. Acabei jogando com todos os treinadores e pude ser feliz marcando golos ou dando assistências. Sobre o meu futuro ainda não sei dizer, porque ainda não está nada definido. Existem algumas sondagens e estou junto com o meu empresário analisando a melhor solução para o futuro. Não sei dizer se vai ser no Mar ou não.

    BnR: Nas últimas épocas o objetivo do clube era a promoção à Primeira Liga Portuguesa. Mas o Leixões S.C. não tem conseguido sucesso nessa tarefa, mesmo montando equipas competitivas. O que falta para o clube conseguir o sonhado acesso?

    BL: Penso que nos últimos anos o objetivo maior foi a manutenção que não estava fácil. Esse ano foi mais tranquilo e com estabilidade. A SAD soube trabalhar muito bem, deu qualidade ao plantel e brigamos sempre lá em cima. Penso que falta aquela pontinha de sorte que logo estará por vim e tenho certeza que o Leixões vai voltar logo para onde merece estar.

    BnR:  Na última janela de transferências você foi especulado no Paços de Ferreira. Realmente houve um contato da equipa da Mata Real? Se sim, o que faltou para acertar?

    BL: Sim, realmente houve um contato. Mas acabou não tendo um acordo entre todos os lados e acabei ficando no Mar.

    BnR: Você atuou ao lado de um grande ídolo leixonense que é o Bruno China que inclusive se retirou dos relvados no final dessa época. O que você poderia dizer desse jogador?

    BL: Foi um prazer ter jogado com o China, ele é um exemplo para todos os jogadores por tudo que fez como jogador e como pessoa. Era um atleta que pensava o jogo. É como os grandes jogadores dizem, o futebol é mais cabeça do que o físico e ele usava muito disso. Aprendi muita coisa com ele.

    BnR: Você tem uma grande identificação com o Leixões S.C. e com os seus adeptos. Qual recado você pode mandar para os leixoneneses?

    BL: Estou aqui há muito tempo e desde que cheguei tem muitos que gostam de mim e isso me deixa muito feliz. Queria deixar um agradecimento por todo apoio que eles dão em todos os jogos até o fim. Não desistem nunca e isso não tem preço. Quem joga ou jogou aqui sabe que eles são diferentes dos outros.

    Fotos cedidas gentilmente por Bruno Lamas

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    César Mayrinck
    César Mayrinckhttp://www.bolanarede.pt
    Enquanto criança queria ser jogador de futebol e para o bem dos torcedores do Atlético Mineiro não foi aprovado no teste. Encontrou nas palavras a melhor maneira de se expressar sobre a sua paixão, o futebol. Amante do futebol brasileiro e do futebol alternativo, acorda facilmente às três horas da madrugada para ver um jogo do campeonato neozelandês.